Nuno Júdice (1949-2024)
Guilherme d’Oliveira Martins recorda-o como “um dos maiores poetas portugueses reconhecido internacionalmente”, vencedor do Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2013. O administrador da Fundação assinala o “talento absolutamente único no que se refere à literatura, à poesia e ao ensaio”, mas também o seu papel fundamental na Colóquio-Letras ao “revelar o que de melhor se faz no campo das letras em Portugal”.
Nuno Júdice publicou o seu primeiro livro de poesia em 1972, “A Noção de Poema” e o último “Uma Colheita de Silêncios” no ano passado. Nascido no Algarve a 29 de abril de 1949, fez os estudos secundários no Liceu Camões e formou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi aluno de Luís Filipe Lindley Cintra. Entre 1972 e 1977 foi docente do ensino secundário em Lisboa. De 1989 a 2015, foi professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou na área de Literaturas Românicas Comparadas com uma tese sobre O Espaço do Conto no Texto Medieval, orientando seminários em Literaturas Ibéricas Comparadas, Poesia moderna e contemporânea,
Além do Prémio Rainha Sofia, Nuno Júdice foi distinguido com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Pen Clube e o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus. Foi comissário para a área da Literatura na 49.ª Feira do Livro de Frankfurt, conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris (1997-2004) e diretor do Instituto Camões na capital francesa. Organizou ainda a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura. Foi ainda membro da redação da revista O Tempo e o Modo entre 1969 e 1974 e, de 1996 a 1999, dirigiu a revista de poesia Tabacaria, da Casa Fernando Pessoa.
Foto: © Márcia Lessa