Estes corpos que nos ocupam

Com Diana Niepce, João Fiadeiro, Paula Caspão e moderação de Carlos Manuel Oliveira

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Esta conversa tem lugar após e no contexto da apresentação das performances Este Corpo que me Ocupa, de João Fiadeiro, e Enfreakment, de Diana Niepce, com ambos os artistas, Paula Caspão e moderação de Carlos Manuel Oliveira.

O corpo, habitualmente entendido como medium privilegiado da dança, é também, por isso mesmo, o território das forças sociais que a animam. João Fiadeiro e Diana Niepce, sendo de gerações artísticas distintas e com universos estéticos díspares, têm em comum a problematização do corpo enquanto matéria e veículo, propondo através dos seus trabalhos a experimentação das suas potências e a reinvenção das suas possibilidades.

João Fiadeiro confere ao corpo a capacidade de se esvaziar do sujeito, abrindo a sua significação ao que de relação há com o mundo – o palco, a cena, a sala de estar de uma casa qualquer –, convidando a alargar a perceção do que pode cada corpo e cada coisa. Diana Niepce faz uso da vida autónoma do seu corpo para colocar em jogo estruturas de poder do sujeito em relação a si próprio, e dos sujeitos em relação uns com os outros. Através da constatação de um corpo-coisa, a obra de ambos questiona a subjetividade política, humana e não-humana, do corpo, atribuindo-lhe materialidades e modos de existir outros, reimaginando também a realidade de onde emergem as suas danças.

Imagem: Raw a Nude, de Diana Niepce © Pedro Tiago

Diana Niepce (1985, Lisboa) é bailarina, coreógrafa e escritora. Em 2014, a queda de um trapézio deixou-a tetraplégica, obrigando-a a reformular a sua identidade artística. É autora de várias peças, que apresenta por toda a Europa, a par de colaborações diversas. A sua peça Anda, Diana venceu o Prémio Melhor Coreografia 2022 da Sociedade Portuguesa de Autores. É autora dos livros Bayadére e Anda, Diana.

João Fiadeiro (1965, Paris) pertence à geração da Nova Dança Portuguesa. Em 1990 fundou a Companhia RE.AL, estrutura que produz as suas criações, tendo dirigido o Atelier Real entre 2004 e 2019. Sistematizou a Composição em Tempo Real, ferramenta teórico-prática que o leva a lecionar nacional e internacionalmente. É doutorando no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra e Artista Associado do Fórum Dança.

Paula Caspão (1968, Portugal) é investigadora e docente no Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa. Dedica-se aos campos expandidos da dança, edição, cinema experimental e arquivo, apresentando o seu trabalho internacionalmente. Doutorou-se em Filosofia pela Universidade Paris Ouest Nanterre, com tese sobre o sensorium da coreografia contemporânea (2010). É autora e editora de várias publicações.

Carlos Manuel Oliveira (1980, Santarém) trabalha como artista nos campos da coreografia e da performance. Depois de um período de investigação dedicado à crítica da relação entre a coreografia e a dança, bem como aos modos de existência do conhecimento que lhes está associado — foi investigador em universidades da Europa e E.U.A., lecionando em algumas e doutorando-se em 2016 pelo Programa UT Austin | Portugal com a tese “Objectos Coreográficos: Abstracções, Transducções, Expressões” —, dedica-se desde 2017 a produzir, criar e apresentar o seu trabalho artístico e curatorial, sem abandonar os mesmos problemas.

dança não dança

Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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