1,9 milhões de portugueses não tem capacidade para manter a sua habitação adequadamente aquecida. Portugal é o quarto país da União Europeia com uma maior percentagem da população afetada por este problema.
(INE, 2021)
Para acelerar a transição energética justa do país, a Fundação Calouste Gulbenkian lançou o Ponto de Transição, uma iniciativa de proximidade que atua ao nível do município ou da freguesia e que testa um modelo inovador de apoio às famílias na melhoria do desempenho energético das suas habitações.
O objetivo é facilitar, aos munícipes, informação sobre como podem melhorar o conforto térmico das suas casas – uma necessidade premente em Portugal, que é atualmente o 5º país da Europa com maior risco de pobreza energética.
Na sua primeira fase, o projeto-piloto Ponto de Transição está a ser implementado no distrito de Setúbal em parceria com a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, CENSE – Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (FCT-NOVA) e RNAE– Associação das Agências de Energia e Ambiente (Rede Nacional), e com a colaboração da Câmara Municipal de Setúbal, da Câmara Municipal de Palmela, da Câmara Municipal de Sesimbra e das Juntas de Freguesia dos respetivos concelhos.
Incapacidade ou dificuldade de manter a habitação com um nível adequado de serviços energéticos essenciais (p.ex. fornecimento de energia elétrica e gás), devido a uma combinação de vários fatores tais como baixos rendimentos, baixo desempenho energético das habitações e elevados custos com energia, entre outros.
Quem vive em habitações sem conforto térmico: muito frias no inverno ou muito quentes no verão, com infiltrações, humidade ou problemas de qualidade do ar interior. Os idosos e as crianças estão entre os grupos demográficos mais afetados. A pobreza energética tem graves repercussões na sua saúde física e mental.
Portugal é dos países com maiores níveis de pobreza energética na União Europeia – entre 1,9 e 3 milhões de portugueses estão afetados. O país apresenta também uma das maiores taxas de excesso de mortalidade no Inverno da região, estando esta diretamente associada à baixa qualidade das habitações portuguesas.
O Ponto de Transição é um espaço de atendimento presencial que funciona num contentor marítimo reutilizado, podendo ser deslocado entre municípios consoante as necessidades do projeto. Numa primeira fase esteve localizado na cidade de Setúbal, tendo entretanto sido deslocado para Palmela, encontrando-se atualmente em Sesimbra.
Com o apoio de um perito qualificado, o Ponto de Transição presta os seguintes serviços à população local:
O Ponto de Transição, atualmente localizado em Sesimbra, pode ser visitado sem agendamento prévio, dentro do seu horário de funcionamento, para solicitar informação e aconselhamento sobre faturas e formas de financiamento.
Já a avaliação energética gratuita de habitações deve ser agendada presencialmente ou via telefone ou email. Estas avaliações são conduzidas por Agentes de Transição – cidadãos selecionados entre a comunidade local, em colaboração com a Câmara Municipal, e formados especificamente para este projeto.
Morada
Junto ao Mercado Municipal da Quinta do Conde, Sesimbra
Horário de Funcionamento
Dias úteis das 10:00 às 14:00 e das 15:00 às 18:00
Contactos
– E-mail: [email protected]
– Contacto telefónico: (+351) 925 260 049
A Fundação Calouste Gulbenkian é responsável pela conceção, financiamento e gestão do projeto Ponto de Transição.
Responsável pela implementação e operacionalização do projeto no terreno
A ENA é uma associação sem fins lucrativos constituída por entidades públicas e privadas e cidadãos, criada em 2006 pelos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, no âmbito do Programa Energia Inteligente Europa. Promove a eficiência energética, a sustentabilidade e as boas práticas ambientais no Território da Arrábida com vista à transição para o Desenvolvimento Sustentável em áreas como: PLANEAMENTO (Plano de Mobilidade Elétrica, Planos Locais de Adaptação às Alterações Climáticas e Planos de Ação para a Energia Sustentável no âmbito do Pacto dos Autarcas); ECONOMIA CIRCULAR (reciclagem de óleo alimentar usado para a produção de biodiesel); CAPACITAÇÃO (das cidades na conceção de roteiros para a neutralidade climática e através de ferramentas de apoio à tomada de decisão em relação à eficiência energética em edifícios públicos); SENSIBILIZAÇÃO (envolvimento da comunidade na mudança comportamental através de ferramentas pedagógicas); e ÁREA TÉCNICA (suporte na gestão energética, na conceção de infraestruturas energeticamente eficientes, auditorias e implantação de sistemas de gestão de energia).
Responsável pelo acompanhamento científico do projeto
O CENSE é um centro de excelência interdisciplinar e educação avançada em sustentabilidade, estando inserido na NOVA School of Science and Technology da NOVA University of Lisbon. As atividades desenvolvidas no CENSE seguem cinco princípios fundamentais: trabalhar por um futuro sustentável; investigação interdisciplinar; pluralismo metodológico; liberdade de investigação; promoção de uma abordagem científica ligada à sociedade. O CENSE explora novos caminhos para a construção de uma sociedade sustentável nas áreas de economia ecológica e gestão ambiental; energia e clima; biorecursos e tecnologias verdes, computação para a sustentabilidade e saneamento de água e recuperação de resíduos sustentável. Como um centro cientificamente reconhecido, integra redes internacionais e nacionais e produz conhecimento que informa as decisões de política multi-escala, promovendo a cocriação de soluções com a sociedade. Desde 2016, promove investigação e apoio a entidades locais na área de pobreza energética, fazendo atualmente parte da equipa de coordenação do EU Energy Poverty Advisory HUB.
Responsável pela identificação de programas e instrumentos de financiamento aplicáveis ao público-alvo do projeto.
A RNAE é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 2010, cujo objetivo principal passa por promover a participação das 21 Agências de Energia e Ambiente existentes em Portugal em projetos de âmbito alargado, bem como desenvolver parcerias, nas seguintes áreas de intervenção: Eficiência Energética, Energias Renováveis, Combustíveis Alternativos, Mobilidade Sustentável, Valorização de Resíduos, Alterações Climáticas e Combate à Pobreza Energética. A área geográfica de abrangência da RNAE é coincidente com a das Agências de Energia e Ambiente (cerca de 66% dos municípios de Portugal), salientando-se que dos 308 municípios existentes em Portugal, 203 são abrangidos por Agências de Energia e Ambiente.
As principais áreas de atuação da RNAE são concordantes com as das Agências de Energia e Ambiente (de âmbito municipal e regional, que voluntariamente decidiram aderir a esta rede de cooperação), nomeadamente, a promoção do uso racional de energia e da utilização de fontes de energia renovável, o desenvolvimento de projetos e atividades com vista ao aproveitamento das energias renováveis, a proteção e valorização do ambiente e a dinamização de ações de formação, sensibilização e capacitação de diversos agentes locais nestas temáticas.
ODS 1
Erradicar a pobreza
ODS 3
Saúde de Qualidade
ODS 7
Energias Renováveis e Acessíveis
ODS 8
Trabalho Digno e Crescimento Económico
ODS 10
Reduzir as Desigualdades
ODS 11
Cidades e Comunidades Sustentáveis
ODS 13
Ação Climática
ODS 17
Parcerias para a Implementação dos Objetivos
Parceiros