Eduardo Lourenço, uma vida escrita
Colóquio comemorativo do centenário do nascimento de Eduardo Lourenço
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Auditório 2 Fundação Calouste GulbenkianEste evento será transmitido em direto.
Escreve Eduardo Lourenço que Montaigne «não sabia quem era e, para o saber, decidiu escrever-se», tendo convertido «o espanto sem fim deste encontro» com a sua própria existência em «vida escrita». A articulação entre a experiência pessoal e universal será precisamente uma das marcas distintivas da ensaística de Lourenço, sem paralelo no campo do ensaio em língua portuguesa. Este colóquio presta homenagem a Eduardo Lourenço no ano do centenário do seu nascimento, promovendo conversas com leitores, amigos e especialistas da obra em torno de alguns dos seus temas fundamentais: a figura mítica de Pessoa, a poesia moderna, Portugal e a relação entre vida e pensamento.
No âmbito deste colóquio será apresentada a exposição Ver é Ser Visto, uma série de retratos de Eduardo Lourenço da autoria do fotógrafo Vitorino Coragem.
Imagem © Vitorino Coragem
Oradores
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António M. Feijó
António M. Feijó é Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian desde maio de 2022. Professor Catedrático do Departamento de Estudos Anglísticos e do Programa em Teoria da Literatura, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi Diretor da Faculdade de Letras, Vice-Reitor e Pró-Reitor da Universidade de Lisboa. Foi Diretor da Imprensa da Universidade de Lisboa, e da Revista da Universidade. PhD (Literatura Inglesa e Norte-Americana) Brown University (1985); MA (Literatura Inglesa e Norte-Americana) State University of New York at Albany (1979).
É autor de livros e ensaios sobre tópicos de literatura inglesa, norte-americana e portuguesa, bem como traduções e dramaturgias para cena (Twelfth Night, Hamlet e King Lear de Shakespeare; de obras de Oscar Wilde e Fernando Pessoa, entre outros). Foi Presidente do Conselho Geral Independente da RTP, Diretor não executivo da Fundação da Casa de Mateus e Administrador não executivo do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian entre 2018 e 2022.
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Carlos Mendes de Sousa
Carlos Mendes de Sousa é professor na Universidade do Minho. Tem-se dedicado especialmente ao estudo da literatura brasileira e da poesia portuguesa moderna e contemporânea. Entre os seus trabalhos contam-se os livros Clarice Lispector. Figuras da escrita e Clarice Lispector. Pinturas. Além dos ensaios sobre Clarice, destacam-se os seus trabalhos sobre João Cabral de Melo Neto, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, Fiama Hasse Pais Brandão ou Eduardo Lourenço. É Codiretor da Fundação Luís Miguel Nava e da revista de poesia Relâmpago.
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Clara Caldeira
Clara Pinto Caldeira nasceu em Lisboa em 1977. Formada em Ciências da Comunicação, é doutoranda de Estudos de Cultura e Investigadora Júnior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, na Universidade Católica Portuguesa. Tem trabalhado como jornalista em vários projetos televisivos, na área cultural, tendo integrado a equipa do programa Câmara Clara, da RTP 2. Recentemente, colaborou no documentário Francisco de Holanda, a Luz Esquecida do Renascimento.
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Guilherme d'Oliveira Martins
Guilherme d’Oliveira Martins é Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian e Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura. Foi Deputado e Ministro da Educação, Presidência e Finanças. Doutor honoris causa pela Universidade Lusíada, pela Universidade Aberta e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
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Isabel Lucas
Isabel Lucas é jornalista e crítica literária. Licenciada em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, começou a fazer jornalismo na televisão e passou entretanto pelas redações de alguns dos principais jornais e revistas portugueses. Freelancer desde 2012, escreve regularmente para o jornal Público, colabora com a revista Ler, com a Quatro Cinco Um e com a Antena 3. Tem publicado em diversas publicações nacionais e internacionais. É autora dos livros Isabel Lucas – Conversas com Vicente Jorge Silva (Temas e Debates, 2013), Viagem ao Sonho Americano (Companhia das Letras, 2017) e Viagem ao País do Futuro (CEPE – Brasil e Companhia das Letras – Portugal). Dos seus trabalhos em várias áreas jornalísticas, destacam-se reportagens e entrevistas com alguns dos mais celebrados autores americanos. É ainda coautora de vários livros na área da dança e das artes plásticas. Em 2022 foi curadora da programação do Pavilhão de Portugal na Bienal do Livro de São Paulo. É curadora do Prémio Oceanos de Literatura e professora convidada da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.
