O título da obra faz referência ao poema épico Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões, publicado 400 anos antes em Lisboa, em 1573, e que esteve na génese da composição de uma obra de música eletrónica, com o mesmo título, que o compositor Jorge Peixinho realizou em Gante, no Instituto de Psicoacústica e Música Electrónica (Bélgica), entre 1973 e 1974. Em 1975, Jorge Peixinho e Ernesto de Sousa começam a trabalhar no «envolvimento musical-visual» Luiz Vaz 73 (1975-1981). Esta obra é simultaneamente um projeto espacial, visual e sonoro, construído a partir de uma estrutura visual e de uma composição musical, com improvisação ao vivo (instrumentos acústicos) pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (fundado em 1970).
Com seis apresentações ao longo dos anos de 1975 e 1981, a obra foi originalmente apresentada em Gante, em 1975, e em Lisboa, na Galeria Nacional de Arte Moderna de Belém, em 1976, esta última com a colaboração plástica do artista Fernando Calhau, na conceção do espaço. Postumamente, a obra foi reapresentada em 2009, na Sala Polivalente do CAM, no contexto da exposição Anos 70. Atravessar Fronteiras. Passados 12 anos desta última apresentação pública, impunha-se um novo olhar sobre as fontes, a documentação produzida pelos autores, os materiais físicos da obra, restaurados e transcritos (diapositivos e fitas magnéticas), os suportes tecnológicos (históricos e atuais) e uma nova leitura curatorial. A atual reapresentação de Luiz Vaz 73 teve como base documental a versão apresentada em 1976, na Galeria de Belém.