Ciclo de oficinas de fotografia experimental II
Química fotográfica experimental, sombras, fitograma
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Sala 2 Fundação Calouste GulbenkianEste ciclo consiste numa série de oficinas sobre várias técnicas de fotografia experimental, baseadas na obra de diversos autores ao longo da história da fotografia – de meados do século XX até à atualidade. Em cada oficina será trabalhada uma técnica específica, e produzida uma série de imagens inspiradas no Jardim Gulbenkian, materializando-se em pequenos objetos-livros de diferentes formatos. Neste ciclo de oficinas serão trabalhadas as técnicas de química fotográfica experimental, sombras e fitograma.
Conceção e orientação: Imagerie – Casa das Imagens
SESSÕES
Em janeiro de 1843, o químico e astrónomo John Herschel, uma das mais importantes figuras do início da história da fotografia, publicou na revista da The Royal Society um artigo com o nome “Sobre a ação dos raios do espetro solar em cores vegetais e sobre alguns novos processos fotográficos”. Deste artigo nasceriam alguns processos de impressão tais como a antotipia e a cianotipia, e lançar-se-iam as bases para o aparecimento de outros, como o Van Dyck Brown. A partir das experiências vagamente descritas por Sir John Herschel no artigo, os participantes criarão uma pequena série de fotogramas de objetos encontrados no Jardim Gulbenkian recorrendo a diferentes combinações químicas e processamentos, não necessariamente os que ficaram cristalizados na história dos processos fotográficos.
Em 1978, o artista plástico Floris Neussus e a sua mulher Renate Heyne criaram um fotograma da janela de treliça de Lacock Abbey - a casa de Fox Talbot - trazendo a criação de fotogramas de dentro do laboratório para o terreno. Esta obra está carregada de simbolismo, por ser uma reprodução em tamanho real do objeto registado no primeiro negativo fotográfico permanente criado com uma câmara, por Fox Talbot em 1835. À semelhança do trabalho desenvolvido por Floris Neussus em Lacock Abbey, os participantes nesta oficina levarão papel fotográfico para o Jardim Gulbenkian para criar uma série de imagens em tamanho real dos desenhos das sombras que o Jardim proporciona.
Em 2014, o artista visual e cineasta australiano Karel Doing iniciou um projeto de investigação sobre ecologia e media, do qual resultou a invenção do Fitograma, um processo que trabalha a interação entre as propriedades fitoquímicas das plantas e as emulsões fotoquímicas.
Partindo da tradição do fotograma como processo de “cameraless photography” por excelência e passando por outros mais recentes tais como o quimigrama, Karel Doing aplicou este processo tanto a película de filme como a papel fotográfico. Nesta oficina, os participantes utilizarão plantas encontradas no Jardim Gulbenkian para criar as suas próprias imagens com base neste processo. O resultado será um pequeno objecto-livro.