Plantas e árvores em flor para descobrir no Jardim em abril e maio
Um naturalista no Jardim Gulbenkian
Ao percorrer os 7,5 hectares deste espaço verde, pode encontrar 94 espécies de arbustos, 84 árvores, 80 herbáceas e ainda 15 trepadeiras. Muitas estão em flor, o que torna ainda mais agradável uma caminhada de olhos bem atentos à vegetação do Jardim.
Aqui ficam nove flores para descobrir, para reconhecer e dar-lhes um nome, sempre que as avistar.
Pervincas
Vinca difformis
Esta é uma planta com muitos nomes. Em Portugal também é conhecida por ervas-da-inveja ou congorças, por exemplo. As pervincas preferem os bosques, onde se dão melhor em locais abrigados do sol e com humidade. É entre janeiro e finais de maio que podemos apreciar as flores azuis desta espécie originária do Sudoeste da Europa e do Norte de África.
Alhinhos
Allium triquetrum
Chamam-lhe alho-bravo. Esta planta de aspeto delicado, originária da região do Mediterrâneo, ocorre em clareiras de pinhais ou carvalhais, nas margens de rios, bermas de estrada, em locais húmidos e sombrios. Pode encontrá-la em flor entre os meses de fevereiro e abril.
Margaridas
Bellis perennis
Ícones da primavera, as margaridas babitam em prados, clareiras de matos e matas, caminhos e em terrenos incultos e pousios e gostam de humidade. As pequenas flores das margaridas podem observar-se de janeiro a julho e em muitos locais fazem parte da paisagem. Esta planta autóctone em Portugal Continental (ocorre naturalmente no território) pode ser facilmente confundida com outra espécie do jardim também conhecida como margarida ou margacinha, mas originária da América Central: a Erigeron karwinskianus. Esta última tem as flores mais pequenas e com um leve tom rosado.
Massaroco
Echium candicans
Com os seus cones cobertos de pequeninas flores roxas, o massaroco é um arbusto originário da Madeira, onde é mais comum observá-lo nos pontos mais altos da ilha. É uma espécie protegida na União Europeia e costuma florescer entre abril e agosto.
Pilriteiro
Crataegus monogyna
Nas primeiras semanas de Primavera, este arbusto ou pequena árvore enche-se de pequeninas flores brancas ou em tons rosa. Mas são dias que acabam depressa, pois só duram entre abril e maio. É uma espécie espontânea da Europa que gosta de sítios húmidos e sombrios. Para o distinguir de outros arbustos com flor semelhante, tenha atenção ao recorte das folhas. O pilriteiro pertence a um conjunto de espécies primitivas que podem ser vistas no Jardim, tal como o azereiro, o loureiro, o zambujeiro, a azinheira, o sobreiro, carvalhos, alfarrobeira e freixo de folha estreita.
Loureiro-cerejeiro
Prunus laurocerasus
Também chamada loiro-inglês ou loureiro-romano, entre vários nomes, esta árvore ou arbusto grande pode ver-se em diferentes zonas do Jardim, ornamentada com cachos de pequenas flores brancas entre abril e junho. Trata-se de uma espécie originária da Ásia Menor e do Sudeste da Europa.
Olaia
Cercis siliquastrum
É também apelidada de árvore-do-amor ou árvore-de Judas, pois a lenda diz que foi nesta árvore que Judas Iscariotes se terá enforcado. A olaia tem origem na região do Mediterrâneo Oriental e é mais fácil de identificar entre março e junho, quando se enche de cachos de vistosas flores em tons rosados que nascem antes das folhas, formando-se algumas também no tronco.
Tojo
Ulex europaeus
São várias as espécies de tojo, todas elas do género Ulex. No caso do Ulex europaeus, que pode observar no Jardim, este arbusto espinhoso é originário da Península Ibérica. Em Portugal, pode encontrá-lo em muitos locais variados, incluindo orlas de bosques, taludes de estradas e campos agrícolas abandonados. As pequenas flores amarelas do tojo são mais comuns nos primeiros meses do ano, até meados de Maio, e também em outubro e novembro.
Lírio-amarelo-dos-pântanos
Iris pseucadorus
O nome faz justiça a este lírio, que gosta da companhia da água e pode ver-se nas margens de rios e ribeiras, em valas, arrozais e outras zonas húmidas. Costuma florescer desde o final de março até aos últimos dias de junho, acompanhando a Primavera. Pelo Jardim pode encontrar ainda outras espécies de lírios, como o roxo Iris xiphium.
Para aprender mais sobre estas e outras espécies de flora, pode consultar o livro “Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian: Flora”, da autoria de Raimundo Quintal, e explorar o portal Flora-On, da Sociedade Portuguesa de Botânica.
Um naturalista no Jardim Gulbenkian
Uma vez por mês, ao longo de um ano, a revista Wilder revelou algo a não perder no Jardim Gulbenkian e lançou-lhe um desafio: descobrir e fotografar ou desenhar cada descoberta. No ano seguinte, a partir da biodiversidade do jardim, e com a ajuda de especialistas, respondemos a vários “como e porquê” de aves, insetos, mamíferos, anfíbios e plantas.