Integrada na política de divulgação dos artistas portugueses promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, esta é a primeira exposição individual do pintor português Vasco Costa (1917-1986) realizada em Paris, no Centre Culturel Portuguais. A mostra evidenciou o percurso do artista desde o seu período figurativo até ao abstrato (lírico e expressionista).
Exhibition constituting the first solo exhibition in Paris of Portuguese painter Vasco Costa (1917-1986). The show, arranged as part of the Calouste Gulbenkian Foundation's policy to promote Portuguese artists and staged at the Calouste Gulbenkian Paris Branch, the Centre Culturel Portugais, traced the artist's creative development, from his figurativism period to his abstract work (both lyrical and expressionist).
Primeira exposição individual de Vasco Costa (1917-1986), realizada em Paris, à qual se seguiu, passado um mês, a sua primeira mostra individual em Portugal, na Galeria Buchholz, em Lisboa. Seria também nesse ano de 1969 que o artista viria a ser galardoado com um dos prémios do Banco Português do Atlântico (BPA).
Praticamente desconhecido até então, e a residir nos arredores de Paris, o pintor Vasco Costa foi convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) a expor na sua delegação naquela cidade, uma exposição comissariada pelo historiador de arte José-Augusto França.
Contando com o projeto museográfico e a montagem dirigidos pelo pintor Paulo Ferreira, esta exposição, que cumpria o propósito da divulgação dos artistas portugueses em França, procurou evidenciar o percurso artístico de Vasco Costa desde o seu período figurativo, destacado pelo retrato de Hélen (1941), passando gradualmente para o abstracionismo (lírico e expressionista), presente nas suas Paisagens Interiores (1968). Nas palavras do comissário da exposição, «Vasco Costa foi o primeiro português a realizar um expressionismo abstracto, nele deslizando o efeito de um gosto informado por uma sensibilidade afim do impressionismo» (França, 1970, p. 638).
Os trabalhos expostos revelavam uma permanente luta entre a «impressão» e a «expressão», o que refletia problemáticas disciplinares partilhadas por outros artistas. Deste modo, apesar da dimensão nacional da pintura de Vasco Costa, a sua obra era «tratada num plano internacional» (Ibid.).
O catálogo da exposição integrou um ensaio da autoria do comissário José-Augusto França, bem como a contribuição do crítico de arte francês Henry Galy-Carles, que produziu um texto sobre a obra do pintor português, elaborando uma análise detalhada das obras em exposição.