Sofia Dias e Vítor Roriz apresentam uma nova performance em torno da exposição «Rui Chafes e Alberto Giacometti. Gris, Vide, Cris», que estará aberta até às 20:00.
No âmbito da exposição Gris, Vide, Cris, que junta obras de Alberto Giacometti e várias esculturas de Rui Chafes, o CAM convidou a dupla de artistas e coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz para conceber um novo trabalho que propõe um «ponto de fuga» para a experiência do espaço da exposição.
Este é um projeto em torno de encontros improváveis, no qual a palavra, o tempo e os corpos em tensão se aliam aos conceitos de imaterialidade, intemporalidade e representação do invisível.
Como dar a ver o invisível, ou capturá-lo num instante? Uma série de ações de duração variável têm lugar no hall comum às galerias de exposições e salas de conferências. Algumas dessas ações habitam a periferia do espaço e convidam à aproximação quase íntima do público com os corpos dos performers, outras apropriam-se e tomam de assalto o lugar, enchendo-o de vozes, ecos, gestos e movimentos. Cada ação é um convite a um modo diferente de relação entre o público, os intérpretes e o espaço, uma tentativa de antecipação ou prolongamento da sensação de desaceleração, inclinação e imprevisibilidade que a própria exposição convoca.
Estas são ações com durações variáveis, que prolongam o movimento de desaceleração, “inclinação”, imprevisibilidade e quase solidão que algumas das obras de Rui Chafes – e a própria arquitetura da sala – propõem ao visitante da exposição Gris, Vide, Cris. Talvez os corpos possam ser aqui uma antecâmara, que prepara ou prolonga a experiência do visitante à exposição.
Fotografia © Filipe Ferreira
Sofia Dias e Vítor Roriz são uma dupla de artistas a colaborar desde 2006. A natureza híbrida da sua pesquisa, associada a uma curiosidade e necessidade de experimentação, levou-os à criação de vários espetáculos, performances, faixas sonoras, vídeos, podcasts e instalações, atravessando diferentes contextos e esbatendo limites entre áreas artísticas.
Os seus espetáculos para palco convocam uma linguagem coreográfica depurada em ligação com a palavra e a voz.