Em Louvor de…

N.º Inv.
ADP244
Data
1986
Materiais e técnicas
Tinta acrílica sobre tela
Medidas
100 x 81 cm
Proveniência
Col. António Cortez
Inscrições

«A. Dacosta»
[frente, canto inferior direito]

«Em louvor de
A Dacosta
86»
[verso, canto superior esquerdo]

Esta obra pertence à série Em Louvor de, uma série (ou «comunidade») constituída por este painel de grande dimensão com vários elementos e por seis painéis onde podemos observar a caveira de um bovino. A série foi apresentada pela primeira vez no âmbito da homenagem a António Dacosta na II Bienal dos Açores em 1987, com retrospetiva na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, e na grande retrospetiva da Fundação Calouste Gulbenkian e da Casa de Serralves, em 1988. A dimensão de proximidade e cumplicidade entre as peças da série foi apontada pelo próprio pintor, que terá pedido «não me dispersem a série» (segundo Pomar, 1990), o que não se verificou, uma vez que as peças foram adquiridas por diferentes colecionadores. Este painel foi adquirido por António Cortez à Galeria 111.

Dacosta afirmou em entrevista que este «quadro, apesar de constituído por vários, não se faz série, faz antes comunidade. Mas a relação com os outros não é uma relação de sentido único» (Almeida, «António Dacosta: a minha pintura é uma impureza que tende para a luz», 1988).

As obras desta «comunidade» anunciariam uma fase de pintura mais melancólica que Dacosta iniciaria a partir de 1985, fazendo a transição entre a dominância da cor nas obras do início da década para uma estética mais sombria focada numa dimensão de ritual e sacrifício. A cabeça de animal que encontramos neste conjunto de obras pode ser relacionada com as festividades do Espírito Santo, recorrentes na obra de Dacosta. Nestas, procedia-se ao abate de animais depois do cortejo do Pesinho do Bezerro (motivo principal da pintura A Festa [ADP31]), após o qual o gado era levado para o matadouro e, no dia seguinte, a sua carne era repartida e distribuída pela população. Esta pintura, a de maiores dimensões da série, assume uma centralidade especial no modo como conjuga vários signos recorrentes de Dacosta, tais como a Memória, a Fonte deSintra e a carcaça, ou outros menos habituais, como a escada. Este quadro assume-se assim como uma espécie de centro gravitacional das «cumplicidades» entre os quadros da série.


Exposições


Bibliografia


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