Cinco sinais de que a primavera está a chegar para procurar em fevereiro e março
Um naturalista no Jardim Gulbenkian
Mesmo nos dias cinzentos e frios que marcam muitas vezes o último mês de inverno, há pequenas pistas que indicam que esta época de descanso e recolhimento está a terminar. É que a primavera não respeita calendários oficiais e já está a dar os primeiros passos no Jardim.
Margaridas
Bellis perennis
As pequenas margaridas de pétalas brancas estão entre as primeiras flores que pode encontrar nos relvados quando os dias começam a ficar claramente mais compridos, dando uma cor acrescida ao jardim ainda no frio de fevereiro. É nesse mês que esta planta nativa começa a florescer em força.
Folhados
Viburnum tinus
Os arbustos de folhado são também dos primeiros a anunciar que o inverno está a chegar ao seu fim. Por esta altura, pelo meio dos ramos sempre verdes, já se podem ver grandes cachos de pequenas flores brancas, um festim para os insetos polinizadores.
Abelhas e abelhões
Se procurar atentamente, poderá notar a intensa atividade das abelhas melíferas e dos abelhões em torno dos alecrins (Rosmarinus officinalis) em flor e dos arbustos de folhado, em especial quando espreita o sol. É em fevereiro que as obreiras começam a colher néctar e pólen, uma tarefa que em Portugal se prolonga quase sempre até ao final do verão.
As primeiras folhas
As árvores do jardim, ainda com os ramos despidos de folhas, também já se estão a preparar para a primavera. Tal é o caso das romãzeiras (Punica granatum), dos choupos (Populus sp.) e dos carvalhos (Quercus sp.). Se observar com atenção os ramos mais baixos, pode ver pequenos rebentos delicados de cor rosada, avermelhada ou verdes, por vezes já com minúsculas folhas que começam a despontar.
Andorinhas
Entre fevereiro e março costumam chegar as muitas aves migradoras que vêm a Portugal fazer os ninhos. As andorinhas-das-chaminés (Hirundo rustica) e as andorinhas-dos-beirais (Delichon urbicum) nunca passam despercebidas. Com as suas caudas bifurcadas, voam pelo jardim em busca de insetos para se alimentarem.
Um naturalista no Jardim Gulbenkian
Uma vez por mês, ao longo de um ano, a revista Wilder revelou algo a não perder no Jardim Gulbenkian e lançou-lhe um desafio: descobrir e fotografar ou desenhar cada descoberta. No ano seguinte, a partir da biodiversidade do jardim, e com a ajuda de especialistas, respondemos a vários “como e porquê” de aves, insetos, mamíferos, anfíbios e plantas.