Ética e Estética em José Saramago

Colóquio Internacional no âmbito das comemorações do Centenário de José Saramago

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O colóquio internacional organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Fundação José Saramago, no âmbito das celebrações do Centenário do autor, tem como tema Ética e Estética em José Saramago.

Este tema abre duas vias de reflexão que podem cruzar-se. Por um lado, a dimensão ética refere-se a grandes sentidos civilizacionais, filosóficos e políticos, cuja presença, na obra de Saramago, se vai intensificando, complementando temas com marcação histórica e ideológica. Por outro lado, a obra saramaguiana favorece análises em torno de uma certa estética do romance (e não só dele). Estão aqui em causa os termos em que o escritor renovou esse género narrativo e o tratamento a que submeteu as suas categorias estruturantes, o seu estilo e a sua retórica ficcional, em diálogo com a História, a sociedade e as ideias dela emergentes.

A produção literária e o pensamento de José Saramago estarão no centro das conferências e painéis de debate que compõem o programa deste Colóquio, com incidência nos dois vetores temáticos mencionados. A par disso, será dada atenção especial à interação da obra saramaguiana com outras artes e ainda com diferentes modos de afirmação da sua presença no espaço e na paisagem portugueses.


TRANSMISSÃO

Dia 30 jun
Dia 01 jul

Programa

09:30   Abertura

José Tolentino de Mendonça, Biblioteca Apostólica Vaticana (intervenção gravada)
Guilherme d’Oliveira Martins, Fundação Calouste Gulbenkian

10:45   Pausa para café

11:00   Painel de comunicações I

A poética saramaguiana do grito e da indignação

Carlos Nogueira, UTAD/Universidade de Vigo

O princípio estético da intensidade realista e expressionista do grito e da dor atravessa toda a obra de José Saramago, que afirmou: “Sou um grito de dor e indignação”. A partir desta premissa, é proposta uma reflexão sobre a poética saramaguiana do grito, do grotesco e da abjeção, e sobre o seu propósito, tanto no contexto de uma visão humanista e desenganada do mundo e da espécie humana como no de uma ação que foi radicalmente ética e estética.

Saramago, Tolstoi e Democracia espiritual

Manuel Frias Martins, Universidade de Lisboa

Ignoro o que resultará de tudo isto, mas creio que nenhum mal poderei gerar, trabalhando conforme o que a minha consciência me aconselha.
(L. Tolstoi)

Dostoievski é a figura que constantemente lança a sua sombra sobre o romancista trágico José Saramago. A desconfiança metafísica no homem por parte do autor russo informa muito do alcance ideativo da lucidez saramaguiana, que é tanto mais trágica quanto mais lúcida. Contudo, é o sábio Tolstoi quem verdadeiramente ilumina a dinâmica espiritual do escritor atento ao (e amargurado com) o destino da humanidade. Foi sobretudo de Tolstoi que Saramago herdou a interpretação dos textos bíblicos no que respeita à profundidade do conhecimento do humano e ao alcance da dúvida religiosa. Neste contexto, a proposta principal desta comunicação não se confunde com o sentido atual da democracia como forma de organização política (seja qual for o regime por ela representado na história moderna). O conceito de «democracia espiritual» permite pensar, a partir de alguns romances de Saramago (tal como de outros autores, aliás), a possibilidade de uma democracia inscrita no quadro de uma civilização nova e ainda por desenhar, mas que podemos imaginar pelos traços de uma espiritualidade que o é por oposição ao que existe de mais contrário à felicidade humana.

As Intermitências da Morte: paradoxos da metaficção e da autoridade

Sílvia Amorim, Universidade de Bordeaux-Montaigne

O uso de processos metaficcionais constitui um ponto de articulação entre as dimensões ética e estética da obra literária. Nos seus romances, José Saramago explora aspetos teóricos através de uma estrutura ficcional, questionando no texto a própria representação. Um dos impasses reside na subordinação da representação do mundo empírico à linguagem, apresentando esta um caráter suspeito já que a sua relação com o real, sujeita a interferências ideológicas e culturais, não é unívoca. Assim, ao “analisar um conjunto de relações linguísticas usando as mesmas relações como instrumento de análise” (P. Waugh, 1985), o romance atira-nos para um labirinto que a metaficção pretende explorar.

Propomos considerar o romance As intermitências da morte (2005) enquanto caso paradigmático numa obra que não desiste de um forte posicionamento ético, embora mostrando um certo desengano relativamente à capacidade de atingir uma verdade totalizante através da linguagem. Nesse âmbito, veremos que José Saramago desenvolve uma reflexão sobre a linguagem, reconhecendo a sua autoridade ao mesmo tempo que vai desvendando os seus artifícios e armadilhas. O desafio reside então na transmissão de valores fundamentais sem, porém, cair numa literatura moralizadora, e sem que se avulte no texto um ethos discursivo autoritário (D. Maingueneau, 2014). Em última análise, colocar-se-á a questão da relação entre a ficção saramaguiana e o género ensaístico e, de forma mais geral, a do reconhecimento do contributo recíproco da literatura e da ética (W. Booth, 1988; M. Nussbaum, 1992).

