Não se pinta para o passado nem para o futuro, menos ainda para a eternidade; pinta-se por uma imperiosa necessidade de presente.
«Um tríptico de Lázaro Lozan». Diário Popular, 2 mar 1943
Catálogo Raisonné
Não se pinta para o passado nem para o futuro, menos ainda para a eternidade; pinta-se por uma imperiosa necessidade de presente.
«Um tríptico de Lázaro Lozan». Diário Popular, 2 mar 1943
Reencontrar a simplicidade das coisas é mais difícil do que parece.
«Acerca da exposição de Juan Cabanas hoje inaugurada no Estúdio do S. P. N.». Diário Popular, 29 nov 1943
Um quadro tem os seus meandros. Ir além da periferia que o fecha é quási um acto ritual. Nada de equívocos. É preciso olhar, esquecer e esperar.
«O pintor Mário Eloy». Panorama, n.º 20, abril 1944
Um quadro – e é isso que Picasso nos prova – é um espelho maior que o mundo.
«As meninas de Picasso». O Estado de S. Paulo, 26 jul 1959
Não se deixa de fazer as coisas que se traz em si.
«António Dacosta: o regresso à pintura 25 anos depois». Expresso (Revista), 18 jun 1983
Nada é puro ou auto-suficiente. Tudo precisa de um título. (…), até Deus precisa de um título.
«António Dacosta: a minha pintura é uma impureza que tende para a luz». O Primeiro de Janeiro, 25 mai 1988
Há sempre uma calma e uma antítese da calma.
Programa «Notas de Artes Plásticas», RTP, 1969
c. 1939
Uma espécie de alegoria surrealista aos Açores, com alusões ao touro, as redes de pescas, uma nau ancorada na ilha e a declarada sugestão insular do título. (Fernando Rosa Dias)
1940
Sendo a maior tela pintada por Dacosta e falando em abertura no título, apresenta paradoxalmente, das suas imagens mais claustrofóbicas. (José Luís Porfírio)
c. 1940
Por vezes existe uma crueldade subtil e inquietante, e ao mesmo tempo poética, mas que define toda a originalidade da pintura surrealista de António Dacosta. (Mário de Oliveira)
1942
Haverá nostalgia que é tanto de um passado como de um futuro, quando a poesia não é mentira ou falsificação de memória. (Rui Mário Gonçalves)
1942
É um dos primeiros quadros alegres de Dacosta, com subtilíssimo cromatismo parcialmente impressionístico servindo uma temática de nostalgias da infância açoriana. (Rui Mário Gonçalves)
c. 1948
Adquirida por Almeida Negreiros, esta pintura tornava-se a sua mais famosa obra desta fase abstrata, que coincidia com um momento final da sua gradual mitigação da produção. (Fernando Rosa Dias)
c. 1979
Poucas alegrias maiores tive na minha vida do que aquela que aquele quadro me deu. Outro efeito esse quadro teve, e no lugar devido do próprio pintor: foi fazê-lo voltar a pintar, com uma regularidade que parece de milagre e não é. (José-Augusto França)
1980
Como numa fonte de Sintra, a primeira que se fez, escreve «saudades deste sítio» como os namorados que nas mesas de madeira se obstinam a escrever corações e nomes deles com canivetes: a marca da sua passagem em ritual. (Bernardo Pinto de Almeida)
1983
E são fábulas e presságios, histórias antigas, ritos locais e a sabedoria natural de bichos e adivinhas que só mesmo Pós de Perlimpimpim podem explicar. (Maria Helena de Freitas)
1983
Não sei como aqueles limões foram ali parar. Não estavam inicialmente previstos. Os quadros são sempre a resposta iludida, furtam-se à intenção… (António Dacosta)
1984
Ao utilizar, com extrema sensibilidade, a cor e a matéria, ora diluída e transparente, ora espessa e opaca, a pintura actual de António Dacosta evoca Bonnard e Matisse, no gozo sensual da textura, no recorte de silhuetas e na nitidez do contraste cromático. (Eurico Gonçalves)
1986
Há na pintura de Dacosta um clima doméstico que não se quer perturbado. Uma intimidade à qual se vai prender não só os sonhos ou os objectos como o objecto maior (e igualmente amado) que é o espaço geográfico. (João Miguel Fernandes Jorge)
1985
Esta pintura enquadra-se numa questão temática amplamente trabalhada pelo pintor: o Tempo. A figura representada do lado direito espelha um tempo de reflexão, de escrita, de silêncio. (Patrícia Rosas)
1983
A figura do coelho pressuroso de relógio na mão – como aqueles que diariamente utilizam o transporte urbano – naturalmente nos remete para a personagem do conto As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. (Tânia Saraiva)
1940 / Casa Repe, Lisboa
Almada Negreiros, Cícero Dias e Dacosta com amigos, Lisboa, c. 1944
«Apenas alguns pedaços de madeira, restos de cartão, lápis de cor, chegam-lhe para retomar contacto com a imagem, para “brincar” com as ideias.» (Miriam Dacosta)
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