HORTUS

De Patrícia Portela e Christoph De Boeck

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Em 2012, Patrícia Portela & Christoph de Boeck juntavam-se para propor em HORTUS uma ecologia para o futuro, um espaço acústico que se adaptava às condições meteorológicas e à atividade humana. O futuro era o longínquo ano de 2020, o tema, as alterações climatéricas, e uma questão central: e se o melhor a fazer para mudar o mundo for parar?

Em HORTUS, um labirinto de caixas negras, espalhadas pelo jardim, medem a dinâmica do vento, a captação da luz e a intensidade da ocupação humana. Um algoritmo processa a informação dos sensores instalados no jardim e decide qual a “eficácia” de cada planta na captação de cada um destes três elementos e redistribui a paisagem sonora que ouvimos. Pequenos altifalantes, nos arbustos ou nas árvores, reproduzem o chilrear dos pássaros, quais fantasmas sonoros. 

Uma rede de micro-histórias, impressas em placas botânicas feitas de e-papel comparam definições – políticas, económicas, sociais ou ecológicas – de palavras tão simples como “regeneração”, “beleza” ou “tempo”. Crescer não é o mesmo para uma unha, uma pessoa ou um PIB de um país. A decomposição de um ser humano, de uma planta ou de uma lixeira tem aspectos diferentes e muito específicos a cada um.

 

Ficha técnica

Conceito e som: Christoph De Boeck
Conceito e texto: Patrícia Portela
Eletrónica: Culture Crew
Algoritmos: Luis M. Russo
Construção e design das placas: Brian Rommens e João Gonçalves
Edição de texto: Isabel Garcez
Pós produção e-placas botânicas e montagem: irmã lucia efeitos especiais
Produção Prado e deepblue: Ilse Joliet, Pedro Pires, Helena Serra

Co-produtores e parcerias: Maria Matos Teatro Municipal (Lisboa) | Kaaitheater (Bruxelas) | ICA (Londres), Festival Van Vlaanderen (Kortrijk) | Embaixada de Portugal na Bélgica | Verbeke Foundation (Kemzeke) | Festival Escrita na Paisagem (Évora) | Câmara Municipal de Lisboa/Direcção Municipal de Cultura | ZDB (Lisboa)


Christoph De Boeck creates visual sound-based installations. He has been drawn to sound in a performative context, treating the sonic as a force unfolding within the empty space of a blackbox. His exhibition work is marked by a tension resulting from discrepancies between what we experience as visual and what we hear. Recently De Boeck has focused on acoustic traces left behind by stress events. For example, cracks in infrastructure elements are revealed by ultrasonic technology. In this work the arrangement of sound marks relates to a man-made world under pressure. The acoustic image points to a larger event which is taking place within a horizon we cannot define. Sound, an instant of physical impact as much as an elusive trace, articulates the displacement of energy in bodies of architecture, of infrastructure and of humans. His work has been presented in Bozar Brussels, Verbeke Foundation Kemzeke, STUK Leuven, STRP Eindhoven, Netwerk Aalst, z33 Hasselt, Le Bon Acceuil Rennes, Concertgebouw Bruges, Museum for Art & Technology MAAT Lisbon and many other venues. Christoph De Boeck is artistic co-director of Overtoon, a platform for research, production and distribution in sound arts based in Brussels.

Patrícia Portela (1974) Autora de performances e obras literárias, vive entre Paço de Arcos, Viseu e Antuérpia Portugal. Concluiu uma licenciatura em Realização Plástica do Espetáculo em Lisboa, na Escola Superior de Teatro e Cinema, um mestrado em cenografia e dramaturgia do espaço na Universidade de Utrecht e na Central St Martins College of Art de Londres, uma pós-graduação em teatralidade e performatividade pelo Arts, Performace and Theatricality em Antuérpia, um estágio na European Film College of Cinema em Ebeltoft, Dinamarca, em som, edição e documentário e um mestrado em filosofia pela Universidade de Leuven. Encontra-se prolongadamente a concluir o doutoramento em artes e multimédia na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Itinera com regularidade pela Europa e pelo mundo.

É reconhecida nacional e internacionalmente pela peculiaridade da sua obra, e recebeu por ela vários prémios (dos quais destaca o Prémio Madalena Azeredo de Perdigão/Fundação Calouste Gulbenkian para Flatland I em 2005 e menção honrosa para Wasteband em 2004, o Prémio Teatro na Década para Wasteband em 2003, o Prémio Revelação dos Críticos de teatro em 1998 ou a menção honrosa em 2006 para a Trilogia Flatland). Autora de vários romances e novelas como Para Cima e não para Norte (2008), Banquete (2012, finalista do Grande Prémio de Romance e novela APE) ou Dias úteis (2017, considerado pelas revistas Sábado e Visão um dos melhores livros do ano), entre outros, todos com a chancela Editorial Caminho. Participou no prestigiado 46º International Writers Program em Iowa City em 2013 na Universidade de Iowa City e foi a sua primeira Outreach Fellow. Foi uma das cinco finalistas do primeiro Prémio Media Art Sonae 2015 com a sua instalação Parasomnia, primeira bolseira literária em Berlim da Embaixada Portuguesa na Alemanha em 2016 e uma das primeiras bolseiras das novas bolsas literárias da DGLAB com uma obra a ser publicada brevemente. Leciona dramaturgia e imagem regularmente na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Universidade do Minho, no Forum Dança, em Portugal, na escola de escrita em Curitiba, no Brasil, entre outros espaços de formação de performance alternativos. Foi brevemente cronista na Antena 1 em Fio da Meada em 2019 e 2020 até ao seu ultimo episódio no ar. É cronista regular do Jornal de Letras, Artes e Ideias e do Coffeepaste desde 2017. É atualmente diretora artística da Associação Cultural o Prado, da qual é membro fundador, e diretora artística do Teatro Viriato, em Viseu, Portugal.


JARDIM CONCRETO

O Jardim Gulbenkian através de três instalações – HORTUS (Patrícia Portela e Christoph De Boeck), À Margem (Paulo Morais) e ESTADO EROSÃO (Berru) –, transforma-se num Jardim Concreto, onde se presta homenagem ao som enquanto matéria, à fauna e flora endémicas do Jardim Gulbenkian e até à sua matéria orgânica. Pretende-se realçar a paisagem do Jardim, identificar certos elementos próprios, auscultá-los e devolvê-los amplificados, mas também promover a reflexão sobre questões atuais: a nova época geológica em que vivemos, a crise ambiental provocada pela atividade humana e as repercussões – sociais, ecológicas e económicas – desta atividade.


JARDIM DE VERÃO

Num ano em que o Jardim Gulbenkian é, mais do que nunca, um lugar de liberdade, e num tempo marcado pelos desafios à fruição artística, o Jardim de Verão apresenta-se com uma programação transdisciplinar e verdadeiramente eclética, a cargo da ZDB (Galeria Zé dos Bois).

Pensado para “salvaguardar um espaço inclusivo, mantendo uma atenção particular ao usufruto individual”, o programa parte das qualidades do Jardim para explorar vários caminhos que passam pela instalação, pela performance e pela música.

 

Conheça a programação

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