Mais de 1M € em apoios concedidos
De forma a responder à situação humanitária criada pela guerra na Ucrânia, a Fundação apoiou, com um milhão de euros, organizações humanitárias que ajudam os refugiados nos países fronteiriços mais pressionados, bem como as associações ucranianas envolvidas no esforço de acolhimento em Portugal.
A componente internacional deste apoio foi estabelecida após contactos com as redes que a Fundação Calouste Gulbenkian integra. Por um lado, foram apoiados diretamente o Polish Humanitarian Action e o Jesuit Refugee Service, especificamente nos países limítrofes da Ucrânia onde o esforço de apoio a refugiados tem sido mais significativo, como é o caso da Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
Um dos 55 grupos Aprender, Brincar, Crescer.
Situado nas Olaias, em Lisboa, é uma iniciativa da Ukranian Refugees UAPT
© Márcia Lessa
Por outro lado, através do European Program for Integration and Migration – EPIM, foi estabelecido um pooled fund, para o qual a Fundação contribuiu solidariamente, juntamente com outras fundações, entre as quais a Open Society Foundations, a Robert Bosch Foundation, a Fondation de France, a Adessium, a Compagnia di San Paolo, a Kahane Foundation e a Charles Stewart Mott Foundation. Este fundo tem vindo a apoiar organizações da sociedade civil que ajudam as pessoas que abandonaram a Ucrânia, sendo que, de um total de 4,8M€ mobilizados, 3,1M€ foram já atribuídos a 15 iniciativas, disponibilidade que se manterá ao longo de 2023.
No âmbito nacional, reconhecendo a ação das ONG no acolhimento em Portugal enquanto país de destino de mais de 54.000 cidadãos ucranianos, foi concedido apoio a cinco associações ucranianas, robustecendo-se a sua estrutura e o seu funcionamento. Envolvidas desde o início no apoio humanitário e no acolhimento aos refugiados, estas associações receberam até ao máximo de 50.000€, em duas tranches, que permitiram responder a necessidades específicas como o reforço dos recursos humanos afetos, a aquisição de bens de primeira necessidade (material escolar e informático) e a aquisição de livros em língua ucraniana.
Tetiana, uma das educadoras do grupo
© Márcia Lessa
Outros apoios implicaram o estabelecimento de aulas de língua portuguesa, a prestação de apoio jurídico e psicológico. Outras houve que, sobretudo numa fase mais adiantada da integração, apostaram em visitas culturais, campos de férias e atividades artísticas, não deixando de responder ao facto de 1/3 dos refugiados ucranianos em Portugal serem crianças. Nessa linha, a Fundação lançou em abril de 2022 um concurso de âmbito nacional para a implementação de Grupos ABC – Aprender, Brincar, Crescer, com o objetivo de financiar projetos que promovessem a educação e o cuidado de crianças com idades entre os 0 e os 6 anos, e suas famílias.
Entre abril e setembro de 2022, este apoio de emergência destinou-se a organizações privadas sem fins lucrativos tendo abrangido mais de 200 crianças e 100 cuidadores. Os projetos decorreram nos concelhos de Águeda, Braga, Cascais, Coimbra, Faro, Leiria, Lisboa, Mafra e Quarteira. Complementarmente foi estabelecido um protocolo de colaboração com a Associação Caminhos da Infância e o Município de Lisboa para a criação de um grupo ABC na Sede da Fundação Calouste Gulbenkian.