A Europa pela lente de mulheres negras
Ciclo de cinema Africanidades e Suas Paisagens Humanas
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Anfiteatro ao Ar Livre Jardim GulbenkianA terceira e última sessão deste ciclo exibe dois filmes produzidos por pessoas da diáspora africana na Europa, propondo uma reflexão sobre cinema, poder, poética, mulheres negras, política dos afetos e continuidades coloniais.
Perante a recusa em contar histórias que reforcem estereótipos, estes filmes propõem contextualizar a realidade europeia nos dias de hoje e fazem-no a partir do olhar opositivo e certeiro de diferentes mulheres negras que partilham desta experiência e de uma leitura sobre um presente cheio de heranças.
A sessão é apresentada por Pocas Pascoal, com mediação de Maíra Zenun.
O ciclo de cinema Africanidades e Suas Paisagens Humanas traz ao Jardim de Verão uma seleção de nove filmes de ficção, documentário e experimental, entre curtas e longas-metragens, apresentando ao público um relevante panorama do que tem sido produzido recentemente.
Trata-se de um conjunto de obras de uma produção que floresceu com os race pictures nos Estados Unidos e com as Lutas pelas Independências em África, entre os anos 1950 e 1970, e não parou de crescer e de se aprimorar, sempre focada no pensamento e no olhar de pessoas negras, sobre o mundo em que vivemos.
Neste verão de 2024, ano em que se celebram datas tão importantes quanto os 50 anos do 25 de Abril e os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral, vamos a descobrir essas histórias, ouvir as suas versões do tempo e deixarmo-nos levar pelas poéticas que compõem esta cinematografia negra, cada vez mais interessante, plural, pujante e potente.
Este ciclo vem, pois, tornar visível o que já não se pode mais ocultar: que a Europa é diversa, composta por pessoas de várias culturas, credos e origens, pessoas que, diariamente, compõe os alicerces e os pilares da nossa sociedade.
Imagem: Still do filme Deslocamentos, Paraíso e Caos, de Tila Chitunda
Jardim de Verão 2024
Este evento faz parte do Jardim de Verão 2024, um festival de entrada livre com concertos, DJ sets, conversas, filmes e workshops. Saber mais
Biografias
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Kaytie Nielsen
É escritora, realizadora e mediadora de artes comunitárias. É cofundadora do projeto USB, uma plataforma que apoia a música underground em Londres. Como bolseira Marshall, concluiu o mestrado em Inglês na UCL e um mestrado em Histórias Públicas na Birkbeck. Passou um ano em Nova Deli, através do Programa Luce Scholars, a trabalhar para uma empresa de produção independente como realizadora, escritora e editora. Atualmente, está a trabalhar numa longa-metragem sobre a cena musical underground de Londres.
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Mame-Fatou Niang
É diretora do Center for Black European Studies and the Atlantic e professora associada de Estudos Franceses e Francófonos na Universidade Carnegie Mellon. Realiza investigação sobre economias do vivo/economia viva, negritude na França contemporânea e universalismo francês. É artista em residência nos Ateliers Médicis em Paris. Atualmente, está a trabalhar num manuscrito com o título provisório de Mosaica Nigra: Blackness in 21st-century France.
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Maíra Zenun
Multi-artista imigrante, mãe e socióloga, poeta brasileira em trânsito, nasceu no Rio de Janeiro, foi criada em Petrópolis, cresceu entre Goiás e Brasília, e hoje vive na Linha de Sintra, em Portugal. Cocriadora da Associação Cultural Nêga Filmes, desenvolve projetos transdisciplinares em artes visuais, cinema, curadoria, educação, fotografia, poesia e performance. Desde 2016, tem coordenado e feito a curadoria de diversos ciclos e mostras de cinema, como a Mostra Internacional de Cinema na Cova – África e suas Diásporas.
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Pocas Pascoal
Realizadora, videasta e argumentista, nasceu em Luanda, onde se formou em Artes Visuais e se tornou a primeira operadora de câmara. Formou-se em Montagem em França e, em 1998, dirigiu sua primeira curta-metragem. Em 2002, foi nomeada artista fotógrafa da Cité Internationale des Arts e participou em várias exposições coletivas. Com base na sua experiência pessoal, filmou a longa-metragem Alda e Maria, em 2012, com a qual conquistou sete prémios internacionais. O seu documentário Sopro ganhou o prémio Árvore da Vida para melhor filme português no festival IndieLisboa 2021.
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Tila Chitunda
É diretora e guionista audiovisual em cinema e TV. Filha de refugiados angolanos, investiga, numa série de documentários, a memória e a relação entre as identidades dos povos brasileiro e angolano. Os seus filmes participaram de mais de 50 festivais e receberam vários prémios. Atualmente está a desenvolver a terceira temporada do Toda Música, programa de televisão dedicado à produção musical brasileira. É coordenadora da Pont.E – mostra temática de curtas brasileiras e suíças e está a desenvolver a sua primeira longa-metragem.
Programa
Mariannes Noires (2017)
Duração: 83'
Deslocamentos, Paraíso e Caos (2020)
Duração: 9'
Ficha técnica
Mariannes Noires
Argumento: Mame-Fatou Niang e Kaytie Nielsen
Edição: Kaytie Nielsen
Assistente de câmara: Heather Cowie
Elenco: Iris Beaumier, Isabelle Boni-Claverie, Bintou Dembélé, Alice Diop, Elisabeth Ndala, Fati Niang, Maboula Soumahoro, Aline Tacite
Deslocamentos, Paraíso e Caos
Argumento, fotografia e montagem: Tila Chitunda
Consultoria para o argumento: Amandine Goisbault e Francine Barbosa
Arte gráfica: Amandine Goisbault
Produção: Tilovita Produções
Desenho de som: Catarina Apolônio
Música: Kendrick Scott
Correção de cor: Tiago Campos
Imagens de arquivo: Acervo Pessoal Tila Chitunda, Coletivo Negritude Audiovisual PE, Instagram Daniel Koch, Marc Ferrez /Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles
Apoio cultural: Mesmo Assim a gente faz e Coletivo Negritude Audiovisual PE
Filme realizado a convite do Instituto Moreira Salles por meio do programa IMS Quarentena – Programa Convida.
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.