Visita Guiada
De Cláudia Dias
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Escadaria Principal Fundação Calouste GulbenkianDuração: 60 min.
Este evento tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
“De um saco de supermercado vão saindo produtos como lenços de papel, fósforos e cigarros, tampões e rebuçados. Produtos que usamos diariamente com muita desenvoltura e sem fazer caso. Uma espécie de segunda pele, uma vestimenta mais à flor da pele que os vestidos, os sapatos e as calças. Produtos que estão de facto votados a um contacto muito íntimo com a pele e mesmo à manutenção de uma certa estética e compostura.
É por isso que convém não minimizar o seu papel no desempenho do jogo. Ora esta trágica performance trazida para o espaço cénico dentro de um saco plástico, diz-nos precisamente que todos os produtos que usamos, dos mais interessantes aos mais enfadonhos, têm uma palavra a dizer na biografia do corpo. Um corpo produto e produtor de paisagens, discursos e hierarquias que separam o Norte do Sul, os adultos das crianças, as mulheres dos homens, os vivos dos mortos. Paisagens e discursos que identificam o lado de cá para o opor ao lado de lá.”
— Paula Caspão
Inserida na programação do ciclo dança não dança, esta performance é apresentada no mesmo dia e logo após a performance Lágrima, de Olga Roriz. No fim, realiza-se uma conversa com ambas as artistas e Teresa Joaquim.
Nas duas peças que se apresentam neste dia, muito distintas coreograficamente, há uma afirmação feminina ou feminista que se faz marcadamente vincada, não obstante as duas décadas que as separam, em que a condição da mulher na sociedade portuguesa se alterou significativamente. Esta justaposição pretende evocar movimentos de emancipação que, nas danças do século XX em Portugal e no mundo, a apresentação de mulheres a solo ou como solistas não deixou de evidenciar. Mostra também problemas de índole social que estão na base do gesto artístico de cada uma destas artistas e de tantas outras que questionaram e agitaram o lugar da mulher na sociedade ocidental.
*Espetáculo com nudez integral
Imagem © Patrícia Almeida
Cláudia Dias (1972, Lisboa) é coreógrafa, performer e professora. Foi artista residente no Alkantara, e artista associada no Espaço do Tempo e na Re.Al, tendo sido central no desenvolvimento da obra de João Fiadeiro e da Técnica de Composição em Tempo Real. Foi nomeada para o Prémio Melhor Coreografia 2013 e 2017 pela Sociedade Portuguesa de Autores, e é diretora artística do projeto Sete Anos Sete Peças.
dança não dança
Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais
Ficha técnica
Conceção e texto
Cláudia Dias
Espaço cénico e luzes
Walter Lauterer
Música
discombobulating de Arnold Haberl
Desenho de som
André Pires
Acompanhamento artístico
João Fiadeiro, Olga Mesa e João Queiroz
Apoio
Centre Chorégraphique National de Montpellier – Languedoc Roussillon, no âmbito do programa Hors-Série, Fórum Dança e Companhia Teatral do Chiado
Agradecimentos
Anne Fontanesi e toda a equipa do CCN de Montpellier e Márcia Lança
Este espetáculo foi encomendado, produzido e difundido pela RE.AL durante o período em que Cláudia Dias foi artista associada da estrutura (2003/2009).
Interpretação
Maya de Albuquerque
Direcção Técnica
Nuno Borda D’Água
Gestão, administração e direção de produção
Pé de Cabra
Produção
Sete Anos
Interpretação em Língua Gestual Portuguesa
Hands Voice
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.