Moderação:
Ana Paula Arnaut, Universidade de Coimbra

12:45   Almoço

14:30   Mesa-redonda

José Saramago: diálogos interartísticos

Carlos Pinillos e Filipa de Castro, Companhia Nacional de Bailado
Nuno Coelho, Orquestra Sinfónica das Astúrias (intervenção online)
Jean Paul Bucchieri, Escola Superior de Teatro e Cinema
Nuno Cardoso, Teatro Nacional de São João

Moderação:
Rui Vieira Nery, Fundação Calouste Gulbenkian

16:00   Pausa para café

16:15   Apresentação da revista Colóquio/Letras

Nº 210, dedicado a José Saramago

Nuno Júdice, Fundação Calouste Gulbenkian

16:45   Mesa-redonda

Paisagens saramaguianas

Lídia Monteiro, Viagem a Portugal Revisited (Turismo de Portugal)
Florbela Estêvão, Rota Memorial do Convento (Câmara Municipal de Loures)

Apresentação e moderação:
Sérgio Letria, Fundação José Saramago

18:00   Pausa para café

18:30   Programa musical

Coro Gulbenkian

Ich lasse dich nicht Johann Christoph Bach e Johann Sebastian Bach
Komm, Jesu, komm, BWV 229 Johann Sebastian Bach
Sechs Sprüche, op. 79 Felix Mendelssohn


BIOGRAFIAS

Afonso Reis Cabral (n.1990) é licenciado e mestre em Estudos Portugueses e Lusófonos, com uma pós-graduação em Escrita de Ficção, e autor de quatro livros: Condensação (2005), O Meu Irmão (Prémio Leya 2014), Pão de Açúcar (Prémio José Saramago 2019) e Leva-me contigo. Portugal a pé pela Estrada Nacional 2 (2019). As suas obras estão editadas em várias línguas. Contribuidor regular para diversas publicações, é colunista do Jornal de Notícias e do novo jornal digital A Mensagem de Lisboa. É também presidente da Fundação Eça de Queiroz. Nos tempos livres, faz mergulho e pratica boxe.

Ana Margarida de Carvalho, autora nascida em Lisboa, onde se licenciou em Direito, exerceu jornalismo durante 25 anos, enquanto editora de Sociedade, Grande-Repórter, crítica de Cinema e cronista em diversas publicações. Fundou e geriu o site de Cinema Final Cut e foi jurada de concursos do ICA, que financiou três dos seus guiões. Os seus dois primeiros romances, Que importa a fúria do mar (2013) e Não se pode morar nos olhos de um gato (2016), ambos editados pela Teorema, foram finalistas de vários prémios e conquistaram ambos o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB, tornando-a parte do grupo estrito de autores portugueses duplamente distinguidos. Seguiu-se a coletânea de contos Pequenos delírios domésticos (Relógio d’Água, 2017), vencedora do Prémio de Conto e Novela Camilo Castelo Branco/ APE, e O gesto que fazemos para proteger a cabeça (Relógio d’Água, 2019), o seu mais recente romance, selecionado para o Prémio Oceanos. Cartografias de lugares mal situados, coletânea de contos sobre guerra, foi publicado em julho de 2021.

Ana Paula Arnaut é professora catedrática pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Leciona Literatura Portuguesa Contemporânea na mesma universidade e é investigadora do Centro de Literatura Portuguesa, onde integra o grupo Figuras da Ficção. Os seus principais interesses incidem sobre Literatura Pós-modernista e Hipercontemporânea, áreas em que tem vários livros e artigos publicados. Destacam-se, entre outros: Memorial do Convento. História, ficção e ideologia (1996); Post-Modernismo no romance português contemporâneo. Fios de Ariadne. Máscaras de Proteu (2002); José Saramago (2008); António Lobo Antunes (2009); As mulheres na ficção de António Lobo Antunes. (In)variantes do feminino (2012); O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago (2017); As palavras justas: ensaios sobre Literatura e Direito (org.) (2020); e As palavras visíveis: estudos para Carlos Reis (coorg.) (2021).

Barbara Juršič nasceu em 1971 em Liubliana, Eslovénia, onde mora. Mestre e Doutora em Estudos Românicos com especialidade na área da Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e de Liubliana, é autora, investigadora, curadora e tradutora literária. Entre os autores que traduziu, contam-se José Saramago, António Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Mia Couto, Gonçalo M. Tavares, Sophia de Mello Breyner, Nuno Júdice, Bernardo Carvalho e Eça de Queirós. Para além de textos críticos e prefácios para obras literárias, tem publicado artigos científicos em revistas e jornais eslovenos, portugueses e brasileiros sobre a obra de autores lusófonos e eslovenos e a cultura eslovena, portuguesa e brasileira, e participado em programas de Rádio e Televisão. É intérprete oficial do Governo da República da Eslovênia e investigadora do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 2005 foi distinguida com o Prémio Nacional de Melhor Tradutor Jovem. Em 2017, proferiu palestras no Instituto Rio Branco em Brasília, no SESC de São Paulo e no Instituto Carioca de Educação no Rio de Janeiro. Atualmente, é diretora do Museu Técnico da Eslovénia, o maior museu do país, baluarte do património técnico nacional e internacional.

Carlos Nogueira é professor universitário e ensaísta. O seu trabalho tem-se centrado especialmente nas relações entre a Literatura, a Filosofia, a Política e o Direito. Nos últimos anos, tem-se especializado no estudo e na divulgação da obra e do pensamento de José Saramago. Os seus livros foram publicados em editoras como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda, a Porto Editora, as Edições Europa-América, as Edições Lusitânia, a Livraria Lello e a Tinta-da-China. Recebeu o Prémio Santander de Internacionalização da Produção Científica da FCSH / Universidade Nova de Lisboa, o Prémio Montepio de Ensaio, o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho e o Prémio de Ensaio Vergílio Ferreira.

