Eça e Os Maias
Tudo o que tenho no saco
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Galeria do Piso Inferior Fundação Calouste GulbenkianO ano de 1881 tinha apenas começado e, de Bristol, Inglaterra, José Maria d’Eça de Queirós escrevia ao seu amigo Ramalho Ortigão contando que tinha “o romance praticamente pronto”. Decidira fazer “não só um ‘romance’, mas um romance em que pusesse tudo o que tenho no saco”.
O romance – essa “vaste machine” (vasta máquina) “com proporções enfadonhamente monumentais de pintura a fresco, toda trabalhada em tons pardos, pomposa e vã” – que em 1881 estava praticamente pronto, só veria a luz do dia em 1888, sob o nome de “Os Maias. Episódios da Vida Romântica”. A crítica foi feroz, mas a eventuais ofensas Eça respondeu sempre com humor. Nas bancas, os cinco mil exemplares publicados também não deslumbraram. Só no século XX foram Os Maias reconhecidos como a obra-prima de Eça e como um clássico da literatura em língua portuguesa.
Cento e trinta anos depois da sua publicação, a Fundação Gulbenkian abre a porta para que se possa ver tudo o que Eça trazia no saco. Os Maias serão o eixo central da mostra, mas à sua volta, hão de gravitar outras obras do autor. Serão mostrados crónicas, romances, contos e muitas cartas, fotografias, pinturas, caricaturas, escultura, gravura, música da época e excertos de filmes, bem como objetos do seu espólio pessoal guardados na Casa de Tormes (propriedade da Fundação Eça de Queiroz) e nunca antes mostrados em Lisboa, como é o caso da secretária pessoal onde Eça escrevia, de pé, e a cabaia chinesa que lhe foi oferecida pelo Conde de Arnoso. Poderá ver muitas outras peças que remetem para a geografia física e ficcional daquele que falava de si dizendo ser “apenas um pobre homem da Póvoa de Varzim”.
Uma exposição organizada em colaboração com a Fundação Eça de Queiroz.
1888 – A Vasta Máquina!
Este núcleo será dedicado a essa “vaste machine” (vasta máquina) “com proporções enfadonhamente monumentais de pintura a fresco, toda trabalhada em tons pardos, pomposa e vã”, como a descreveu Eça de Queirós, que em 1888 saiu à rua sob o nome de Os Maias. Episódios da Vida Romântica.
Consulte aqui os excertos de obras de Eça de Queirós disponíveis na Sala 1 da exposição (PDF 235 Kb)
Aprendizagens
Percorre-se a vida de Eça antes de Os Maias e a aprendizagem que foi armazenando na passagem pela universidade de Coimbra, durante as estadias em Lisboa, fundamentais na sua formação literária e ideológica, a experiência jornalística em Évora, de funcionário em Leiria ou de turista pelo Oriente.
Consulte aqui os excertos de obras de Eça de Queirós disponíveis na Sala 2 da exposição (PDF 500 Kb)
Guerra ao Romantismo
Eça é educado no culto do romantismo mas rapidamente se converte ao realismo, dando-lhe corpo, n’Os Maias, através da personagem de Alencar, poeta que se pauta por valores românticos e se torna alvo de toda a sua ironia. As Farpas são outro exemplo desta sua vontade de “obrigar a multidão a ver verdadeiro”.
Consulte aqui os excertos de obras de Eça de Queirós disponíveis na Sala 3 da exposição (PDF 600Kb)
Norma e Desejo
A pintora Paula Rego dedicou a O Crime do Padre Amaro uma série de 16 pastéis que refletem temas que a mobilizam – a violência do desejo ou o lugar de poder das mulheres. Neste núcleo, mostram-se algumas destas obras e reflete-se sobre Eça, que reclamava o caráter moralizador do realismo e cujos livros acabaram acusados de imorais.
Consulte aqui os excertos de obras de Eça de Queirós disponíveis na Sala 4 da exposição (PDF 500 Kb)
Olhares Cruzados
Neste núcleo, ver-se-á como Eça foge da objetividade que o realismo procura para expor vários olhares sobre a mesma realidade. Mestre na ironia (que cria ambiguidade), recorre também ao sonho, à caricatura, ao excesso personificado por Ega, identificado como um alter-ego do próprio Eça.
