Yassmin Forte vence Prémio de Fotografia Africana Contemporânea

A fotógrafa moçambicana, que participou em duas residências artísticas apoiadas pela Fundação, está entre os vencedores do CAP Prize com um trabalho que aborda os efeitos do colonialismo e da migração utilizando arquivos da família.
27 set 2023

Yassmin Forte nasceu em Quelimane, na Zambézia, em 1980, e vive em Maputo desde 1986. O trabalho premiado, intitulado “This is a story about my family” [Esta é uma história sobre a minha família], consiste numa viagem às suas raízes, mergulhando entre arquivos de família, imagens e fotografias que refletem sobre os efeitos do colonialismo e da migração na história da sua família e do povo africano.

Neste projeto, Yassmin explica que procurou “investigar a forma como os africanos se tornaram o resultado de misturas, migrações e colonização”, desvendando também a sua própria identidade. Para isso, a técnica utilizada foi a colagem, justapondo imagens familiares antigas com cenas do Moçambique moderno e atual, num jogo oscilante entre o passado e o presente.

Ao longo do seu percurso, a fotógrafa participou em duas residências apoiadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da internacionalização artística: Catchupa Factory, que teve como objetivo estimular o reconhecimento e a visibilidade internacional do trabalho autoral em fotografia e incentivar a mobilidade de novos fotógrafos no Mindelo, Cabo Verde, em 2018; e Upcycles, em 2021, que propôs a reutilização de arquivos audiovisuais através da criação de obras de arte em várias disciplinas artísticas, em Maputo, Moçambique.

O CAP Prize – Contemporary African Photograpy é atribuído anualmente, desde 2012, a artistas criados no continente africano ou projetos relacionados com a diáspora africana. Visa fornecer uma plataforma para que jovens fotógrafos possam mostrar o seu trabalho ao público internacional, procurando desafiar as habituais narrativas sobre África e promover representações mais diversas sobre o continente.

Além de Yassmin, os vencedores desta edição do Prémio são Nadia Ettwein (África do Sul), Maheder Haileselassie (Etiópia), Carlos Idun-Tawiah (Gana) e Léonard Pongo (República Democrática do Congo).

A Fundação Gulbenkian, através do programa Parcerias com África, apoia a internacionalização e profissionalização de artistas dos PALOP por meio de concursos para a mobilidade de artistas e pelo apoio à realização de residências artísticas.

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.