Carlos Pinillos nasce em Madrid. Realizou os seus estudos na Escola de Dança de Victor Ullate. Em 1998, Carlos recebe o 1º prémio do Concurso Internacional de Dança de Viena. Faz o seu debut como bailarino profissional com o Ballet de Victor Ullate em 1995, sendo promovido a bailarino principal em 2000. Tanto Ullate como Hans van Manen são nomes relevantes para o seu desenvolvimento enquanto artista. Em 2001, passa a formar parte do elenco da CNB, sob a direcção de Mark Jonkers. O seu repertório inclui grandes clássicos como Giselle de Jose Pares, Romeu e Julieta de Cranko, A Dama das Camélias, O Quebra Nozes, D. Quixote e O Lago dos Cisnes de M. Balkan, Sonho de uma Noite de Verão de Spoerli ou D. Quixote de Ullate. De Balanchine dançou ballets como Allegro Brillante, Tema e Variações, Apollo e Who Cares. De van Manen, In the Future, In and Out, Gro§e Függe, Hammerklavier, Solo, Kammerballet e Five Tangos.

Dançou obras de outros coreógrafos como Micha van Hoeke, Niels Christie, Uwe Scholz, Robert North, Kevin O’Day, Mauro Bigonzetti, Jiri Kylian, Nacho Duato ou Vasco Wellenkamp. Com a criação do ballet Pedro e Inês, Olga Roriz converte-se num grande ponto de referência para Carlos dentro do panorama da dança em Portugal.

Carlos Reis é professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra. Autor de mais de trinta livros, vários deles sobre temática queirosiana, ensinou em universidades da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil. Foi diretor da Biblioteca Nacional, reitor da Universidade Aberta e presidente da Associação Internacional de Lusitanistas e da European Association of Distance Teaching Universities. A nível de edições, destaca-se a coordenação da coleção Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós e da História Crítica da Literatura Portuguesa em nove volumes. Distinguido com os prémios Jacinto do Prado Coelho (1996), Eduardo Lourenço (2019) e Vergílio Ferreira (2020), é ainda doutor honoris causa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Presentemente desempenha as funções de comissário para o Centenário de José Saramago.

Nascido em Vilalba (Lugo) em 1950, Darío Villanueva é teórico, crítico literário e Professor emérito na Universidade de Santiago de Compostela, onde ensina Teoria da Literatura e Literatura Comparada, e da qual foi reitor (1994-2002). Entre 2014 e 2018/19, dirigiu a Real Academia Espanhola, presidiu a Associação de Academias de Língua Espanhola e foi membro de direito do Conselho de Estado. Foi ainda Vice-Presidente e Presidente do Instituto de Espanha, Presidente honorário da Sociedade Espanhola de Literatura Geral e Comparada, Vice-Presidente da Conferência de Reitores das Universidades Espanholas e Presidente da Rede de Bibliotecas Universitárias Espanholas. Nomeado doutor honoris causa em diversas universidades na Europa, América e Ásia, publicou centenas de artigos em revistas e jornais espanhóis e internacionais. Entre 1999 e 2005 coeditou dez volumes da Obra completa de Emilia Pardo Bazán para a Biblioyeca Castro, da qual é diretor académico. Entre as suas obras mais recentes, contam-se Teorías del realismo literário (2020), El Quijote antes del cinema: Filmoliteratura (2020) e De los trabajos y los días. Filologías (2020) e Morderse la lengua. Corrección política y posverdad (2021) – o qual recebeu o prémio de Livro do Ano pela Fundação Francisco Umbral.

Filipa de Castro nasce em Lisboa e realiza os seus estudos de dança na Escola da Dança do Conservatório Nacional. Em 1996 é convidada a formar parte do elenco da Companhia Nacional de Bailado, participando em coreografias como In The Middle Somewhat Elevated de William Forsythe ou Cinderela de Michael Corder. Destaca-se ainda o trabalho com a coreógrafa belga Anne Teresa de Keersmaeker em The Lisbon Piece, momento de descoberta do seu talento na linguagem da dança contemporânea. Em 2001 ingressa no Ballet Real da Flandres, sob a direcção de Robert Denvers. Romeu e Julieta de A. Prokovsky e Eight Seasons de Maurício Wainrot fazem parte da sua experiência nesta companhia.

Em 2003 Filipa de Castro regressa à CNB. Da sua vasta experiência destacam-se os papéis principais em grandes clássicos como O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Romeu e Julieta, D. Quixote, Giselle, La Bayadère, Pássaro de Fogo, Paquita e A Bela Adormecida. Também relevantes são criações com coreógrafos como Vasco Wellenkamp, Olga Roriz, Rui Lopes Graça ou David Fielding. Filipa apresenta-se regularmente em Galas e Festivais Internacionais de Dança ao lado do seu partenaire Carlos Pinillos. Em 2005, foi galardoada com o Prémio Bailarina Revelação concedido pela Associação dos Amigos da CNB. Em 2016, junto a grandes nomes da dança mundial, foi-lhe atribuído o prestigiado Prémio Positano/Léonide Massine para Bailarina do Ano da Cena Internacional.

Florbela Estêvão é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Desempenha funções na Câmara Municipal de Loures na Unidade de Património e Museologia, é membro da equipa técnica interdisciplinar da Rota Memorial do Convento e investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHC/ FCHS/ UNL).

