Sucesso do cinema português lá fora

A realizadora Laura Seixas, cujo percurso tem sido apoiado pela Fundação Gulbenkian, continua a colecionar prémios e nomeações em festivais internacionais.
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11 dez 2018

A realizadora Laura Seixas, cujo percurso tem sido apoiado pela Fundação Gulbenkian, continua a colecionar prémios e nomeações em festivais internacionais.

Laura Seixas anda em festivais há já alguns anos. Ainda não chegou aos 30 e já levou filmes seus de Cannes a Nova Iorque, do Rio de Janeiro ao Vermont. Não é fácil, confessa. Mas a vida de jovem realizadora é assim mesmo. Escreve, filma, procura parcerias, vai onde estiverem os apoios, os contactos, o financiamento. Desta vez, Laura queria muito ir ao ITV Fest, um festival de televisão e cinema independente promovido pela Television Academy, em Nova Iorque, “conhecido por descobrir novas vozes, novos talentos. Um bom sítio para fazer contactos e procurar financiamento”, explica. O investimento para passar cinco dias de outubro no Vermont era grande mas pensou: “Já tive apoio da Gulbenkian duas vezes [para levar as suas curtas – Belonging e Let there be light – a festivais de cinema]…”; e decidiu arriscar. A ida valia o investimento e até já tinha pedido emprestado aos pais,“felizmente, a candidatura foi bem-sucedida”, conta. O retorno, diz com imenso entusiasmo, “foi incrível!”. Conseguiu “contactos únicos” com todo o tipo de atores do ramo. Deram-lhe a oportunidade de enviar projetos seus para a Reel One Entertainment, reuniu com representantes da Fox Digital (que procura novos realizadores), da HBO (de quem tem recebido conselhos e contactos preciosos), da BondIt, afiliada do Estúdio Buffalo8 (com a qual está a negociar financiamento para a sua longa-metragem A carrinha) e, entre outros contactos e aprendizagens, ainda foi escolhida para realizar, em 2019, uma longa-metragem (do escritor Matthew Preston) em Nova Iorque. A Fundação, diz, não a ajudou só a chegar até Vermont. Ter “o apoio de uma fundação como a Gulbenkian abre portas, muda a perspetiva que os executivos podem ter” de novos realizadores.

Laura Seixas tem 27 anos. Licenciou-se na Universidade Nova de Lisboa e tirou um mestrado na MET Film School, Londres, onde se deixou ficar. A Fundação acompanha o seu percurso desde cedo. Este ano, apoiou a sua participação no ITV Fest para a apresentação da minissérie cinematográfica Dreaming Whilst Black (nove filmes de 10 minutos cada, a adaptar para televisão – um conceito em voga nos Estados Unidos). Estreada em março, oito meses depois a série já tinha sido nomeada 22 vezes em 11 festivais em três continentes e várias vezes premiada. Entre os prémios recebidos, conta-se o de melhor realizadora no festival do Rio.

 

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