Formação avançada para médicos guineenses

A Guiné-Bissau vai desenvolver um novo programa de formação médica avançada nas áreas da cirurgia geral, cirurgia ginecológica e anestesiologia, com o apoio da Fundação Gulbenkian.
Formação médica Guiné Bissau
14 abr 2021

Esta ação de formação do IANDA Guiné! Saúde, que envolve a participação de 30 clínicos gerais guineenses, centra-se nas áreas decisivas para a melhoria global dos indicadores de saúde do país e que não estão abrangidas noutros projetos de desenvolvimento.

A formação começa pela língua portuguesa e pela informática médica, seguindo-se uma avaliação de nível dos conhecimentos médicos entre os formandos, de forma a constituir a base para a seleção final de 18 médicos que farão a formação avançada, seis em cada uma das três áreas.

Os dois módulos de formação prática, de três meses cada, vão decorrer entre final de 2021 e 2022, em três estruturas hospitalares – o Hospital Nacional Simão Mendes, o Hospital Pediátrico S. José de Bôr e o Hospital de Cumura. O curso tem a participação de formadores portugueses na Guiné Bissau e o apoio de médicos guineenses especialistas, num diálogo entre a Ordem dos Médicos de Portugal e da Guiné-Bissau, bem como a disponibilidade e o apoio do Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau.

Os módulos de três meses serão intercalados com um estágio de quatro meses a desenvolver em Portugal, de forma a que os médicos em formação não sejam afastados do exercício e dos cuidados às populações. Esta formação não confere grau nem título de especialista, mas pretende reforçar a capacidade local de formação médica, reconhecendo de forma progressiva a competência dos clínicos guineenses.

Este é um projeto da União Europeia, cofinanciado e gerido pelo Camões, com o cofinanciamento da Fundação Gulbenkian, responsável pela sua implementação, e a parceria técnica da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

 

Investimento em equipamento de saúde 

Para criar as bases para uma formação mais eficaz, a Fundação já investiu cerca de 80 mil euros em equipamentos para melhorar as condições de estruturas de saúde associadas ao programa, nomeadamente na capacidade de produção de oxigénio medicinal, investimento que se veio a revelar vital ao longo da crise pandémica causada pela Covid-19.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com uma população estimada de 1,85 milhões de habitantes. O país ocupa a posição 175 (de 189) no Índice de Desenvolvimento Humano, com uma esperança de vida de 53,8 anos à nascença (em Portugal é de 80,9 anos). Em 2018, a Guiné-Bissau tinha 259 médicos, o que significa 1,38 médicos para cada 10 mil habitantes enquanto em Portugal a média é 53,9 médicos para 10 mil habitantes.

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