ZOO&lógica
Por Margarida Bettencourt, Ana Rita Palmeirim, Carlos Zíngaro, Paulo Graça e Nuno Carinhas com a Escola Superior de Dança
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Sala 1 Fundação Calouste GulbenkianDuração: 60 min.
“Consideremos o universo. Estranho, fascinante, diverso. Consideremos os seus movimentos: impercetíveis, infindáveis. Tanta harmonia! Imaginemos o bailarino executando gestos. Depois de cada movimento, os movimentos; cada ponto da linha imaginária dos movimentos efémeros; a ele se junta outro bailarino, e outro, e outro ainda. Já não é uma imagem solta, é um espaço imagético, indescritível. O espaço vazio ornamenta-se, (a casa), de objetos que são só objetos. Por isso, fantásticos. A aritmética, a primeira ciência, a primeira medida, vem da palavra ritmo. O ritmo ajusta a medida exata das coisas, dos objetos, dos movimentos, dos bailarinos que ciclicamente produzem a festa, da casa. A festa é sempre social, quer dizer, indefinível, indemonstrável, inadiável, contagiando centriptamente, com as suas leis. Desconhecidas?! Experimentemos! O universo, esse, continua a expandir-se infinitamente.”
— António Pinto Ribeiro, segundo Clarice Lispector, Zoo&lógica, 1984
ZOO&lógica, Instalação a Habitar por Coreografias, de 1984, foi um gesto artístico precursor do que viriam a ser, anos mais tarde, as aberturas e experimentações da Nova Dança Portuguesa. Impulsionado pela coreógrafa Paula Massano, que convocou cúmplices como Margarida Bettencourt, Ana Rita Palmeirim, Filipa Mayer e Gagik Ismailian (na altura membros do Ballet Gulbenkian), António Pinto Ribeiro (texto), Nuno Carinhas (espaço cénico), Constança Capdeville e Carlos Zíngaro (música) e Paulo Graça (desenho de luz), teve lugar na galeria Os Cómicos, em Lisboa, e resultou de um processo colaborativo ancorado em estratégias de improvisação, atualizando, em Portugal, propostas da dança pós-moderna norte-americana.
Quase quarenta anos depois, usando partituras, gravações áudio e uma filmagem, Margarida Bettencourt e Ana Rita Palmeirim regressam a ZOO&Lógica num processo que envolve a participação dos alunos da Escola Superior de Dança e a intervenção de Nuno Carinhas, Carlos Zíngaro e Paulo Graça. Em causa está a reativação das operações que ZOO&lógica propôs.
Inserida na programação do ciclo dança não dança, a performance é seguida de uma conversa com os artistas, moderada por Maria José Fazenda. O mesmo bilhete dá acesso à performance e à conversa.
Ana Rita Palmeirim (1955, Lisboa) ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional em 1973, onde fez as suas primeiras experiências coreográficas. Dançou com o Ballet Gulbenkian (1975-94), coreografando em alguns Estúdios Coreográficos. Participou em projetos independentes como Vamos Satiar, Tanza Variedades, ZOO&lógica, e 1º Encontro dos Peixes, e coreografou obras para público infantil.
Margarida Bettencourt (1962, Joanesburgo) é bailarina-coreógrafa, professora e terapeuta de movimento. Fez parte do elenco do Ballet Gulbenkian de 1980 a 1993. O seu trabalho a solo distingue-se por uma ênfase no corpo como potencial de expressão - desenvolve uma investigação que explora esse potencial como força transformadora, terapêutica e criativa.
Carlos Zíngaro (1948, Lisboa) é músico, compositor e artista visual. Pioneiro, em Portugal, na utilização das novas tecnologias e composição em tempo real, tem desenvolvido extensa prática nas artes experimentais e múltiplas colaborações com alguns dos maiores nomes da nova música internacional, com uma discografia de mais de 60 títulos.
Paulo Graça (1958, Lisboa) começou a atividade de desenhador de luz em 1978, tendo colaborado com os encenadores Ricardo Pais, Carlos Avilez, Jorge Silva Melo, Jorge Listopad e Nuno Carinhas; os coreógrafos Margarida de Abreu, Paula Massano, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Benvindo Fonseca, Vera Mantero, Gagic Ismailyan e Clara Andermatt; e os cenógrafos José Manuel Castanheira, António Lagarto, José Costa Reis, Nuno Carinhas, Jasmim Matos e António Casimiro. Foi Diretor Técnico da CNB de 1996 a 1998 e do Centro Cultural de Belém de 1998 a 2010.
Nuno Carinhas (1954, Lisboa) estudou Pintura na Escola Superior de Belas Artes. Expôs desenhos e pinturas em exposições individuais e coletivas, dirigiu performances. Cenógrafo e figurinista em teatro e dança, cinema e ópera. Encenador de textos de muitos autores nacionais e estrangeiros. Diretor Artístico do Teatro Nacional São João (2009 – 2018).
dança não dança
Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais
Ficha técnica
Intérpretes
Alunos finalistas do curso de Licenciatura da Escola Superior de Dança
Direção da revisitação
Ana Rita Palmeirim e Margarida Bettencourt
Consultores
Gagik Ismailian e Filipa Magalhães
Cenografia
Nuno Carinhas
Luzes
Paulo Graça
Música
Carlos Zíngaro e Constança Capdeville
Agradecimentos
Carlos Alberto Augusto e LaPra (Laboratório de Preservação e Restauro de Áudio do CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da FCSH da Universidade NOVA, coordenação de Isabel Pires
A partir de ZOO&lógica (1984), de Paula Massano
ZOO&lógica I – Errática
Coreografia
Gagik Ismailian
Música
Carlos Zíngaro
ZOO&lógica II – Ainda bem
Coreografia
Ana Rita Palmeirim
Música
Constança Capdeville
ZOO&lógica III – O corpo é uma paisagem
Coreografia
Paula Massano
Música
Carlos Zíngaro
Texto
Clarice Lispector / António Pinto Ribeiro
Bailarinos
Ana Rita Palmeirim, Filipa Mayer, Gagik Ismailian, Margarida Bettencourt, Paula Massano
Músicos
Carlos Bechegas (flauta, saxofone soprano), Jorge Lampreia (flauta, saxofone soprano), Carlos Zíngaro
Coro
Birte Lundwald, Ana Rita Palmeirim, Elisa Ferreira, Zaire Zeyd, Diana Pinheiro
Espaço e Figurinos
Nuno Carinhas
Cenarista
Wladimir Franklin
Desenho de Luzes
Paulo Graça
Colaboração
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.