Sérgio Pombo (1947-2022)
Fez parte do colectivo 5+1, com os pintores João Hogan, Júlio Pereira, Guilherme Parente e Teresa Magalhães, assim como o escultor Virgilio Domingues, nos anos 70 e 80.
O Centro de Arte Moderna acompanhou a obra do artista, integrando na sua coleção um total de 13 obras, pinturas e esculturas de 1973 a 2013, de fases distintas do seu trabalho. Em 2001, Jorge Molder, então director do CAM, programou uma relevante exposição do artista.
Sergio Pombo, sem nunca se ter desviado da figuração humana nem da exasperação expressiva é um dos nomes fundamentais revelados na arte portuguesa do último quartel do século passado, deixando-nos um vasto e singular espólio artístico capaz de reconfigurar e problematizar um olhar sobre a história de arte do seu tempo.
Na sua última exposição, apresentada na Fundação Carmona e Costa (2019-2020), o artista deixou enunciadas algumas pistas de interpretação: Todo o meu trabalho plástico foi, desde o início, a tentativa de representar o corpo. O Homem e a Mulher. (…) Gosto do objecto-pintura-escultura. A escultura vive no espaço, na paisagem. A sua energia está contida dentro da sua própria forma. A pintura, pelo contrário, está condicionada ao “quadro”. Não se pode pintar no vazio. (…) As figuras não são imagem. Confinadas à sua silhueta, são modelações do corpo. “Estátuas de pintura”. Talvez.
O seu trabalho, marcado com valores da cultura Pop, desenvolvendo um sistema icónico violento e agressivo ou fixando as figuras numa estatuária hierática e metafísica, é percorrido por uma energia singular, à velocidade de um tempo, que sempre soube medir e interrogar.