Planeta A – porque não existe Planeta B
Composta por nove episódios de 50 minutos cada, esta série documental debruça-se sobre o problema das alterações climáticas, mostrando também as soluções que têm sido encontradas nos quatro cantos do mundo. Será apresentada às segundas-feiras, na RTP1, às 22:45.
Sem perder a ligação com a realidade portuguesa, a série dará a conhecer algumas das respostas mais inovadoras a questões como a poluição, o aquecimento global e a pobreza, e também propostas que pretendem amenizar as tensões culturais, políticas e raciais que emergem de todos esses desafios.
Na sessão de apresentação da série, realizada na Fundação Gulbenkian no dia 11 de abril, a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, falou na necessidade urgente da contribuição para um novo modelo de desenvolvimento que garanta uma maior coesão e igualdade de oportunidades. Para além de ir ao encontro dos objetivos de sustentabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota considerou que a série Planeta A é um “elemento de esperança” que nos faz “acreditar que ainda é possível inverter o caminho”.
Nicolau Santos, presidente da RTP, lembrou a importância dos documentários não só para que o público possa desfrutar do conteúdo, mas para que estes possam “formar e consolidar a sua consciência de cidadãos livres, independentes e formados”. Para terminar, Nicolau Santos salientou que não devemos esquecer-nos que não existe mais nada senão o planeta A e que a luta pela sobrevivência na terra “é o combate das nossas vidas”.
Já José Fragoso, diretor de Programas da RTP, destacou a importância que o tema da sustentabilidade tem nas nossas vidas, não podendo ser deixado para segundo plano porque “há temas que não se podem por na gaveta”. Os fatores que provocam desgaste no planeta agudizam-se diariamente e por isso mesmo, o diretor de Programas da RTP não deixa esquecer que “é preciso alterar comportamentos”.
Pela experiência vivida ao longo da gravação da série, João Reis, o apresentador/host do Planeta A, tornou-se ainda mais consciente de que o planeta não para mesmo quando há pandemias e guerras, e que da mesma forma, “o mal que lhe vamos fazendo também não”. Confessou-se “alarmado com o estado do planeta e com as coisas que temos rapidamente de fazer para ver se isto não se torna num processo irreversível”, mas com a esperança de que a série documental seja um contributo para a mudança das mentalidades.
Por seu lado, o realizador Jorge Pelicano afirmou como um dos grandes objetivos deste trabalho “mostrar” as realidades, porque “as palavras já existem há muito tempo”. Concluiu lembrando que a sustentabilidade não se restringe a questões ambientais, mas abrange muitos outros temas, que serão abordados na série.
Ao longo de mais de dois anos, João Reis viajou pelo planeta em busca de perguntas e de respostas, tornando-se o elo entre cientistas e investigadores de todo o mundo e o trabalho, realizado por vários indivíduos e organizações, que está a produzir muitas mudanças a nível local.
No primeiro episódio desta aventura, que oscila entre a apreensão e a esperança, João Reis leva-nos à Alemanha, o país europeu que mais aposta nas energias renováveis, mas que é simultaneamente o maior emissor de CO2 do continente europeu. De facto, a dependência alemã de mais de 80 centrais a carvão, com encerramento previsto apenas para 2038, tem vindo a motivar intensas manifestações de grupos ativistas na região da Renânia, onde se localizam várias minas de lignite (carvão castanho) a céu aberto.
O percurso termina na Cidade do Cabo, que, em 2018, esteve muito perto do “Dia Zero” – o dia em que se tornaria a primeira grande cidade mundial a perder o acesso à água canalizada.
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