Obra de Madalena Perdigão reconhecida internacionalmente
De 4 a 6 de setembro, esta conferência reúne especialistas e académicos de todo o mundo que vão falar sobre o papel das mulheres na música e, pela primeira vez, a obra de Madalena Perdigão será objeto de uma palestra com o título: Women Shaping Culture: Madalena de Azeredo Perdigão and her Outstanding Work in Portuguese Music Life from 1958 to 1989. A oradora será a investigadora e musicóloga Inês Thomas Almeida, que com Rui Vieira Nery comissariou as comemorações do centenário de Madalena Perdigão e a publicação de um livro com os seus textos escolhidos intitulado: “Vamos correr riscos” (ed. Tinta da China).
O papel determinante de Madalena de Azeredo Perdigão na reestruturação do Ensino Artístico em Portugal, no âmbito do Ministério da Educação e enquanto presidente da Associação Portuguesa de Educação Musical, bem como o seu pensamento sobre as artes e a música que pôs em prática no pais, através da ação da Fundação Gulbenkian, serão o tema central da intervenção de Inês Thomas Almeida.
Figura incontornável da história da Fundação Gulbenkian, Madalena de Azeredo Perdigão (1923-1989) marcou a vida artística portuguesa na segunda metade do século XX. Enquanto diretora do Serviço de Música teve uma ação determinante no estabelecimento de políticas estruturantes que trouxeram novos paradigmas de formação vocacional avançada, de internacionalização, de contemporaneidade e de valorização patrimonial. No ACARTE – Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte promoveu uma programação inovadora no sentido da releitura crítica do cânone artístico, da interdisciplinaridade, da multiculturalidade e das estratégias de mediação cultural.
O seu contributo será agora conhecido internacionalmente nesta conferência que reúne grandes nomes como as keynote speakers Laurie Stras e Gabriella di Laccio, duas das mais importantes figuras no panorama atual da investigação sobre mulheres na música. Laurie Stras dedica-se há décadas à recuperação e descoberta de compositoras nos conventos italianos dos séculos XVI e XVII, só conhecidas graças ao seu trabalho. Por seu lado, Gabriella di Laccio criou a Donne Foundation UK só para dar visibilidade às mulheres na música que, entre outras coisas, disponibiliza um catálogo online de mulheres compositoras e intérpretes. Este catálogo que se iniciou apenas com poucas centenas de nomes, já conta hoje com mais de 21 mil entradas.
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