Projeção de obras de Raquel Schefer e de Rita Macedo
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Coleção Moderna – Sala PolivalenteR. Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa
Ensaio e Ficção é o tema aglutinador desta nova edição do programa A Gulbenkian e o Cinema Português que se organiza em dois fins-de-semana consecutivos.
Este ciclo exibe filmes que resultam dos apoios dados à produção e à internacionalização do cinema português contemporâneo, não se limitando a mostrar exclusivamente as obras apoiadas, mas dando também destaque a realizadores que tenham usufruído desses apoios.
Raquel Schefer – Avó (Muidumbe), 11’ (2010); Nshajo (O Jogo), 7’:54’’ (2011)
Rita Macedo – Não-filme em três actos e um prelúdio, 13’ (2010); Implausible Things, 29’ (2014); This Particular Nowhere, 9’ (2015)
Duração total da sessão – 70’
SINOPSES
Avó (Muidumbe) – Moçambique, 1960, pouco tempo antes da eclosão da guerra, retrato de uma família colonial. Uma sequência de material de arquivo filmada pelo meu avô, antigo administrador colonial em Moçambique, é o ponto de partida de um documentário experimental sobre a história da descolonização portuguesa e a sua memória. Memória dupla ou desdobrada: a memória vivida e descritiva dos colonizadores (os seus textos, as suas imagens) contra a memória fabricada dos seus descendentes. O filme encena as minhas memórias indiretas de Moçambique no período colonial. Raquel Schefer
Legendas em inglês
Nshajo (O Jogo) – Entre 1957 e 1959, o antropólogo Jorge Dias, uma das figuras maiores da etnografia colonial portuguesa e da corrente luso-tropicalista, realiza, sucessivamente, três estudos de campo no Planalto dos Macondes, no Norte de Moçambique. O material recolhido daria origem à extensa monografia Os Macondes de Moçambique (1964-70), uma das obras fundamentais da antropologia portuguesa. Em 1959, aquando da terceira expedição a Moçambique, Jorge Dias permanece durante alguns dias na residência da minha família, no Mucojo, onde o meu avô era então administrador de posto. Nshajo entrelaça o relato de um episódio prosaico da estadia de Jorge Dias no Mucojo com uma tentativa de reflexão visual sobre a representação antropológica e os processos de observação empírica, comparação, imitação e aculturação. Linhas de continuidade são traçadas entre sistemas de representação e imaginários paroxísticos através da combinação de um filme antropológico apócrifo com imagens de arquivo documentais de Moçambique. Raquel Schefer
Legendas em inglês
Filmes apoiados para a Internacionalização em Cinema, em 2016, para participar na mostra “África. Cinema e Revolução”, S. Paulo, Brasil, pelo Programa de Língua e Cultura Portuguesas/Fundação Calouste Gulbenkian
Não-filme em três actos e um prelúdio – Como pode um filme ser um não-filme? Que tipo de lutas interiores o faz conscientemente revoltar-se contra o seu próprio nome ou categorias? Ter-se-á personificado de tal maneira que olha para a sua própria forma como os humanos olham para a sua humanidade, sem esperança? Filmado inteiramente em Super8, Não-filme em três actos e um prelúdio é um percurso absurdo conduzido por uma cabeça sem corpo, duas personagens invisíveis que contam pedras como corpos, uma realizadora abafada pelo seu próprio filme e duas criaturas solitárias vestidas de Virgens-Maria.
Língua original: português e inglês
Legendas: inglês
Implausible Things – Coisas Implausíveis é um laboratório de imagens construído através de found footage e materiais que são, por natureza, dispersos e aleatórios. Tudo começa com uma caixa cheia de filmes de 16 mm encontrada ao acaso – material bruto do que estava para vir. Novos caminhos e possibilidades emergem à medida que os significados antigos se perdem e são abandonados ou substituídos. Cada uma das sete partes apresenta características formais distintas e opera em diferentes territórios de lógica, resultando numa tapeçaria heterogénea tecida através fios audiovisuais. Uma assemblage não hierárquica de imagem em movimento, som e escrita. Inteiramente constituído por texto e som originais, Coisas Implausíveis define-se como uma espécie de mise en abyme, no qual repetições, redundâncias e loops distorcem a ideia de temporalidade linear e realidade intransigente.
Língua original: inglês e francês
Legendas: inglês
This particular nowhere – Part I – Some of Wigner’s friends – No écran, uma cabeça entre muitas. Move-se como um planeta no vácuo do espaço. A cabeça fala. As palavras que ouvimos parecem referir-se ao espaço no qual nos encontramos – a sala escurecida; bem como à contemplação do que ocorre no écran – o início da peça. No entanto, através da progressão do texto, bem como dos movimentos reminiscentes de um imaginário espacial coletivo, somos transportados para conceitos menos definíveis de ‘inícios’, ‘aquis’ e ‘agoras’. Conceitos que apontam de volta para nós mesmos, para o(s) nosso(s) universo(s), para os nossos seres.
Língua original: inglês
Sem legendas
Filme apoiado para a criação em Cinema, em 2014, pelo Programa de Língua e Cultura Portuguesas/Fundação Calouste Gulbenkian
Outros filmes do programa A Gulbenkian e o Cinema Português:
Toca do Lobo, de Catarina Mourão
Lei da Gravidade, Despedida, Zootrópio e Pathos, de Tiago Rosa-Rosso
Luminita, Yulya e Câmara Nova, de André Marques