Sobre futuros (im)possíveis

Filmes de Maiko Endo, Shigeo Arikawa, Rei Hayama, Yoriko Mizushiri e Koki Tanaka

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Forte na adoção de inovações tecnológicas, o Japão tem reputação de ser um país futurista; ao mesmo tempo, debate-se com a questão de saber se terá futuro, dadas as baixas taxas de natalidade e o envelhecimento acelerado da população.

Este programa reúne obras que especulam sobre como será o futuro e as competências e ferramentas que devem ser cultivadas – do espírito de coletividade à capacidade de imaginação – para fazer frente aos tempos que se avizinham.

Oferecendo um breve olhar do estimulante mundo das imagens em movimento dos artistas japoneses, Filmes Engawa procura estabelecer um lugar para a sua existência na arte e no cinema contemporâneos japoneses.

Duração: 90 min.


«Jizai», de Maiko Endo

2024
Japão, 15’
Em japonês e francês, legendado em português

Um rapaz trabalha com um robô integrado nele próprio, tentando criar um novo membro para o seu corpo, que lhe permita expandir os limites das capacidades humanas. O rapaz comunica com duas outras crianças em simultâneo através de uns óculos especiais. As suas visões refletem o mundo real, mas também o mundo cibernético. Tudo parece interligado entre si, mas…

Ficha técnica

Escrita, edição, produção e realização

Maiko Endo

Elenco

Yotaro Endo
Maya Schmidt
Tenma Hayakawa

Direção de fotografia

Naoki Noda

Cenário

TakayukI Mitsuizumi
Natsuki Fujioka

Iluminação

Yuki Maeshima

Produção e Mistura de som

Mikisuke Shimadzul

Fotografia de cena

Nojyo

Design de som

Nicolas Becker

Pós-produção áudio

Naoko Asari

Música e efeitos sonoros

Takashi Hattori

Efeitos visuais VFX

Hiroaki Hotta

Colorista

Mari Yasuda

Designer do título e créditos

Masaaki Kuroyanagi

Coordenação de festivais

Nanako Tsukidate

Publicidade

Gloria Zerbinati

Coprodutores

Harumi Kusumi
Junki Nakagawa
Naoki Noda

Produtores executivos

Masahiko Inami
Tomo Suzuki

Supervisão

Masahiko Inami

Colaboração especial

Shunji Yamanaka

Colaboração

Universidade de Tóquio
Universidade Waseda
Universidade de Tecnologia Toyohashi
Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS-France)
Universidade de Eletrocomunicação

Produção Executiva

JST ERATO
Inami JIZAI-Body Project
Tomo Suzuki Japão

Produção

3 Eyes Film a Fool

Coprodução

Art & Science Communication Lab
Jizaie inc.
Three-Films


«Am I dreaming of others, or are others dreaming of me?» (Estarei a sonhar com outros, ou estarão os outros a sonhar comigo?), de Shigeo Arikawa

2014
Japão, Holanda, 10’41’’

Este é um filme sobre «um sonho». Um sonho existe nas fronteiras indefinidas entre o eu e os outros, a vida e a morte, o presente e o futuro. Num sonho ocorre uma metamorfose que transforma estas fronteiras numa espiral e deixa as duas coisas a circular num movimento contínuo, sem lapsos. Esta obra é o segundo filme da série intitulada PIXCANNING. A palavra PIXCANNING foi composta a partir de «pix» (do inglês picture/pixel, ou seja, remetendo para a imagem)” e «scanning» (de explorar/examinar). Trata-se de um método para recolher elementos que passam através das malhas do reconhecimento, quando as imagens surgem ou são construídas.


«Their Bird», de Rei Hayama

2010 – 2012, 13’08”
Filmado em película de 8mm
Legendas em inglês

Their Bird baseia-se nas memórias de infância de Hayama nas florestas do centro do Japão, que visitava com frequência nas férias. Depois de adulta, Hayama regressou a essas florestas com a irmã, e as duas realizaram este filme em conjunto. Uma finge ser um pássaro enquanto a outra se torna numa fotógrafa com uma câmara de 8mm pela primeira vez. Hayama revela a enigmática história de um ser humano que visita a floresta e tenta tornar-se pássaro. No final do filme, porém, as duas irmãs terão de abandonar a montanha. Na cena final, é possível vislumbrar uma zona habitada por humanos enquanto as duas descem a montanha.

