Projetos artísticos apoiados pela Fundação Gulbenkian vencem Prémios internacionais
Cofinanciado pela Fundação Gulbenkian, o filme A Morte de uma Cidade foi distinguido entre os 16 filmes-documentário nomeados para o Prémio DocAllianc do Festival Internacional de Documentário do Kosovo.
Estreado no DocLisboa 2022, A Morte de uma Cidade retrata a transformação de Lisboa no rescaldo da crise financeira e do crescimento imobiliário e turístico que se lhe seguiu, confrontando a memória que o realizador guarda da cidade com a realidade que se apresenta. Partindo da demolição de uma velha tipografia no Bairro Alto que dá lugar a apartamentos de luxo, João Rosas olha a cidade como uma personagem, tal como o tinha feito nas curtas-metragens Birth of a City (2009) ou Entrecampos (2012).
O prémio foi entregue no dia 12 de agosto durante o Festival Internacional de Documentário do Kosovo, onde o filme será também exibido.
O DocAlliance Award é um prémio que distingue, anualmente, o melhor filme de realizadores emergentes europeus. Os filmes que se apresentam a concurso são selecionados por alguns dos mais prestigiados festivais de cinema da Europa: CPH:DOX, Doclisboa, DOK Leipzig, FIDMarseille, Ji.hlava IDFF, Millennium Docs Against Gravity FF e Visions du Réel.
João Rosas (Lisboa, 1981) estudou Ciências da Comunicação e Cinema em Lisboa e Bolonha. Foi aluno do Curso de Realização de Cinema da London Film School no âmbito do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (2005). Fez o MA Filmmaking na mesma escola, em Londres, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 2006 e 2009. É autor de três livros de contos e de curtas-metragens como “A minha mãe é pianista” (2005), “Birth of a City” (2009), “Entrecampos” (2012), “Maria do Mar” (2015) e “Catavento” (2020) tendo sido premiado em Portugal, Espanha, França, Argentina e Brasil. Foi bolseiro no Projeto de investigação Works, sobre representações do trabalho no cinema.
O filme A Morte de uma Cidade foi cofinanciado pela Fundação Gulbenkian no âmbito do Concurso Novos Criadores de 2020.
Já a jovem coreógrafa Margarida Alfeirão, financiada pela Fundação Gulbenkian no âmbito do Concurso de apoio à circulação internacional, recebeu o prémio Young coreographers Award do Festival Internacional de Dança de Viena – Impusetanz, com o projeto LOUNGE. Este prémio distingue anualmente artistas com um trabalho emergente, destacando novas visões para o futuro da dança.
Marga Alfeirão (Lisboa, 1994) utiliza os media para criar espaços seguros para a exploração da intimidade e da sexualidade através da dança e da performance. Fortemente influenciada por géneros de dança e texturas sonoras da diáspora africana disseminadas pelo tecido social de Lisboa, tenta uma reivindicação ativa da feminilidade. Colaborou com Camila Malenchini, na estreia de Wet Eyez, em 2023. Trabalhou ainda com as coreógrafas Tamara Alegre, Antonja Livingstone, a arquiteta Afaina de Jong, entre outras. Participa ativamente na cena de dança de salão portuguesa como membro fundador da Casa das Musas. Licenciada em dança e coreografia pela HZT em Berlim (2017-21), iniciou Lapdances to Ringtones and Lullabies, uma pesquisa sobre erotismo e descanso.