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Joana Matos Frias
Joana Matos Frias ensina na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é membro do projeto Estranhar Pessoa. É autora de Cinefilia e cinefobia no Modernismo português (2014), de O murmúrio das imagens (2018) e de Oscilações (poesia em todos os sentidos) (2022), entre outros livros de ensaios. Tem publicado artigos sobre obras e autores das literaturas portuguesa e brasileira modernas e contemporâneas em diversas revistas e volumes coletivos.
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João Dionísio
João Dionísio é professor de literatura portuguesa e de crítica textual na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Investigador do Centro de Linguística da mesma universidade (CLUL). Doutorou-se com uma tese sobre a influência do Padre da Igreja João Cassiano no Leal Conselheiro, o tratado moral escrito por D. Duarte. Tem colaborado na edição crítico-genética da obra de Fernando Pessoa, no âmbito da qual preparou três volumes, e publicou Agora entra no vento. Génese e tradução na obra de M. S. Lourenço (Biblioteca Nacional, 2020) e o livro de ensaios Doença bibliográfica, sobre o espólio de Fernando Pessoa (Imprensa Nacional, 2021). Em 2022 foram publicadas a edição crítico-genética de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (Imprensa Nacional), e o volume Os livros de M. S. Lourenço (FLUL/Imprensa Nacional). No âmbito das obras completas de Eduardo Lourenço, foi o responsável pelo livro que reúne O Labirinto da Saudade e outros textos sobre a cultura portuguesa. Coordena o grupo de Filologia no CLUL e foi Presidente da European Society for Textual Scholarship entre 2013 e 2016.
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João Tiago Lima
João Tiago Lima é Professor Auxiliar c/ Agregação do Departamento de Filosofia da Universidade de Évora e Investigador do Centro de Investigação em Ciência Política (CICP). Entre as suas principais publicações como autor contam-se O Fogo do Espírito – Desporto, Olimpismo e Ética (2007), Existência e Filosofia – O Ensaísmo de Eduardo Lourenço (2008), Falar Sempre de Outra Coisa – Ensaios sobre Eduardo Lourenço (2013), Estética e Desporto (2016) e Jogar Sem Bola – Literatura, Filosofia e Futebol (2018). Como editor, destacam-se Correspondência (2019), com Elisa Nunes Esteves, Vergílio Ferreira e Maria Lúcia Dal Farra, e A raia na água – Eduardo Lourenço e o mundo hispânico (2021), com Antonio Sáez Delgado.
Foi coordenador científico, com Carlos Mendes de Sousa, da edição das Obras Completas de Eduardo Lourenço (Fundação Calouste Gulbenkian).
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José Carlos de Vasconcelos
José Carlos de Vasconcelos é jornalista, advogado e escritor. É Diretor do JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias, que criou e dirige há 42 anos. Foi fundador e Diretor Editorial de O Jornal e da revista Visão, da qual é atualmente Conselheiro. Passou pela direção do Diário de Notícias e da informação da RTP, onde foi comentador. Distinguido com todos os prémios de carreira, presidiu a vários órgãos do Sindicato e do Clube de Jornalistas.
Licenciado em Direito em Coimbra, foi destacado dirigente nas lutas estudantis. Como advogado defendeu presos políticos, jornalistas e intelectuais. Fez inúmeros recitais de poesia. Pertenceu à Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista, às Comissões Políticas das candidaturas presidenciais de Ramalho Eanes e de António Nóvoa, às de Honra de Jorge Sampaio e dos 500 Anos de Descobrimento do Brasil. Foi deputado, Presidente da Comissão Luso-Brasileira, membro do Conselho Geral da Fundação Gulbenkian e do da Universidade de Coimbra.