Guilherme d’Oliveira Martins é Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian e Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura. Foi Deputado e Ministro da Educação, Presidência e Finanças. Doutor honoris causa pela Universidade Lusíada, pela Universidade Aberta e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Jean Paul Bucchieri é encenador, investigador e pedagogo. nascido em Itália em 1967 e estabelecido em Portugal desde 1993. É doutorado pela FMH da Universidade de Lisboa e concluiu o Curso de Encenação de Ópera, no âmbito do Programa Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. Atualmente, faz parte do corpo docente da Escola Superior de Teatro e Cinema e é membro integrado e investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Os seus mais recentes trabalhos de encenação incluem Poema à duração, de Peter Handke, no MAPS (2020), L’histoire du soldat, de Igor Stravinsky, na Fundação Calouste Gulbenkian (2020) e O dicionário da fé, com texto original de Gonçalo M. Tavares, no Teatro Nacional Dona Maria II (2021). Destacam-se ainda a participação em projetos de Bob Wilson como assistente e intérprete, bem como as colaborações com Ana Luísa Guimarães, Jorge Listopad, Maria João Pires, Olga Roriz, Nuno Carinhas e Joaquim Benite.

A sua linha de investigação, tanto na pedagogia como na criação artística, situa-se na observação fenomenológica do trabalho do ator. Prepara agora um pós-doutoramento sobre a relação entre a encenação, a investigação em artes e a pedagogia, no âmbito das matérias que o teatro e as artes performativas produzem.

Lídia Jorge é uma escritora portuguesa representativa da Geração pós-revolução. O seu livro de estreia, O Dia dos Prodígios, publicado em 1980, tem sido considerado um marco na nova fase de Literatura Portuguesa Contemporânea. Desde então, a autora tem publicado romances, contos, livros para a infância, teatro, ensaio e poesia. O seu romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado ao cinema e vários textos seus foram representados em palco. Os seus livros estão traduzidos em mais de vinte línguas e tem recebido vários prémios nacionais e internacionais na categoria de romance e pelo conjunto da sua obra. Entre os internacionais, contam-se o Prémio ALBATROZ (2006) da Fundação Günter Grass ou o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura (2015).

Em 2013, a revista Magazine Littéraire considerou-a uma das dez vozes literárias mais influentes da atualidade. Os Memoráveis (2014), uma revisitação dos momentos fulcrais da Revolução, tem-se revelado como o livro que transfigura e cimenta a mitologia portuguesa das últimas décadas. O seu romance mais recente, Estuário (2018), ganhou o Grande Prémio Literário TSD e foi considerado pelo jornal Le Monde como uma das melhores interpretações do estado do mundo na atualidade, tendo posteriormente sido finalista do prémio Médicis International.

Lídia Jorge acaba de publicar Em Todos os Sentidos, conjunto de crónicas que leu, ao longo de 2019, aos microfones da Antena 2 e que foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica Dispersos Literários da APE. No mês de novembro de 2020, Lídia Jorge recebeu ainda o Prémio das Línguas e Literaturas Românicas da Feira Internacional de Guadalajara.

Diretora Coordenadora do Turismo de Portugal com a responsabilidade pela promoção nacional e internacional do país. Tem a seu cargo os Departamentos de Comunicação e Marketing Digital e de Marketing Territorial e Negócios e as Equipas Multidisciplinares de M&I e de Operações Turísticas. Profissional de comunicação e marketing com uma vasta experiência de mais de 25 anos, é membro do Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque e da Comissão de Certificação dos Caminhos de Santiago em Portugal. Tem sido responsável pelas campanhas mais premiadas de promoção turística do país. Foi eleita Personalidade de Marketing do Ano em 2018 e Marketeer do Ano 2022 pela Meios & Publicidade.

Manuel Frias Martins é doutorado em Teoria da Literatura e professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É crítico literário com inúmeras colaborações em jornais, revistas e programas radiofónicos, sendo atualmente Presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários. É autor de vários livros de ensaios. O seu livro Matéria negra. Uma teoria da literatura e da crítica literária (Edições Cosmos, Lisboa, 1993, 2.ª ed. 1995) obteve em 1995 o Prémio Pen Clube de Ensaio, e o livro A espiritualidade clandestina de José Saramago (Fundação José Saramago, Lisboa, 2014; 2.ª edição aumentada em 2020) obteve em 2015 o Grande Prémio de Ensaio atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores. A tradução italiana deste livro foi publicada em 2020 por Edizione dell’Orso. Traduziu, entre outras obras, O cânone ocidental, de Harold Bloom (Círculo de Leitores / Temas e Debates, Lisboa, 1997). O seu livro mais recente, A Lágrima de Ulisses. Regimes da cultura literária, foi publicado em 2021 pela Editora Exclamação.

Nascido em Canas de Senhorim, em 1970, Nuno Cardoso é o diretor artístico do Teatro Nacional São João desde 2019. Como criador, tem vindo a desenvolver um universo estético próprio, que tanto se aplica a adaptações de textos contemporâneos como de clássicos, muitas vezes em colaboração com o cenógrafo F. Ribeiro e o desenhador de luz José Álvaro Correia. Para além de espetáculos de palco, desenvolve projetos mais experimentais com comunidades, cruzando profissionais e não profissionais.

Enquanto estudante universitário, iniciou a sua carreira em 1994, no CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. No mesmo ano, no Porto, é cofundador do coletivo Visões Úteis e estreia-se como encenador. Entre os espetáculos que encenou, no TNSJ, contam-se O Despertar da Primavera, de Wedekind (2004); Plasticina, de Vassili Sigarev (2006); e Woyzeck, de Büchner (2005), A Morte de Danton, de Büchner (2019), já enquanto diretor artístico, Castro, de António Ferreira, e O Balcão, de Genet, em 2020 e em 2021, Espectros, de Ibsen, e Lear, de Shakespeare.

Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto e, entre 2003 e 2007, do Teatro Carlos Alberto, integrado já na estrutura do TNSJ. Em 2007, assume a direção artística do Ao Cabo Teatro, cargo que manteve até 2018. Destaquem-se as suas incursões nos territórios dramáticos de Shakespeare e Tchékhov – Platónov (2008) foi eleito o melhor espetáculo do ano pelo jornal blico, obtendo também uma menção honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. Demónios, de Lars Norén, recebeu o Prémio Autores 2016 da SPA, na categoria de Melhor Espetáculo.

Vencedor do Concurso Internacional de Direção de Orquestra de Cadaqués em 2017, Nuno Coelho é atualmente Maestro Convidado da Orquestra Gulbenkian. Nas últimas temporadas destacam-se atuações com a Sinfónica da Rádio da Baviera, a Filarmónica da BBC, a Sinfónica da Galiza, a Sinfónica de Castela e Leão, a Orquestra do Teatro Regio de Turim e a Orquestra Beethoven de Bona. Dirigiu a Filarmónica de Los Angeles em diversas ocasiões e foi maestro assistente da Nederlands Philharmonisch Orkest entre 2015 e 2017. No domínio da ópera, dirigiu La TraviataCavalleria RusticanaRusalka e Das Tagebuch der Anne Frank

Nuno Coelho nasceu no Porto em 1989. Estudou violino em Klagenfurt e Bruxelas e direção de orquestra em Zurique, com Johannes Schlaefli. Recebeu o 1.º Prémio no Concurso de Direção do Prémio Jovens Músicos da Antena 2, o Neeme Järvi Prize do Festival Menuhin de Gstaad e foi finalista no Concurso do Festival de Salzburgo para jovens maestros. Em 2014 foi bolseiro da Fundação Gulbenkian e em 2015 foi aceite no Dirigentenforum do Centro Alemão para a Música, que mais tarde o nomeou para a sua lista Conductors of Tomorrow.

Nuno Júdice é poeta, ensaísta e tradutor, nascido no Algarve em 1949. Professor universitário aposentado, é curador para a área cultural da Fundação José Saramago, criada em 2008, e dirige a revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2009.  Publicou o primeiro livro de poesia em 1972, tendo recebido importantes prémios literários nacionais e internacionais, entre os quais: Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), da Associação Portuguesa de Escritores (1995), Cesário Verde e Ana Hatherly (2003) e Prémio Literário Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração (2015). Em 2013, foi distinguido com o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (Espanha); em 2104, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval (México); em 2015, com o Prémio Argana de Poesia, da Maison de la Poésie de Marrocos; e, em 2016, com o El Ojo Crítico Iberoamericano da Rádio Nacional de Espanha.

Pilar del Rio é Presidente da Fundação José Saramago.

Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa (1980) e Doutorado em Musicologia pela Universidade do Texas em Austin (1990), é presentemente Professor Associado da Universidade Nova de Lisboa e Investigador do Instituto de Etnomusicologia-Centro de Estudos de Música e Dança e do Centro de Estudos de Teatro, bem como Consultor do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian. Como musicólogo e historiador cultural, é autor de largo número de livros e artigos sobre Música erudita portuguesa no período do Antigo Regime e sobre Música Popular urbana, editados tanto em Portugal como no estrangeiro. Exerce também uma atividade intensa como conferencista, no plano nacional como em vários países da Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Desempenhou, entre outras, as funções de Secretário de Estado da Cultura e de Presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).

Sara Grünhagen é licenciada em Letras pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Literatura Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutorou-se em 2021 na Université Sorbonne Nouvelle, em cotutela com a Universidade de Coimbra, com a tese A cor dos cabelos de Deus: intertextualidade, intermidialidade e metalepse em José Saramago (a ser publicada em português pela Âyiné e em francês pelas Éditions Honoré Champion). Atualmente leciona na Sorbonne Nouvelle.

Sérgio Machado Letria nasceu em Lisboa em 1975, onde se licenciou em Literatura na Universidade Nova e fez uma pós-graduação em Edição na Universidade Católica. Depois de quatro anos na Editorial Caminho e de ter trabalhado como mediador de leitura, integra a equipa da Fundação José Saramago desde a sua constituição, sendo seu diretor desde 2009.

Sílvia Amorim é professora associada no departamento de Estudos Lusófonos da Universidade Bordeaux Montaigne (França) e membro da equipa de investigação AMERIBER - Amérique Latine, Pays Ibériques. Defendeu, na Universidade Paris VIII, uma tese de doutoramento orientada pela Professora Maria Helena Araújo Carreira, na qual explora o conjunto da obra romanesca de José Saramago, tendo publicado o resultado dessa investigação no volume José Saramago. Art, théorie et éthique du roman, Paris, L’Harmattan, coleção “Classiques pour demain”, 2010. De forma mais geral, trabalha sobre literatura portuguesa contemporânea, narratologia e análise do discurso.

09:30   Conferência

A estética do romance segundo José Saramago

Carlos Reis, Universidade de Coimbra

Em diversos momentos e circunstâncias da sua vida literária, José Saramago enunciou contributos que permitem formular uma sua teoria do romance, nos termos doutrinários em que ela se esboça. Estão implicadas nessa teoria do romance in fieri questões atinentes à condição social da literatura e do romancista, bem como à configuração formal desse que é o grande género literário da modernidade. As grandes categorias narrativas do romance, a sua retórica e as suas mutações, na passagem do século xx para o século xxi, ocupam lugar relevante na reflexão saramaguiana, em diálogo com títulos que integram o corpus romanesco do escritor.

