Cada vez mais, os processos participativos entraram para o campo da educação e mediação cultural como resposta a um mundo em mudança, a uma sociedade dinâmica, crítica, que exige cada vez mais a possibilidade de participar efetivamente no tecido cultural de que faz parte. Os direitos culturais inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos integram 3 componentes essenciais: acesso, criação e participação.

A participação cultural, vista aqui como exercício efetivo de cocriação, não só se erige assim como um direito fundamental como exige estruturas permeáveis, porosas, flexíveis e em permanente mudança, onde a partilha da responsabilidade e do poder se desenhem sobre práticas colaborativas e de construção conjunta. No âmbito da exposição Entre Olhares, Encontros (in)comuns − ela própria, fruto de um projeto de curadoria participativa −, achámos importante abrir este espaço de conversa e reflexão sobre o papel transformador dos processos participativos na arte, cultura e educação num momento em que as instituições procuram cada vez mais integrar esta força vital nos seus processos de trabalho. 

Com Ariana Furtado, Paulo Pires do Vale e Susana Gomes da Silva

Fruto de um desafio de curadoria participativa lançado pelo CAM e pela Biblioteca de Alcântara, esta exposição junta 17 obras da Coleção do CAM e 14 livros de artista da Biblioteca de Arte da Fundação e estará patente ao público na Biblioteca de Alcântara de 19 de janeiro a 31 de março.