Novas Perspetivas para a Inovação Social
Uma das prioridades estratégicas da Fundação Calouste Gulbenkian vai ser o tema da grande conferência que, a 27 e 28 de novembro, reúne empreendedores sociais, representantes da sociedade civil, decisores regionais e nacionais, filantropos, investidores de capital de risco e business angels. Uma organização conjunta da Comissão Europeia, Governo português e Fundação Calouste Gulbenkian para discutir o futuro da inovação social na Europa.
Carlos Moedas, comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Marianne Thyssen, comissária europeia para o Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa de Portugal, e Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, são as figuras de proa no encontro internacional que, a 27 e 28 de novembro, pretende impulsionar a inovação social na Europa como uma forma eficiente e eficaz de promover políticas públicas inclusivas e criadoras de riqueza.
A conferência Novas Perspetivas para a Inovação Social permitirá fazer um balanço da inovação social hoje, analisar novas tendências nesta área, identificar oportunidades futuras, em termos não só de bem-estar social, mas também de crescimento, emprego e oportunidade de negócios para a Europa, promover a criação de redes entre inovadores, empresários e outros criadores de valor, avaliar o papel da inovação social na próxima geração de políticas públicas e analisar os vários instrumentos de financiamento disponíveis.
Em paralelo com o programa principal, em que participam empreendedores sociais, representantes da sociedade civil, decisores regionais e nacionais, filantropos, investidores de capital de risco e business angels, entre outros especialistas, decorrerá uma apresentação de projetos e iniciativas na área da inovação social com oficinas práticas. Na abertura do evento, no dia 27, vai ainda ser lançado o primeiro Prémio de Inovação Social do Horizonte 2020, no valor de dois milhões de euros, centrado nas soluções mais adequadas para Melhorar a Mobilidade de Pessoas Seniores.
Novas e melhores respostas
A criação das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, no final dos anos 50, é um exemplo paradigmático de inovação social, mesmo quando ainda não havia um nome para o conceito. Foi um projeto altamente disruptivo no momento do seu lançamento, que vinha responder a necessidades básicas de Educação, promovendo a leitura.
A inovação é normalmente percecionada em associação com a ciência e com a tecnologia, áreas em que o impacto da inovação se reflete no desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços muito valorizados nas sociedades contemporâneas. Contudo, a inovação também acontece no domínio social. Projetos que, no seu arranque, foram vistos como utópicos são hoje um dado adquirido devido ao seu impacto na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Mas o que é, afinal, “inovação social”? Hoje, e desde sempre, a inovação social acontece quando se encontra uma nova e melhor resposta para uma determinada necessidade social não satisfeita. A sua recente conceptualização veio apenas reconhecer a importância de apoiar e promover esta abordagem na resolução de desafios sociais. Pela sua capacidade de assumir riscos e de mobilizar recursos, a Fundação Calouste Gulbenkian sempre foi um espaço privilegiado para promover a inovação social e essa tem sido assumida como uma das suas prioridades estratégicas.
Orquestra Geração, Fruta Feia, Academia de Código e Ópera na Prisão são alguns dos projetos mais emblemáticos que a Fundação já apoiou. Explorar o papel da tecnologia na resolução de problemas sociais (ex. Hack for Good), promover o papel das artes nos processos de inclusão (ex. programa PARTIS), atrair talento e promover novas lideranças no sector social, e ainda testar novas formas de financiamento (ex. Laboratório de Investimento Social) são neste momento as prioridades da Fundação, que apoia os projetos na sua fase piloto e no desenvolvimento inicial das iniciativas, para depois promover a sua sustentabilidade e escala, e influenciar políticas públicas.