Apresentação:
Carlos Nogueira, UTAD/Universidade de Vigo

10:30   Pausa para café

10:45   Painel de comunicações II

Estética e tradução nas obras de José Saramago

Barbara Juršič, Technical Museum of Slovenia

Como pesquisadora e tradutora de Saramago para o esloveno, Barbara Juršič apresentará determinados aspetos e abordagens de ética em dois romances do autor: O ensaio sobre a cegueira e O ano da morte de Ricardo Reis. A sua comunicação debruçar-se-á ainda sobre estética e tradução, a partir da sua própria experiência, propondo uma reflexão acerca das questões de estilo que o trabalho de tradução das obras de Saramago – nomeadamente as acima mencionadas – levantam.

Compromisso ético e defesa dos Direitos Humanos na ficção de José Saramago

Ana Paula Arnaut, Universidade de Coimbra

José Saramago foi um homem e um escritor empenhado com o seu tempo, que é também o nosso, denunciando, pela recuperação pretérita ou pela projeção de acontecimentos num futuro que talvez venha a acontecer, as muitas e mais diversas violações aos mais elementares direitos do ser humano. Ou, por outras palavras, expondo cenários e ambiências em que o Homem se converte “definitivamente em lobo do homem”. Como um dia disse a propósito de Ensaio sobre a cegueira (1995), em palavras suscetíveis de encontrarem eco em outros dos seus romances, “no que toca à razão, estamos cegos [...], nós não usamos racionalmente a razão”. Assim, na construção dos retratos possíveis do Portugal (e também do mundo) coevo ou de outras épocas, a irreverente magia da contemplação do autor não deixa nunca os objetos ideologicamente intactos. Lembre-se, por exemplo, o olhar crítico sobre a ordem social do passado próximo de Levantado do chão (1980) ou sobre o mais remoto cosmos de injustiças, perseguições e crueldades do tão comovente quanto subversivamente paródico Evangelho segundo Jesus Cristo (1991).

«Perturbar a ordem, corrigir o destino»: repetição e responsabilidade em José Saramago

Sara Grünhagen, Universidade de Paris III

O presente trabalho busca analisar o modo como Saramago se serve da estratégia da repetição, utilizada de maneira recorrente em romances que, à primeira vista, podem parecer bastante diferentes em termos temáticos. É o caso d’O ano da morte de Ricardo Reis (1984) e d’O evangelho segundo Jesus Cristo (1991), cujos desfechos retomam a mesma estrutura do início da história, cabendo ao leitor perceber tal circularidade. Não se trata de casos isolados; as duas obras jogam com a repetição em diversos momentos e em mais de um nível, explorando-a inclusive na construção das suas personagens. Influenciando a perceção estética da obra, a repetição em Saramago tem ainda uma dimensão ética: ela serve não apenas para marcar certo poder opressivo associado ao contexto de cada narrativa, como também para sublinhar a parte de responsabilidade individual e coletiva diante desse poder, a culpa que, conforme o contexto, se pode ter quer pela ação, quer pela inação.

Moderação:
Manuel Frias Martins, Universidade de Lisboa

14:30   Mesa-redonda

Tempos do romance: dominâncias, derivas e ruturas

Lídia Jorge, escritora
Ana Margarida de Carvalho, escritora
Afonso Reis Cabral, escritor

Moderação:
Carlos Reis, Universidade de Coimbra

16:15   Pausa café

16:30   Conferência de encerramento

Saramago: ideologias e distopias

Darío Villanueva, Universidade de Santiago de Compostela e Real Academia Española

José Saramago nunca deixou de afirmar a sua filiação marxista, embora sempre se opusesse a qualquer tipo de “literatura partidária”. Afirmou também, com razão, que, ao se definir como ateu, se sentia na obrigação de esclarecer que tinha “mentalidade cristã”, não podendo “ter outra mentalidade senão essa”. Ambas as referências carregam implicitamente, como crenças ou ideologias, um impulso utópico e não distópico, o que explica a singularidade de vários dos seus romances como pertencentes ao ciclo ou tendência contemporâneos cultivados pelos romancistas russos e ingleses como Zamiatin ou Orwell, secundados, entre outros, por Aldous Huxley e Wladimir Nabokov. A distopia, para Saramago, era toda a negação do fundamento mais alto do humanismo libertador que sempre orientou a sua visão do mundo.

Apresentação:
Pilar del Rio, Fundação José Saramago


BIOGRAFIAS

Afonso Reis Cabral (n.1990) é licenciado e mestre em Estudos Portugueses e Lusófonos, com uma pós-graduação em Escrita de Ficção, e autor de quatro livros: Condensação (2005), O Meu Irmão (Prémio Leya 2014), Pão de Açúcar (Prémio José Saramago 2019) e Leva-me contigo. Portugal a pé pela Estrada Nacional 2 (2019). As suas obras estão editadas em várias línguas. Contribuidor regular para diversas publicações, é colunista do Jornal de Notícias e do novo jornal digital A Mensagem de Lisboa. É também presidente da Fundação Eça de Queiroz. Nos tempos livres, faz mergulho e pratica boxe.

