Nikias Skapinakis (1931-2020)
Nikias Skapinakis nasceu em Lisboa em 1931, filho de pai grego e mãe portuguesa. Frequentou o curso de Arquitetura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, mas foi a pintura que abraçou e à qual se dedicaria ao longo do seu percurso artístico de mais de sete décadas. A sua obra atravessa assim, e marca profundamente, a arte portuguesa a partir da segunda metade do século XX. As suas primeiras exposições datam do fim dos anos de 1940, tendo realizado nas décadas seguintes inúmeras exposições coletivas e individuais. Mais recentemente, em 2012, o Museu Coleção Berardo apresentaria a extensa retrospetiva Nikias Skapinakis. Presente e Passado. 2012–1950, comissariada por Raquel Henriques da Silva. O artista foi prémio AICA/SEC em 1990 (Associação Internacional dos Críticos de Arte e a Secretaria de Estado da Cultura) e em 2005 é-lhe atribuído o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (Câmara Municipal de Amarante).
Cedo os caminhos de Nikias Skapinakis se cruzam com os da Fundação Calouste Gulbenkian que, em 1972, lhe dedica uma exposição individual no Centro Cultural de Paris. Em 1985, o recém-criado Centro de Arte Moderna apresenta uma exposição antológica da sua pintura, que é completada, no mesmo ano, com uma retrospetiva da sua obra gráfica e dos seus guaches na Sociedade Nacional de Belas-Artes. Mas já em 1961 Nikias Skapinakis tinha exposto na histórica II Exposição de Artes Plásticas. Em 1976 e 1977 é-lhe atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian um subsídio de investigação para «desenvolver um projeto artístico caracterizado pela tentativa sistemática de levantamento da sociedade portuguesa contemporânea através de retratos coletivos» (Nikias Skapinakis).
O artista participaria ainda na revista Colóquio Letras, com ilustrações, no número dedicado a Almada Negreiros. A sua obra está representada na Coleção Moderna com uma forte marcação de pintura e gravura, num total de 36 obras que percorrem várias fases criativas do pintor, de que se destaca a icónica pintura Encontro de Natália Correia com Fernanda Botelho e Maria João Pires, de 1974, um retrato coletivo de três importantes figuras femininas da cultura portuguesa, figuras depuradas, pintadas de cores fortes e recortadas sobre um fundo branco.
Conheça as obras do artista na Coleção Moderna.
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