Apoio à saúde em Cabo Verde
As doenças oncológicas são a segunda causa de mortalidade em Cabo Verde, apenas superada pelas doenças cardiovasculares.
O plano traçado até 2020 pelo Governo cabo-verdiano para o controlo do cancro vai contar com a ajuda da Fundação Calouste Gulbenkian no diagnóstico e tratamento.
A assinatura do protocolo entre a Fundação, representada pelo administrador Guilherme d’ Oliveira Martins e o ministro da Saúde e da Segurança Social de Cabo Verde, Arlindo Nascimento do Rosário, aconteceu a 20 de novembro na cidade da Praia.
Com a assistência técnica do Ipatimup-Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto e dos institutos portugueses de oncologia de Lisboa e do Porto, a Fundação vai intervir nos cuidados prestados nos hospitais centrais Dr. Agostinho Neto, na Praia, e Dr. Baptista de Sousa, no Mindelo, apostando na formação especializada de 21 técnicos cabo-verdianos que farão estágios em Portugal e na formação de 34 profissionais em Cabo Verde.
No projeto está incluído o reforço do equipamento clínico especializado nos dois hospitais, na área do diagnóstico do cancro da mama e na administração de tratamentos quimioterapêuticos.
A Fundação tinha já apoiado, entre março de 2016 e junho de 2017, o rastreio de base populacional do cancro do colo do útero que permitiu o teste das metodologias de rastreio, a implementar a nível nacional. Envolvendo quase 2.600 mulheres, foram detetados e tratados 174 casos de lesões pré-malignas, formados quatro médicos especialistas – dois ginecologistas e dois anatomopatologistas – e cinco técnicos de anatomia patológica. Foi dada formação especializada a 26 médicos ginecologistas e 30 enfermeiros responsáveis pelo rastreio e instalado equipamento essencial ao diagnóstico e tratamento de pequenas lesões (colposcópios e aparelhos de eletrocirurgia).