Sobre a identidade

Filmes de Lisa Spilliaert, Hikaru Fujii e Aya Koretzky

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A ideia de que o Japão tem uma identidade homogénea é bastante generalizada e leva a que as pessoas cujos antecedentes se desviam da norma sejam tratados como “outros”.

Do vídeo de hip hop ao home movie, este programa apresenta uma série de obras que desafiam estas perceções de identidade. Destacam-se os trabalhos de Aya Koretzky, cineasta sedeada em Lisboa, e de Hikaru Fujii, que utiliza a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga para explorar o tema.

Oferecendo um breve olhar do estimulante mundo das imagens em movimento dos artistas japoneses, Filmes Engawa procura estabelecer um lugar para a sua existência na arte e no cinema contemporâneos japoneses.

Duração: 100 min.


«Spilliaert», de Lisa Spilliaert

Bélgica, 2022, 26’
Filme em holandês e francês, legendado em inglês e português

Nesta obra, Lisa Spilliaert investiga a sua relação familiar com o célebre artista belga Léon Spilliaert (1881-1946). Estará predestinada a uma vida de artista devido a este laço de sangue, que pode ou não ser fictício? Será que a tendência artística é transferida geneticamente?

Em Spilliaert, a cineasta revela-se como rapper e genealogista fanática na investigação das origens da sua identidade artística, visitando arquivos e museus, e pintando um quadro da procura desesperada de documentos e pistas sobre as suas origens. A estrutura narrativa do filme é articulada por uma série de poemas rap, ditos pela cineasta. Ao escolher esta forma de expressão, a Spilliaert revela paralelos e contrastes entre a livre construção de identidade da música rap e a estrutura fortemente regulamentada da genealogia.

Ficha técnica

Produção

Escautville

Coprodução

Animal Tank

​Realização e argumento

Lisa Spilliaert

Elenco

Lisa Spilliaert
Wim De Busser
Bernard Legrand
Freddy Courtens
Anne Adriaens-Pannier

Câmara, gaffer, direção de fotografia

Hans Bruch Jr.

Assistentes de câmara, câmaras secundárias e extra

Diren Agbaba
Rosa Maria Galguera Ortega
Bob Mees

Câmara periscópica

Ruben Appeltans

Som

Laszlo Umbreit

Design de som

senstudio

Montagem

Lisa Spilliaert
Vincent Stroep

Consultores de montagem

Wim Catrysse
Inneke Van Waeyenberghe

Correção de cor

Loup Brenta

Efeitos visuais (keying)

Elias Heuninck

Maquilhagem e cabelos

Lili Dang-Vu

Figurinos

Sietske Van Aerde

Condutor

Stefaan Galle

Assistentes

Rhana Dewaelssche
Emmelie Martens
Clara Spilliaert

Interpretação de francês-neerlandês e tradução

Sis Matthé

Edição de texto

Trevor Perri

Transcrição francesa

Rita Habib

Tradução para francês

Anne Vanderschueren

Design do título

Oliver Ibsen

Compositor, coach e escritor-fantasma de rap

Benjamin Hertoghs

Consultoria e letra do rap de abertura

Jan Matthé
Sis Matthé 

Obras

Léon Spilliaert

Esculturas de árvores genealógicas

Clara Spilliaert

Esta produção foi realizada com o apoio da medida Tax Shelter do Governo Federal da Bélgica, por meio do programa Tax Shelter da região da Flandres, Landmaat, Flanders Audiovisual Fund (VAF), Município de Ostend, LUCA School of Arts, Município de Ghent, Brakke Grond e Jos Jamar Gallery.

Spilliaert foi adquirido pelo Governo flamengo e faz parte da coleção do Mu.ZEE (Oostende).


«Southern Barbarian Screens» (Biombos dos Bárbaros do Sul), de Hikaru Fujii

Japão, 2017, 14’
Filme em inglês com legendas em português

O Museu Nacional de Arte Nakanoshima, em Kita-ku, Osaka, serviu originalmente como Museu de Belas Artes, um pavilhão da Expo ‘70 de Osaka, que se desenvolveu nas colinas de Senri. Foi inaugurado em 1977 e transferido para o seu local atual em 2004. Esta obra apresenta um homem afro-americano que retira de um arquivo réplicas fotográficas e ampliações parciais dos Biombos dos Bárbaros do Sul (Nanban byōbu) da coleção do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, captadas pelo fotógrafo Narahara Ikkō em 1982 com base no seu levantamento da coleção daquele museu. Nos biombos, o olhar do espectador é atraído não só para os japoneses e portugueses representados como símbolo do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente, mas também para as figuras dos seus criados e das pessoas escravizadas. A obra evidencia também a evolução dos suportes documentais – pintura, fotografia e vídeo – ao longo dos tempos.

Ficha técnica

Realização

Hikaru Fujii 

Performance

Peter Golightly 


«Yama no Anata / Para Além das Montanhas», de Aya Koretzky

Portugal, 2011, 59’
Documentário
Filme em francês e japonês, legendado em português

«Submerjo nas paisagens do Mondego para onde vim morar com os meus pais em criança, deixan­do para trás Tóquio, a cidade onde nasci. Através da leitura de cartas que troquei com os amigos e a família que permaneceram no país, reflito sobre a nossa vinda para Portugal e relembro o passado na tentativa de reter a memória efémera, numa viagem com os espíritos que permanecem comigo.»

Aya Koretzky

Ficha técnica

Realização, argumento, fotografia e música (piano)

Aya Koretzky

Produtor

Miguel Clara Vasconcelos

Montagem

Tomás Baltazar

Som

Pedro Góis

Com

Anuta Koretzky (Mãe)

Jiro Koretzky (Pai)

Engawa – Temporada de arte contemporânea japonesa

Engawa é uma programação que traz a Lisboa um conjunto de criadores do Japão e da diáspora japonesa, muitos dos quais pela primeira vez em Portugal. Saber mais


Biografias

Parceria

Colaboração

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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