A Arte é Tudo
Com fama de obsessivo perfecionista em busca da palavra certa e da forma justa, proclamou que “A arte é tudo – tudo o resto é nada”. Essa arte que o consome e o leva a numa busca permanente pela perfeição também se espelha nas toilettes dândi de muitas das suas personagens.
Consulte aqui os excertos de obras de Eça de Queirós disponíveis na Sala 6 da exposição (PDF 500 Kb)
Lugares
Da América do Norte ao Próximo Oriente, do Douro ao Alentejo… será fácil percorrer a geografia biográfica e ficcional de Eça. Portugal, porém, permanece no seu coração e no centro das suas preocupações de cidadão empenhado e diplomata em exercício.
PROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR
Gratuito, requer levantamento de bilhete
Segunda, 3 dezembro, 18:30 – Auditório 3
Amor & Companhia de Helvécio Ratton
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Sexta, 11 janeiro, 18:30 – Auditório 3
O Mistério da Estrada de Sintra de Jorge Paixão da Costa
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Segunda, 28 janeiro, 18:30 – Auditório 3
Singularidades de uma rapariga loura de Manoel de Oliveira
Seguido de Conversa com Ana Paula Coutinho e Isabel Pires de Lima
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Sábado, 16 fevereiro, 15:00 – Auditório 2
Os Maias de João Botelho
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Entrada livre
Segunda, 10 dezembro, 18:00 – Sala 1
Os Maias na Geração de 70: o jantar do Hotel Central
Guilherme d’Oliveira Martins, Carlos Reis
(com exibição de episódio da série brasileira “Os Maias” – jantar do Hotel Central)
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Segunda, 17 dezembro, 18:00 – Auditório 3
Escritores de Eça de Queirós – Ficções da ficção
Mário de Carvalho, Miguel Real, José Eduardo Agualusa
Moderação de Ana Luisa Villela
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Terça, 8 janeiro, 18:00 – Sala 1
As Músicas de “Os Maias”
Rui Vieira Nery
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Segunda, 21 janeiro, 18:00 – Auditório 3
Das Utopias: de Eça e de hoje
Viriato Soromenho Marques, Fátima Vieira, Pedro Eiras
Moderação de Álvaro Vasconcelos
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Segunda, 4 fevereiro; 18:00 – Auditório 3
Eça: Pintura e Ilustração – os casos de Paula Rego e Rui Campos Matos
Isabel Pires de Lima e Rui Campos Matos
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Terça, 5 fevereiro, 17:30 – Átrio da Biblioteca de Arte
Ilustradores das obras queirosianas no fundo documental da Biblioteca de Arte
Vasco Rosa
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25 € por pessoa; máx: 25 pessoas.
O bilhete-ementa para o primeiro jantar estará disponível a partir do dia 4 de dezembro.
Quarta, 5 dezembro
Terça, 15 janeiro
Terça, 22 janeiro
Terça, 5 fevereiro
Sábado, 16 fevereiro
Sala do Foyer, 20:00
com o Chef Miguel Castro e Silva
Na Loja do Edifício Sede é necessário adquirir por 25€ uma ementa completa para cada jantar queirosiano.
A ementa serve de comprovativo de compra e terá de ser apresentada na noite do respetivo jantar.
EMENTA
Sopa de Carne com macarrão
Bacalhau assado
Arroz de Favas com Frango assado
Tarte de Maçã com Zabaglione de Porto
VINHOS
Tormes (branco, verde Minho)
Quinta de Ventozelo Touriga Nacional (Douro)
Dalva Tawny 10 anos (Porto)
Segunda, 14 janeiro, 18:30 – Escadaria da Zona de Congressos
Um país pequenino
Leitura encenada por José Pedro Gomes e Tiago Rodrigues
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Sábado, 16 fevereiro; 18:30 – Escadaria da Zona de Congressos
Eça de Queirós e a Música – Entre o Salão e a Ópera
Catarina Molder, Pedro Vieira de Almeida e Sofia Lourenço
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Bilhete: 2€
Sábado, 5 janeiro, 16:00
Cristina Campos
Sábado, 26 janeiro, 16:00 e 17:00
Susana Pires, Hilda Frias
Sábado, 2 fevereiro, 16:00 e 17:00
Hilda Frias, Cristina Campos
Sábado, 16 fevereiro, 13:30
Isabel Pires de Lima
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Mediante marcação prévia (dias úteis das 10:00 às 13:00)
Marcações para visitas guiadas:
217 823 800
[email protected]