Cooperação para o desenvolvimento na Saúde em Cabo Verde

12 jul 2016

Christy Salomão Silva nasceu em Cabo Verde, mas estudou Fisioterapia na Universidade de São Paulo, no Brasil. Em Lisboa, no Hospital da Estefânia, frequentou durante três meses um dos estágios de curta duração para profissionais de Saúde apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian. Uma experiência de formação enriquecedora que leva agora para o Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia, capital de Cabo Verde.

Christy Silva tem 27 anos e concorreu ao estágio incentivada pelos colegas que, graças às missões de cooperação que existem entre as duas instituições, conhecem e trabalham com neuropediatras do Hospital da Estefânia duas vezes por ano.

Aos 11 anos foi para o Brasil e ali completou os estudos, regressando à sua terra natal para trabalhar no Hospital Agostinho Neto, onde está desde 2011. Trabalha em vários serviços: medicina, pediatria, banco de urgência de adulto e de pediatria e ortopedia, num sistema de rotatividade a cada dois meses.

No Hospital Agostinho Neto, há poucas possibilidades de intervir preventivamente, diz Christy Silva: “Há muitos prematuros, mas são poucas as crianças com paralisia cerebral que vêm ao hospital logo de início. Quando nos chegam já têm as deformações e os quadros instalados. Temos de prevenir as sequelas e enviar para os ortopedistas, para colocar próteses. Só intervimos a nível respiratório, não na parte motora.” Na Estefânia viu como é trabalhar na área da intervenção precoce nos serviços neonatais, o que para a fisioterapeuta é uma grande mais-valia. “Do mais importante que aprendi aqui na Estefânia foi o trabalho de intervenção ao nível dos queimados, das consultas de espinha bífida, na intervenção feita no bloco operatório, no uso de talas e no ambulatório com o silicone. Aqui há todo o equipamento necessário.”

Apesar da falta de recursos locais, Christy espera chegar a Cabo Verde e contribuir para melhorar o serviço onde trabalha. “Os meus colegas sentem as mesmas necessidades. Vou partilhar com eles as técnicas e vou tentar implementá-las, mesmo com equipamento e matérias de mais baixo custo, para melhorar o tratamento das nossas crianças.” Exemplo disso é a colocação de gesso, um material que já não é usado no Hospital da Estefânia e que foi substituído por um gesso sintético, mais leve e fácil de trabalhar. No entanto, os adesivos/ligaduras funcionais são técnicas bastantes usadas e foi uma área em que Christy fez um curso durante o período em que esteve no estágio.

Apesar das dificuldades, Christy Silva acredita que o facto de ter estado num hospital especificamente direcionado para a pediatria lhe vai permitir melhorar o seu desempenho enquanto profissional e prestar um melhor serviço no seu país.

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