Colóquio comemorativo do centenário de Eduardo Lourenço
Comissariado por Pedro Sepúlveda, professor e investigador da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o colóquio reúne leitores, amigos e especialistas da obra de Eduardo Lourenço, que vão evocar a vida e os temas fundamentais que atravessaram a escrita deste pensador e ensaísta ímpar.
Em vários painéis, nomes como Guilherme d’Oliveira Martins, Roberto Vecchi, António Feijó, Rita Patrício, Richard Zenith, Carlos Mendes de Sousa, Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós, João Dionísio, Margarida Calafate Ribeiro, Clara Caldeira, João Tiago Lima, José Carlos de Vasconcelos, Isabel Lucas, Lídia Jorge e Pedro Sepúlveda vão abordar temas como a figura mítica de Pessoa, a poesia moderna, ou o modo profundo como Lourenço pensou e retratou o país onde nasceu.
A homenagem vai incluir a apresentação, no palco do Auditório 2, de A Noite Transfigurada de Arnold Schönberg, uma das obras do reportório clássico prediletas de Eduardo Lourenço, que será interpretada por um sexteto de cordas da Orquestra Gulbenkian.
A ocasião será também pretexto para o lançamento do último volume de As Obras Completas de Eduardo Lourenço – O Labirinto da Saudade e outros Ensaios sobre Cultura – coordenado por João Dionísio e que encerra esta série publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
No âmbito deste colóquio será também apresentada uma exposição de retratos de Eduardo Lourenço, da autoria do fotógrafo Vitorino Coragem, intitulada Ver é Ser Visto, com o apoio da editora Gradiva. Esta série resultou de uma sessão fotográfica decorrida em março de 2015 no Cais do Funchal, no âmbito do Festival Literário da Madeira.
Eduardo Lourenço (1923-2020) nasceu em S. Pedro de Rio Seco, Guarda, lecionou em diversas universidades, de Coimbra a Brasília, passando por Hamburgo, Heidelberg, Montpellier, Grenoble e Nice. Autor de uma vasta obra – a primeira das quais, Heterodoxia I, publicada em 1949 – debruçou-se sobre uma grande variedade de temas filosóficos, políticos, culturais, religiosos e literários, tendo dedicado parte importante dos seus estudos críticos e literários à poesia, com ênfase em Camões, Pessoa e Antero.
Colaborador de longa data da Fundação Calouste Gulbenkian, foi seu administrador não executivo entre 2002 e 2012.
Ao longo da sua vida, recebeu numerosas distinções, entre as quais o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (1988), o Prémio Camões (1996), o Prémio Pessoa (2011) e o Prémio da Academia Francesa (2016). Entre outras condecorações, foi agraciado com as Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade. Foi ainda nomeado Officier de la Légion d’Honneur e consagrado Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006).
Imagem © Vitorino Coragem
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