Filmes cabralistas
Ciclo de cinema Africanidades e Suas Paisagens Humanas
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Anfiteatro ao Ar Livre Jardim Gulbenkian
O ciclo de cinema Africanidades e Suas Paisagens Humanas traz ao Jardim de Verão uma seleção de nove filmes de ficção, divididos em três sessões.
A segunda sessão do ciclo traz uma breve retrospetiva em dois filmes da Mostra Internacional de Cinema na Cova – África e Suas Diásporas, que nos últimos anos tem levado ao bairro da Cova da Moura uma enorme diversidade de obras produzidas por pessoas negras, de todas as partes do mundo.
No ano em que se comemoram o centenário de Amílcar Cabral e os 50 anos da Revolução dos Cravos, este encontro pretende, a partir do último filme clássico realizado por Flora Gomes – herdeiro direto de Cabral –, e outro de Welket Bungué, descendente das primeiras gerações de cineastas africanos, promover uma reflexão sobre a herança das Lutas de Libertação em África, que culminaram no 25 de Abril em Portugal.
A sessão é apresentada por Vanessa Fernandes, com moderação de Maíra Zenun.
O ciclo de cinema Africanidades e Suas Paisagens Humanas traz ao Jardim de Verão uma seleção de nove filmes de ficção, documentário e experimental, entre curtas e longas-metragens, apresentando ao público um relevante panorama do que tem sido produzido recentemente.
Trata-se de um conjunto de obras de uma produção que floresceu com os race pictures nos Estados Unidos e com as Lutas pelas Independências em África, entre os anos 1950 e 1970, e não parou de crescer e de se aprimorar, focada sempre no pensamento e no olhar de pessoas negras, sobre o mundo em que vivemos.
Neste verão de 2024, ano em que se celebram datas tão importantes quanto os 50 anos do 25 de Abril e os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral, vamos a descobrir essas histórias, ouvir as suas versões do tempo e deixarmo-nos levar pelas poéticas que compõem esta cinematografia negra, cada vez mais interessante, plural, pujante e potente.
Este ciclo vem, pois, tornar visível o que já não se pode mais ocultar: que a Europa é diversa, composta por pessoas de várias culturas, credos e origens, pessoas que, diariamente, compõe os alicerces e os pilares da nossa sociedade.
Imagem: Still do filme Eu Não Sou Pilatus, de Welket Bungué
Jardim de Verão 2024
Este evento faz parte do Jardim de Verão 2024, um festival de entrada livre com concertos, DJ sets, conversas, filmes e workshops. Saber mais
Biografias
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Flora Gomes
Nasceu em Cadique, na antiga Guiné Portuguesa, sob o jugo colonial. Estudou cinema com Santiago Álvarez Román, em Cuba, e com Paulin Soumanou Vieyra, em Dakar. Em 1973, participa da reunião Third World filmmakers in Algiers, um encontro do Comitê de Cinema Popular, que se preocupava com as discussões sobre cinemas do «Terceiro Mundo», como o imperialismo e o (neo)colonialismo. É reconhecido como antigo combatente, já que usou outras formas de armas e de luta, transformando em material fílmico a história e a cultura do seu país de nascimento.
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Maíra Zenun
Multi-artista imigrante, mãe e socióloga, poeta brasileira em trânsito, nasceu no Rio de Janeiro, foi criada em Petrópolis, cresceu entre Goiás e Brasília, e hoje vive na Linha de Sintra, em Portugal. Cocriadora da Associação Cultural Nêga Filmes, desenvolve projetos transdisciplinares em artes visuais, cinema, curadoria, educação, fotografia, poesia e performance. Desde 2016, tem coordenado e feito a curadoria de diversos ciclos e mostras de cinema, como a Mostra Internacional de Cinema na Cova – África e suas Diásporas.
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Vanessa Fernandes
Nasceu na Guiné-Bissau e viveu em vários países. Realizadora e artista multidisciplinar, tem um mestrado em realização de Cinema e Televisão pela ESAP. Fez direção de fotografia para o filme Mudança, de Welket Bungué, seleccionado para o Berlinale 2021. Colabora com Cão Danado, AgitLab, VIC, Corpodehoje, Femafro, UNA – União Negra das Artes e a SOS Racismo. Realizou diversas curtas-metragens e participou em vários festivais e conferências internacionais.
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Welket Bungué
É um artista multidisciplinar, de etnia Balanta, nascido na Guiné-Bissau. Licenciado em Teatro, no ramo de atores, e pós-graduado em Performance, é cofundador da produtora KUSSA. Em 2021 tornou-se membro da Academia Europeia de Cinema. Os seus filmes têm circulado internacionalmente por inúmeros festivais de cinema. Em 2020 Welket é o protagonista de Berlin Alexanderplatz, realizado por Burhan Qurbani, em que a sua interpretação lhe valeu várias nomeações para prémios. O seu livro Corpo Periférico partilha relatos da história de sua vida e trajeto artístico desde 2006.
Programa
A República di Mininus (2012)
Num país em guerra, e assustados pelas tragédias que eles próprios provocaram, os adultos desaparecem, abandonando as crianças à sua sorte. Para conseguirem sobreviver a esta nova realidade, serão obrigados a unir-se. E assim surge a República di Mininus, onde polícia, político, médico, patrão e empregado são apenas crianças. Nesta nova sociedade, a união, respeito e harmonia são palavras de ordem, mas subitamente a paz instituída é quebrada quando cinco crianças-soldado chegam à República di Mininus. Trazem consigo passados difíceis e atitudes conturbadas, pelo que são obrigados a passar por uma prova imposta pelos meninos da nova sociedade: ou se aceitam uns aos outros como um grupo, ou terão de partir novamente para um mundo sem esperança, onde a sobrevivência é algo que não existe.
Duração: 78’
Duração: 78’
Eu Não Sou Pilatus (2019)
Este é um manifesto. Entendemos perfeitamente. Esse é o Estado em que nos tornamos. No entanto, queremos que os direitos civis sejam respeitados, mas continuamos a expressar um tipo de sentimento aparentemente incomum e distante em relação ao outro, um racismo endémico, purgativo e distanciador.
Duração: 11’
Duração: 11’
Ficha técnica
A República di Minius
Autoria: Flora Gomes e Franck Moisnard
Música: Youssou N” Dour
Produção: Filmes do Tejo II
Elenco: Anny Glover, Hedviges Mamudo, Melanie De Vales Rafael, Joyce Simbine Saiete, Bruno Nhavene, Anais Adrianopoulos, Stephen Carew, Maurice Ngwakum
Eu Não Sou Pilatus
Manifesto artístico com licença poética: Welket Bungué
Montagem e edição: Welket Bungué
Produção: KUSSA Productions
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.
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