Não há sim sem não – O Eremita

N.º Inv.
ADP753
Data
1985
Materiais e técnicas
Tinta acrílica sobre tela
Medidas
97 x 130,5 cm
Proveniência

Col. CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (Inv. 86P128)

Inscrições

«A. Dacosta
85»
[frente, canto inferior esquerdo]

«Não há sim sem não – O Eremita»
[verso, quadrante superior esquerdo]

«A Dacosta
85»
[verso, quadrante superior direito]

Não Há Sim Sem Não – O Eremita pertence à Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, tendo sido adquirida ao pintor em 1986, ano em que foi exposta na «III Exposição de Artes Plásticas» da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta pintura é um dos casos exemplares do escurecimento da pintura em meados da década de 1980, transformando o cromatismo colorido e vibrante da primeira metade da década, para um de cores escuras e densas da segunda metade.

Sobre esta obra Patrícia Rosas escreveu: «Esta pintura enquadra-se numa questão temática amplamente trabalhada pelo pintor: o Tempo. A figura representada do lado direito espelha um tempo de reflexão, de escrita, de silêncio. Neste sentido, pode, inclusive, pensar-se numa auto-representação do próprio artista, sobretudo se tivermos em conta as problemáticas levantadas em torno desta questão e centrais na obra de Dacosta: a nostalgia e a memória. Quer a memória, quer a nostalgia devem ser entendidas como resultado de experiências pessoais: num primeiro momento Dacosta saiu dos Açores e partiu para Lisboa e, em 1947, num segundo momento, partiu de Lisboa para Paris. Por isso, a figura pode ser vista como uma auto-representação de um tempo passado. De certo modo, o tempo futuro é marcado pela caveira que representa a morte e o conhecimento, ou até mesmo um autoconhecimento.»

Durante a investigação para o catálogo raisonné online do pintor foi descoberta uma fotografia, a preto e branco, tirada na exposição de 1985 «L’Artiste du Mois» no Centre Culturel Portugais da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, que revelava uma obra desconhecida. Uma vez que não existia qualquer registo desta obra, para além da fotografia, foi posta a hipótese de Dacosta ter pintado por cima desta. As suspeitas recaíram sobre a pintura Não há sim sem não – O Eremita devido às semelhantes dimensões e ao facto de em ambas estar representado um homem com um livro no lado esquerdo. Após ter sido realizada uma radiografia sobre a obra Não há sim sem não – O Eremita, confirmou-se que esta terá sido pintada sobre a pintura observada na fotografia da exposição «L’Artiste du Mois». Através da radiografia consegue perceber-se alguns elementos figurativos da pintura desaparecida, tais como dois pássaros, um círculo substancialmente mais claro no centro da pintura e a cabeça do anterior leitor sobre o qual foi pintado o eremita (cf. Fragoso et al., «Through The Hermit — Rediscovering António Dacosta’s lost painting», 2016, pp. 474-479).


Exposições


Bibliografia


Antologia Crítica


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