Autor de nove livros de poesia, três infantojuvenis, dois de entrevistas e um sobre liberdade de imprensa. Entre outras distinções, destacam-se os Prémio da Fundação Luso-Brasileira e o Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural.
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Lídia Jorge
Lídia Jorge é uma escritora portuguesa representativa da Geração pós-revolução. O seu livro de estreia, O Dia dos Prodígios, tem sido considerado um marco na nova fase de Literatura Portuguesa Contemporânea. Desde então, a autora tem publicado romances, contos, livros para a infância, teatro, ensaio e poesia. O seu romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado ao cinema e vários textos seus foram representados em palco. Os seus livros estão traduzidos em mais de vinte línguas e tem recebido diversos prémios nacionais e internacionais na categoria de romance e pelo conjunto da sua obra. Entre os internacionais, contam-se o Prémio Albatroz (2006) da Fundação Günter Grass ou o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura (2015).
Em 2013, a revista Magazine Littéraire considerou-a uma das dez vozes literárias mais influentes da atualidade. Os Memoráveis (2014) tem-se revelado como o livro que transfigura e cimenta a mitologia portuguesa das últimas décadas. O seu romance mais recente, Estuário (2018), ganhou o Grande Prémio Literário TSD e foi considerado pelo jornal Le Monde como uma das melhores interpretações do estado do mundo na atualidade, tendo posteriormente sido finalista do prémio Médicis International. Em Todos os Sentidos (2020), conjunto de crónicas que leu, ao longo de 2019, aos microfones da Antena 2, foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica Dispersos Literários da APE. No mês de novembro de 2020, Lídia Jorge recebeu ainda o Prémio das Línguas e Literaturas Românicas da Feira Internacional de Guadalajara.
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Luís Miguel Queirós
Luís Miguel Queirós nasceu em 1962, no Porto, e é jornalista da secção de Cultura do Público, onde escreve ocasionalmente sobre poetas e poesia. Organizou uma antologia da lírica portuguesa do século XX, Vingt et un poètes pour un vingtième siècle portugais, publicada em 1994 pela editora francesa L’Escampette, e é coautor, com Joana Matos Frias e Rosa Maria Martelo, da antologia Poemas Ccom Cinema, editada em 2010 pela Assírio & Alvim.
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Margarida Calafate Ribeiro
Margarida Calafate Ribeiro é Investigadora-Coordenadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Professora no programa de doutoramento Pós-Colonialismos e Cidadania Global (CES/ FEUC) da Universidade de Coimbra e, com Roberto Vecchi, responsável pela Cátedra Eduardo Lourenço, Camões/Universidade de Bolonha. Coordenou o projeto MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias, do Conselho Europeu de Investigação, entre outros projetos, e é autora de vários livros e artigos. A sua última publicação em coautoria com Fátima da Cruz Rodrigues intitula-se Des-cobrir a Europa, Filhos de Impérios e Pós-memórias Europeias (Afrontamento, 2022).
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Pedro Sepúlveda
Pedro Sepúlveda é Professor Auxiliar no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Investigador do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da mesma faculdade. O seu trabalho desenvolve-se nos campos da Literatura Moderna, Teoria da Literatura e Crítica Textual, com foco particular em Fernando Pessoa e no modernismo literário português. Publicou o ensaio Os livros de Fernando Pessoa (Ática, 2013) e o estudo antológico O planeamento editorial de Fernando Pessoa (com Jorge Uribe, INCM, 2016), editou o volume IX das Obras Completas de Eduardo Lourenço: Pessoa Revisitado – Crítica Pessoana I (1949-1982) (Gulbenkian, 2020). Coordena o projeto de investigação Estranhar Pessoa e a edição digital dos projetos editoriais e publicações em vida de Pessoa.