Ana Margarida de Carvalho, autora nascida em Lisboa, onde se licenciou em Direito, exerceu jornalismo durante 25 anos, enquanto editora de Sociedade, Grande-Repórter, crítica de Cinema e cronista em diversas publicações. Fundou e geriu o site de Cinema Final Cut e foi jurada de concursos do ICA, que financiou três dos seus guiões. Os seus dois primeiros romances, Que importa a fúria do mar (2013) e Não se pode morar nos olhos de um gato (2016), ambos editados pela Teorema, foram finalistas de vários prémios e conquistaram ambos o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB, tornando-a parte do grupo estrito de autores portugueses duplamente distinguidos. Seguiu-se a coletânea de contos Pequenos delírios domésticos (Relógio d’Água, 2017), vencedora do Prémio de Conto e Novela Camilo Castelo Branco/ APE, e O gesto que fazemos para proteger a cabeça (Relógio d’Água, 2019), o seu mais recente romance, selecionado para o Prémio Oceanos. Cartografias de lugares mal situados, coletânea de contos sobre guerra, foi publicado em julho de 2021.

Ana Paula Arnaut é professora catedrática pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Leciona Literatura Portuguesa Contemporânea na mesma universidade e é investigadora do Centro de Literatura Portuguesa, onde integra o grupo Figuras da Ficção. Os seus principais interesses incidem sobre Literatura Pós-modernista e Hipercontemporânea, áreas em que tem vários livros e artigos publicados. Destacam-se, entre outros: Memorial do Convento. História, ficção e ideologia (1996); Post-Modernismo no romance português contemporâneo. Fios de Ariadne. Máscaras de Proteu (2002); José Saramago (2008); António Lobo Antunes (2009); As mulheres na ficção de António Lobo Antunes. (In)variantes do feminino (2012); O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago (2017); As palavras justas: ensaios sobre Literatura e Direito (org.) (2020); e As palavras visíveis: estudos para Carlos Reis (coorg.) (2021).

Barbara Juršič nasceu em 1971 em Liubliana, Eslovénia, onde mora. Mestre e Doutora em Estudos Românicos com especialidade na área da Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e de Liubliana, é autora, investigadora, curadora e tradutora literária. Entre os autores que traduziu, contam-se José Saramago, António Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Mia Couto, Gonçalo M. Tavares, Sophia de Mello Breyner, Nuno Júdice, Bernardo Carvalho e Eça de Queirós. Para além de textos críticos e prefácios para obras literárias, tem publicado artigos científicos em revistas e jornais eslovenos, portugueses e brasileiros sobre a obra de autores lusófonos e eslovenos e a cultura eslovena, portuguesa e brasileira, e participado em programas de Rádio e Televisão. É intérprete oficial do Governo da República da Eslovênia e investigadora do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 2005 foi distinguida com o Prémio Nacional de Melhor Tradutor Jovem. Em 2017, proferiu palestras no Instituto Rio Branco em Brasília, no SESC de São Paulo e no Instituto Carioca de Educação no Rio de Janeiro. Atualmente, é diretora do Museu Técnico da Eslovénia, o maior museu do país, baluarte do património técnico nacional e internacional.

Carlos Nogueira é professor universitário e ensaísta. O seu trabalho tem-se centrado especialmente nas relações entre a Literatura, a Filosofia, a Política e o Direito. Nos últimos anos, tem-se especializado no estudo e na divulgação da obra e do pensamento de José Saramago. Os seus livros foram publicados em editoras como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda, a Porto Editora, as Edições Europa-América, as Edições Lusitânia, a Livraria Lello e a Tinta-da-China. Recebeu o Prémio Santander de Internacionalização da Produção Científica da FCSH / Universidade Nova de Lisboa, o Prémio Montepio de Ensaio, o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho e o Prémio de Ensaio Vergílio Ferreira.

Carlos Pinillos nasce em Madrid. Realizou os seus estudos na Escola de Dança de Victor Ullate. Em 1998, Carlos recebe o 1º prémio do Concurso Internacional de Dança de Viena. Faz o seu debut como bailarino profissional com o Ballet de Victor Ullate em 1995, sendo promovido a bailarino principal em 2000. Tanto Ullate como Hans van Manen são nomes relevantes para o seu desenvolvimento enquanto artista. Em 2001, passa a formar parte do elenco da CNB, sob a direcção de Mark Jonkers. O seu repertório inclui grandes clássicos como Giselle de Jose Pares, Romeu e Julieta de Cranko, A Dama das Camélias, O Quebra Nozes, D. Quixote e O Lago dos Cisnes de M. Balkan, Sonho de uma Noite de Verão de Spoerli ou D. Quixote de Ullate. De Balanchine dançou ballets como Allegro Brillante, Tema e Variações, Apollo e Who Cares. De van Manen, In the Future, In and Out, Gro§e Függe, Hammerklavier, Solo, Kammerballet e Five Tangos.

Dançou obras de outros coreógrafos como Micha van Hoeke, Niels Christie, Uwe Scholz, Robert North, Kevin O’Day, Mauro Bigonzetti, Jiri Kylian, Nacho Duato ou Vasco Wellenkamp. Com a criação do ballet Pedro e Inês, Olga Roriz converte-se num grande ponto de referência para Carlos dentro do panorama da dança em Portugal.

Carlos Reis é professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra. Autor de mais de trinta livros, vários deles sobre temática queirosiana, ensinou em universidades da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil. Foi diretor da Biblioteca Nacional, reitor da Universidade Aberta e presidente da Associação Internacional de Lusitanistas e da European Association of Distance Teaching Universities. A nível de edições, destaca-se a coordenação da coleção Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós e da História Crítica da Literatura Portuguesa em nove volumes. Distinguido com os prémios Jacinto do Prado Coelho (1996), Eduardo Lourenço (2019) e Vergílio Ferreira (2020), é ainda doutor honoris causa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Presentemente desempenha as funções de comissário para o Centenário de José Saramago.

