Encontro final Gulbenkian 15-25
A iniciativa Gulbenkian 15-25 decorreu entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, com o intuito de promover o diálogo e a colaboração com jovens, numa reflexão conjunta sobre as oportunidades e os desafios que enfrentam, hoje, as suas gerações. Desta iniciativa surgiram dois projetos, nos quais participaram cerca de 70 jovens: um na área da colaboração e co-programação cultural – Gulbenkian 15-25 Imagina – e outro na área da reflexão estratégica sobre a atuação da Fundação – Gulbenkian 15-25 Participa.
Embora independentes entre si, os dois projetos abordaram temas comuns e transversais, quer na abordagem – olhar o público como decisor, mais do que como destinatário, programando com os outros e não só para os outros – como nas preocupações identificadas pelos jovens.
A sessão, que decorreu online na manhã de 24 de março, contou com a presença de vários elementos do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, incluindo a Presidente da Fundação, Isabel Mota, assim como vários parceiros e jovens participantes destes projetos.
“Nada para os jovens sem os jovens”
Integrada no projeto europeu ADESTE+, cofinanciado pela Europa Criativa, a iniciativa Gulbenkian 15-25 Imagina abriu um espaço de diálogo, escuta e trabalho colaborativo entre a Fundação e um grupo de 21 jovens dos 18 aos 25 anos para a realização de uma experiência de co-programação, que resultou num ciclo de conversas online intitulado “Ciclo Imagina – pensar o futuro agora”.
As experiências e aprendizagens realizadas ao longo do processo foram registadas e partilhadas, destacando recomendações e sugestões para a programação jovem da Fundação Gulbenkian. Segundo Andreia Dias, responsável da programação para escolas e famílias no Museu Calouste Gulbenkian, esta foi “uma porta de comunicação e auscultação que se abriu e não volta a fechar”.
Veja o vídeo que resume a experiência do Gulbenkian 15-25 Imagina
A iniciativa Gulbenkian 15-25 Participa juntou 51 jovens beneficiários de projetos financiados pela Fundação, dos 14 aos 27 anos, para contribuírem com o seu conhecimento no processo de reflexão, melhoria contínua e estratégia da Fundação Gulbenkian. Com o apoio da equipa do ComParte, desenvolvido pela Fundação Maria Rosa, os vários workshops realizados ao longo do último ano culminaram na produção de um caderno que reúne a experiência e as recomendações destes jovens, intitulado “Será que isto é para mim?”.
O processo de reflexão dos “Prós” –“jovens especialistas em saber o que funciona melhor e o que pode ser transformado nos sistemas da sociedade a que pertencem, pela sua experiência enquanto intervenientes e utilizadores”, segundo se explica no caderno – passou por responder a questões como “O que é ser jovem?” ou “O que me preocupa no futuro?” e tocou temas transversais como a saúde e o bem-estar, a cultura e as preocupações sociais.
Maria Ferreira, uma das participantes presentes na sessão de apresentação, com 18 anos, referiu que o projeto a ajudou a desenvolver a vontade de falar com os outros e envolver-se neste tipo de iniciativas. “Preocupa-me que os jovens se calem, que deixem de querer ter ideias, que deixem de querer ser ouvidos. Às vezes os adultos não sabem chegar a nós, mas nós precisamos disso, que venham ter connosco e digam ‘queremos que participes’”.
Já Beatriz Amaral, de 27 anos, falou num “sentimento de empoderamento”. “Sentimos não só que estamos a ser ouvidos mas que de alguma forma aquilo que estamos a dizer vai ser posto em prática, vai estar numa programação cultural, vai estar na forma como é feita a educação em Portugal”.
O balanço destas iniciativas mostrou-se muito positivo, proporcionando valiosas fontes de consulta e reflexão para as futuras tomadas de decisão e implementação de estratégias da Fundação, cada vez mais empenhada em incluir os mais novos nestes processos.
“Tenho muita esperança que este tipo de trabalho não seja de uma vez só, porque a aprendizagem é permanente”, referiu a Presidente da Fundação, Isabel Mota. “Dizemos muitas vezes que o nosso principal papel é preparar as gerações do futuro; ouvi-las é o primeiro passo e um instrumento muito poderoso”.
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