“Sempre mais alto”: a criatividade de Maria Lamas
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- / Cancelado / Esgotado
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Auditório 2 Fundação Calouste GulbenkianO evento será transmitido em direto e estará disponível nesta página.
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Fundação Calouste Gulbenkian realiza o colóquio Sempre mais alto: a criatividade de Maria Lamas, evento associado à exposição As mulheres de Maria Lamas, dedicada à sua obra fotográfica. Esta exposição tem a curadoria de Jorge Calado e mostra, pela primeira vez em Portugal, um conjunto de fotografias que Maria Lamas realizou para o seu livro As mulheres do meu país (1948-1950).
Nas palavras de Jorge Calado, “Maria Lamas (1893–1983), jornalista e escritora, pedagoga e investigadora, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos e cívicos em tempos de ditadura, foi porventura a mais notável mulher portuguesa no século XX. Enquanto perdura uma certa memória da sua afirmação e ação políticas durante o Estado Novo (anos 1930–1960, que a levou à prisão em 1949, 1950–1951 e 1953) e do seu exílio em Paris (1962–1969), a sua obra literária e jornalística está praticamente esquecida. Muito poucos dos seus livros – mais de uma vintena de obras entre poesia, ficção, literatura infantil, antropologia social, tradução – se encontram disponíveis no mercado.”
Com um título composto pelo mote do ex-libris de Maria Lamas – Sempre mais alto –, este colóquio conta com a contribuição de diversos investigadores/as em algumas das áreas em que Maria Lamas atuou ao longo da sua vida.
Na parte da manhã o destaque será dado à dimensão da obra fotográfica, com abordagens que incluem igualmente um testemunho contemporâneo da prática fotográfica e a evocação de uma artista que, como Maria Lamas, foi vítima da perseguição do Estado Novo. Da parte da tarde, as comunicações incidirão sobre as dimensões jornalísticas, literárias e das lutas em prol dos direitos cívicos e das mulheres, em que Maria Lamas se envolveu ao longo da sua vida.
Depois do colóquio será projectado o filme Mulheres do meu país (2020), realizado por Raquel Freire e uma conversa com a realizadora e a responsável pela montagem do filme.
Oradores
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Alexandre Pomar
Lisboa, 1947
Jornalista e crítico de arte. Publicou no semanário “Expresso” entre 1982 e 2007 artigos sobre artes plásticas, fotografia e política cultural. Escreveu sobre as fotografias de Maria Lamas desde 2008 (“O neo-realismo na fotografia portuguesa, 1945 – 1963”, “Centenário da CUF do Barreiro”, ed. 2010, Universidade Autónoma). Publicou em 2023 “Júlio Pomar. Depois do neo-realismo”.
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Eugénia Vasques
Coimbra, 1948
Professora jubilada, dramaturgista, tradutora, ensaísta e crítica (“Expresso”, “Obscena”, etc.). Publicou, entre outros: Jorge de Sena: Uma Ideia de Teatro 1938-71”, “Mulheres que Escreveram Teatro no Século XX em Portugal”, “Para a História da Encenação em Portugal”, “A Escola de Teatro do Conservatório (1836-1911)”, coord. “Teatro de Revista em Portugal: Peças «Perdidas» e Outras: 1851-1869”. É membro do conselho editorial da Revista “Faces de Eva: Estudos sobre as Mulheres”, perita da A3ES.
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Helena Neves
Lisboa, 1945
Jornalista, escritora e investigadora, esteve na génese do Movimento Democrático de Mulheres (MDM). Opositora do Estado Novo, foi presa pela PIDE e impedida de lecionar. Foi candidata da Oposição Democrática (1973) e representante do MDM no Conselho Consultivo da Comissão da Condição Feminina. Foi diretora da “Revista Mulheres” após a morte de Maria Lamas (1983-1991). Escreveu os textos dos livros “Raízes da nossa Força” e “Mulheres de um tempo ainda presente”, apreendidos pela PIDE /DGS.
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Joana Pereira Bastos
Lisboa, 1980
Bisneta de Maria Lamas, cresceu a ouvir contar as histórias da sua vida e foi por ela que quis tornar-se jornalista. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, iniciou a carreira no PÚBLICO, passou pela Agência Lusa e integra a redação do “Expresso” desde 2009. Há dez anos, lançou o livro “Os Últimos Presos do Estado Novo”, agora reeditado. Em 2022, foi distinguida com o Prémio Gazeta de Imprensa.
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Jorge Calado
Lisboa, 1938
Licenciado em engenharia química pelo IST e doutorado em química-física pela Universidade de Oxford. Professor emérito do IST, e catedrático-adjunto de engª química da Universidade de Cornell, onde regeu o curso ‘The Art of Science’. Prémio Universidade de Lisboa, 2016. Crítico cultural do “Expresso” desde 1986. Curador de ca. 40 exposições de fotografia em Portugal, França, Bélgica, Reino Unido e EUA. Criou a coleção internacional de fotografia “A Família Humana” para o Museu do Neo-Realismo, 2019-presente. Autor de “Haja Luz!” (Uma História da Química Através de Tudo, 4.ª ed., 2023),” Limites da Ciência” (2.ª ed., 2020) e “Mocidade Portuguesa” (3.ª ed., 2023), galardoado com o Prémio D. Diniz em 2022.
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Luísa Ferreira
Lisboa, 1961
Fotógrafa independente, Mestre em Design e Cultura Visual pela ESD/IADE-U (Lisboa, 2011). Começou a fotografar nos anos 1980. Integrou a equipa fundadora do PÚBLICO (1989) e trabalhou para a Associated Press (1986-1998). Recebeu o Prémio Autores 2019, Melhor Trabalho de Fotografia pela exposição “Branco” (2018). O seu último livro é “A Ciência Cura” (2020). Prepara doutoramento na FCSH/NOVA. A Cidade e os seus habitantes são temas centrais do seu trabalho.
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Raquel Freire
Porto, 1973
É realizadora, argumentista, escritora, produtora e mãe. Os filmes (Rio Vermelho, Rasganço, Esta é a Minha Cara, “Veneno Cura”, Dreamocracy estrearam em Festivais Internacionais de Cinema como Veneza, Turim, São Paulo, Montreal, Leeds, Clermont-Ferrand, Porto PosDoc e nas salas de cinema. Realizou e produziu a trilogia “Histórias das Mulheres do Meu País” que estreou na RTP1. Realizou e produziu o filme Mulheres do Meu País. Está a realizar o filme e a série “Mulheres de Abril”.
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Raquel Henriques da Silva
Cascais, 1952
Professora catedrática Jubilada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Departamento de História da Arte. Autora de estudos de investigação e divulgação nas áreas do urbanismo e arquitectura (século XIX-XX), artes plásticas e museologia. Comissária de exposições de arte. Foi directora do Museu do Chiado (1994-97) e do Instituto Português de Museus (1997-2002).
Programa
10:00 / Boas vindas
10:15 / Maria Lamas fotógrafa
12:30 / Debate
14:30 / Maria Lamas, uma vida de escrita e de causas
16:00 / Debate
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.