Nos primeiros trabalhos de Hayama, o filme parece rastejar pelo ecrã, como se o próprio medium fosse uma consciência singular, como que à procura da vida da história. Esta é uma transferência do próprio filme, o suporte da imagem, para película utilizando a técnica do fotograma, extensivamente utilizado por Man Ray e outros artistas.


«Futon», de Yoriko Mizushiri

Japão, 2012 
Sem diálogos

Enrolado no futon, as recordações afloram à mente, o futuro é imaginado, os sentidos são recuperados, as sensações físicas como mulher estão profundamente enraizadas. Tudo se funde agradavelmente. No futon, o corpo maravilha-se à procura destes sentidos. 

Ficha técnica

Realização e animação

Yoriko Mizushiri

Música

“Dark End” (canção original do álbum “karakuri” de Mari Fukuhara, rearranjada por Seiji Toda)


«A Haircut by 9 Hairdressers at Once (Second Attempt)» (Um Corte de Cabelo por 9 Cabeleireiros ao Mesmo Tempo (Segunda Tentativa)), de Koki Tanaka

2010
EUA, Japão, 28’
Em inglês com legendas em português

«Colaboração temporária

Existe documentação de vários projetos colaborativos levados a cabo em diferentes locais por pessoas de diversas profissões: cinco pianistas tentam compor uma partitura em conjunto enquanto tocam piano ao mesmo tempo; nove cabeleireiros colaboram no corte de cabelo de um modelo; cinco ceramistas tentam fazer um único pote; cinco poetas tentam compor um único poema em conjunto. 

Porque é que escolhi pessoas que fazem coisas para participarem nestes projetos? Fazer qualquer coisa em colaboração é uma proposta ética. É necessário tentar realizar o trabalho em conformidade com outros, suprimindo o ego individual. Neste processo, os participantes têm de deixar de lado, temporariamente, as ideias, abordagens e práticas que desenvolveram até então e descobrir como chegar a um compromisso com outros. Poder-se-ia dizer que o processo colaborativo é um processo de negociação e compromisso. A microssociedade que resulta da colaboração exige dos seus participantes um determinado tipo de ética. Aderir a essa forma de ética pode mesmo exigir a sua própria transformação. É assim a colaboração: ambos, o eu e o outro, precisam de mudar para alcançar o consenso. 

Talvez o motivo por que quis que os participantes fossem pessoas que fazem coisas fosse porque pensei que as pessoas com práticas criativas fossem mais adequadas para lidar com esta forma ética. Cada um de acordo com a sua própria abordagem, todos os participantes dão forma a música, penteados, barro e linguagem. As diferenças de como tratam os materiais exprimem as diferenças entre as pessoas. Também começam a refletir diferenças de carácter. Deste modo, ao moverem as suas mãos, os participantes dão forma à própria sociedade. O que aqui é documentado é o processo deste tipo de escultura social, sendo, por isso, também um documento da falência desse processo. O processo de ter múltiplos participantes a moldarem a sociedade implica, necessariamente, o fracasso. Repetimos um processo de tentativa e erro. Esta é também uma questão atual relacionada com os modos de continuar a repensar a democracia.»

Koki Tanaka (março de 2014) 

Ficha técnica

Director

Koki Tanaka

Participantes

Victor A. Camarillo
Kristie Hansen
Nikki Mirsaeid
Olga Mybovalova
Sandra Osorio
Anthony Pullen
Brian Vu
Nicole Korth
Erik Webb
Karen Yee

Localização

Zindagi Salon
San Francisco

Curador

Julio Cesar Morales

Encomendado por

Yerba Buena Center for the Arts, San Francisco

Produção e fotografia

Tomo Saito

Engawa – Temporada de arte contemporânea japonesa

Engawa é uma programação que traz a Lisboa um conjunto de criadores do Japão e da diáspora japonesa, muitos dos quais pela primeira vez em Portugal. Saber mais


Biografias

Parceria

Colaboração

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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