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Richard Zenith
Radicado em Portugal há mais de 30 anos, Richard Zenith é escritor, tradutor, investigador, e um dos mais destacados especialistas (nacionais e internacionais) da vida e obra pessoanas. Esteve ligado ao Grupo de Estudos do Modernismo Português a partir de 1997, mas o trabalho que desenvolveu sobre a obra pessoana é vasto e marcado por uma certa independência. É o organizador do Livro do Desassossego e muitas outras obras de Pessoa, publicadas pela Assírio & Alvim, publicou uma fotobiografia de Pessoa e foi cocomissário da exposição Fernando Pessoa: Plural Como o Universo (São Paulo, 2010; Rio de Janeiro, 2011; Lisboa, 2012). Traduziu não apenas várias obras de Pessoa para inglês mas também as cantigas galego-portuguesas, Camões, Carlos Drummond de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andresen e muitos poetas vivos. Richard Zenith foi galardoado com o Prémio Pessoa em 2012.
Em 2022 publicou Pessoa: Uma Biografia, o mais completo trabalho biográfico sobre Fernando Pessoa que até hoje se escreveu, escolhido como um dos melhores livros de 2021 por prestigiadas publicações anglo-saxónicas – The New York Times, The Spectator, The New Statesman, Kirkus Reviews e Publishers Weekly – e foi finalista do Prémio Pulitzer 2022.
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Rita Patrício
Rita Patrício ensina na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é membro do seu Centro de Estudos Comparatistas. Integra o projeto Estranhar Pessoa: um escrutínio das pretensões heteronímicas. Publicou Episódios. Da teorização estética em Fernando Pessoa (2012) e Apontamentos. Pessoa, Nemésio, Drummond (2016); e coeditou com Osvaldo M. Silvestre As Conferências do Cinquentenário da Teoria da Literatura de Vítor Aguiar e Silva (2020). É autora de ensaios, em volumes coletivos e em revistas especializadas, sobre literatura portuguesa moderna e contemporânea.
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Roberto Vecchi
Roberto Vecchi é Professor Catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira e de História da Cultura Portuguesa na Universidade de Bolonha. Desde 2007, é Coordenador, com Margarida Calafate Ribeiro, da Cátedra Camões Eduardo Lourenço. Foi Presidente de 2014 a 2021 da Associação Internacional de Lusitanistas. Autor de uma ampla bibliografia sobre a teoria e a história das culturas de língua portuguesa, assinala-se a autoria, com Vincenzo Russo, do volume A literatura Portuguesa. Modos de ler (2022).
Programa
09:45 / Abertura
Guilherme d’Oliveira Martins
10:00 / Apresentação do Colóquio
Pedro Sepúlveda
10:15 / Eduardo Lourenço: o sublime encantamento do impensado
Roberto Vecchi
— PAUSA PARA CAFÉ —
11:30 / O Mito-Pessoa
António M. Feijó
Rita Patrício
Pedro Sepúlveda
Moderação: Richard Zenith
— PAUSA PARA ALMOÇO —
14:30 / Poesia e Modernidade
Carlos Mendes de Sousa
Joana Matos Frias
Moderação: Luís Miguel Queirós
15:30 / Portugal
João Dionísio
Margarida Calafate Ribeiro
Moderação: Clara Caldeira
— PAUSA PARA CAFÉ —
17:00 / Vida e Pensamento
João Tiago Lima
José Carlos de Vasconcelos
Moderação: Isabel Lucas
18:00 / Eduardo Lourenço, Vislumbre de um Instante
Lídia Jorge
19:00 / Concerto de Encerramento
Noite Transfigurada (Verklärte Nacht), op.4, Arnold Schönberg (1874–1951)
Sexteto de cordas da Orquestra Gulbenkian
Maria Balbi – Violino
Miguel Simões – Violino
Alexandra Mendes – Viola
Leonor Braga Santos – Viola
Varoujan Bartikian – Violoncelo
Hugo Paiv – Violoncelo
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