José-Augusto França

1922, Tomar, Portugal – 2021, Jarzé-Villages, França

Historiador de arte; Crítico de arte; Professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH/NOVA); Diretor da revista «Colóquio. Artes» (1971 – 1996); Diretor do Centre Culturel Portugais (1983 – 1989); Presidente Honário da Secção Portuguesa da AICA

50 Exposições

Historiador, sociólogo e crítico de arte, professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa, José-Augusto França é um conceituado especialista da historiografia da arte em Portugal. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1944), partiu para Paris como bolseiro do Estado francês em 1959, aí permanecendo até 1963, tendo estudado com Pierre Francastel. Obteve dois doutoramentos (História e Letras) na Université Paris I (Panthéon-Sorbonne).
Nas décadas de 1940 e 1950, foi uma das figuras mais dinâmicas e influentes da vida cultural portuguesa. Entre 1947 e 1949, participou nas atividades do Grupo Surrealista de Lisboa. Na década seguinte, organizou o primeiro salão nacional de arte abstrata na Galeria de Março, que dirigiu entre 1952 e 1954. Publicou os seus primeiros artigos de crítica de arte no Horizonte, Jornal das Artes, tendo, a partir daí, uma extensa colaboração com jornais e revistas da especialidade.
Foi diretor do Centre Culturel Portugais da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, entre 1983 e 1989, onde exerceu uma primeira e decisiva ação na internacionalização da arte e da cultura portuguesas, articulada com muitas instituições artísticas e académicas francesas.
Em 1970, ano que corresponde aos últimos números da Colóquio. Revista de artes e letras, editada pela Fundação entre 1959 e 1970, a direção artística da publicação é partilhada com Reynaldo dos Santos. Da Colóquio/Artes, que lhe deu continuidade, a par de Colóquio/Letras, são publicados 111 números, entre fevereiro de 1971 e dezembro de 1996, sob a sua direção (e a de Carlos de Pontes Leça, nas áreas da música, bailado, teatro e cinema).
Lecionou na Sociedade Nacional de Belas-Artes. Foi professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, onde criou os primeiros mestrados de História da Arte do país. Foi presidente da Academia Nacional de Belas-Artes, membro do Comité International d'Histoire de l'Art e presidente de honra da Association Internationale des Critiques d'Art.
Autor de referência na área das artes visuais e da cultura em Portugal, de entre as suas obras destacam-se os estudos sobre a arte em Portugal nos séculos XIX e XX, as monografias sobre Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, além de outros volumes de ensaios de interpretação e reflexão histórica, sociológica e estética sobre problemas da arte contemporânea.


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