Lágrima

De Olga Roriz pela Companhia Nacional de Bailado

Slider de Eventos

Lágrima foi criada para os Estúdios Coreográficos do Ballet Gulbenkian em julho de 1983, quando Olga Roriz fazia parte do elenco da companhia. A peça gira em torno da relação passional conturbada de uma mulher com três amantes, ou alter-egos, quem sabe, de um só homem, desmultiplicado. A peça, ao som de Nina Hagen, é arrebatadora e violenta. A questão, mesmo na época, ficou no ar: esta mulher é vítima de violência? Pior do que isso, ela é uma mulher objeto, subjugada por uma sociedade machista.

Inserida na programação do ciclo dança não dança, Lágrima é apresentada em diálogo com a performance Visita Guiada, de Cláudia Dias. No final, realiza-se uma conversa com ambas as artistas e Teresa Joaquim.

Muito distintas coreograficamente, nestas duas peças há uma afirmação feminina ou feminista que se faz marcadamente vincada, não obstante as duas décadas que as separam, décadas em que a condição da mulher na sociedade portuguesa se alterou significativamente. Esta justaposição pretende evocar movimentos de emancipação que, nas danças do século XX em Portugal e no mundo, a apresentação de mulheres a solo ou como solistas não deixou de evidenciar. Mostra também problemas de índole social que estão na base do gesto artístico de cada uma destas artistas e de tantas outras que questionaram e agitaram o lugar da mulher na sociedade ocidental.

Imagem © Rodrigo Souza

“Para Elisa

Quando, em 1983, me surgiu a necessidade de criar esta peça, já vislumbrava na bailarina Elisa Ferreira a musa inspiradora que foi durante todo o meu caminho de criação no Ballet Gulbenkian.

A sua força anímica, o seu movimento felino e sensual de mulher madura, o seu pensar a dança no seu corpo, assim como a inteligência emocional, concediam-lhe uma capacidade performática excecional.

Gostaria de, publicamente, dedicar-lhe esta reposição e assim relembrar, com todo o carinho e admiração, a grande artista que foi.”

— Olga Roriz, 2023

Olga Roriz (1955, Viana do Castelo) integrou o elenco do Ballet Gulbenkian desde 1976, onde foi primeira bailarina e coreógrafa principal. Em 1992 assumiu a direção artística da Companhia de Dança de Lisboa, e em 1995 fundou a Companhia Olga Roriz. Recebeu o grau de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Aveiro por distinção nas Artes (2017) e a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República (2004).

Anyah Siddall (Austrália) é bailarina da Companhia Nacional de Bailado desde 2016. Formou-se na escola de dança do Hamburg Ballett John Neumeier, em 2015, e dançou para esta companhia, para o Dutch National Ballet e para o Ballett Kiel.

dança não dança

Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais


Ficha técnica

Coreografia, figurinos e luzes

Olga Roriz

Interpretação

Anyah Siddall, Joshua Earl, Tiago Amaral, Dylan Waddell / Companhia Nacional de Bailado 

Elenco na estreia

Elisa Ferreira, Gagik Ismailian, José Grave e João Afonso

Música

Naturträne de Nina Hagen Band

Produção original

Ballet Gulbenkian

Colaboração

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

Relacionados

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.