Nascido em Vilalba (Lugo) em 1950, Darío Villanueva é teórico, crítico literário e Professor emérito na Universidade de Santiago de Compostela, onde ensina Teoria da Literatura e Literatura Comparada, e da qual foi reitor (1994-2002). Entre 2014 e 2018/19, dirigiu a Real Academia Espanhola, presidiu a Associação de Academias de Língua Espanhola e foi membro de direito do Conselho de Estado. Foi ainda Vice-Presidente e Presidente do Instituto de Espanha, Presidente honorário da Sociedade Espanhola de Literatura Geral e Comparada, Vice-Presidente da Conferência de Reitores das Universidades Espanholas e Presidente da Rede de Bibliotecas Universitárias Espanholas. Nomeado doutor honoris causa em diversas universidades na Europa, América e Ásia, publicou centenas de artigos em revistas e jornais espanhóis e internacionais. Entre 1999 e 2005 coeditou dez volumes da Obra completa de Emilia Pardo Bazán para a Biblioyeca Castro, da qual é diretor académico. Entre as suas obras mais recentes, contam-se Teorías del realismo literário (2020), El Quijote antes del cinema: Filmoliteratura (2020) e De los trabajos y los días. Filologías (2020) e Morderse la lengua. Corrección política y posverdad (2021) – o qual recebeu o prémio de Livro do Ano pela Fundação Francisco Umbral.

Filipa de Castro nasce em Lisboa e realiza os seus estudos de dança na Escola da Dança do Conservatório Nacional. Em 1996 é convidada a formar parte do elenco da Companhia Nacional de Bailado, participando em coreografias como In The Middle Somewhat Elevated de William Forsythe ou Cinderela de Michael Corder. Destaca-se ainda o trabalho com a coreógrafa belga Anne Teresa de Keersmaeker em The Lisbon Piece, momento de descoberta do seu talento na linguagem da dança contemporânea. Em 2001 ingressa no Ballet Real da Flandres, sob a direcção de Robert Denvers. Romeu e Julieta de A. Prokovsky e Eight Seasons de Maurício Wainrot fazem parte da sua experiência nesta companhia.

Em 2003 Filipa de Castro regressa à CNB. Da sua vasta experiência destacam-se os papéis principais em grandes clássicos como O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Romeu e Julieta, D. Quixote, Giselle, La Bayadère, Pássaro de Fogo, Paquita e A Bela Adormecida. Também relevantes são criações com coreógrafos como Vasco Wellenkamp, Olga Roriz, Rui Lopes Graça ou David Fielding. Filipa apresenta-se regularmente em Galas e Festivais Internacionais de Dança ao lado do seu partenaire Carlos Pinillos. Em 2005, foi galardoada com o Prémio Bailarina Revelação concedido pela Associação dos Amigos da CNB. Em 2016, junto a grandes nomes da dança mundial, foi-lhe atribuído o prestigiado Prémio Positano/Léonide Massine para Bailarina do Ano da Cena Internacional.

Florbela Estêvão é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Desempenha funções na Câmara Municipal de Loures na Unidade de Património e Museologia, é membro da equipa técnica interdisciplinar da Rota Memorial do Convento e investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHC/ FCHS/ UNL).

Guilherme d’Oliveira Martins é Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian e Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura. Foi Deputado e Ministro da Educação, Presidência e Finanças. Doutor honoris causa pela Universidade Lusíada, pela Universidade Aberta e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Jean Paul Bucchieri é encenador, investigador e pedagogo. nascido em Itália em 1967 e estabelecido em Portugal desde 1993. É doutorado pela FMH da Universidade de Lisboa e concluiu o Curso de Encenação de Ópera, no âmbito do Programa Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. Atualmente, faz parte do corpo docente da Escola Superior de Teatro e Cinema e é membro integrado e investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação. Os seus mais recentes trabalhos de encenação incluem Poema à duração, de Peter Handke, no MAPS (2020), L’histoire du soldat, de Igor Stravinsky, na Fundação Calouste Gulbenkian (2020) e O dicionário da fé, com texto original de Gonçalo M. Tavares, no Teatro Nacional Dona Maria II (2021). Destacam-se ainda a participação em projetos de Bob Wilson como assistente e intérprete, bem como as colaborações com Ana Luísa Guimarães, Jorge Listopad, Maria João Pires, Olga Roriz, Nuno Carinhas e Joaquim Benite.

A sua linha de investigação, tanto na pedagogia como na criação artística, situa-se na observação fenomenológica do trabalho do ator. Prepara agora um pós-doutoramento sobre a relação entre a encenação, a investigação em artes e a pedagogia, no âmbito das matérias que o teatro e as artes performativas produzem.

Lídia Jorge é uma escritora portuguesa representativa da Geração pós-revolução. O seu livro de estreia, O Dia dos Prodígios, publicado em 1980, tem sido considerado um marco na nova fase de Literatura Portuguesa Contemporânea. Desde então, a autora tem publicado romances, contos, livros para a infância, teatro, ensaio e poesia. O seu romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado ao cinema e vários textos seus foram representados em palco. Os seus livros estão traduzidos em mais de vinte línguas e tem recebido vários prémios nacionais e internacionais na categoria de romance e pelo conjunto da sua obra. Entre os internacionais, contam-se o Prémio ALBATROZ (2006) da Fundação Günter Grass ou o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura (2015).

Em 2013, a revista Magazine Littéraire considerou-a uma das dez vozes literárias mais influentes da atualidade. Os Memoráveis (2014), uma revisitação dos momentos fulcrais da Revolução, tem-se revelado como o livro que transfigura e cimenta a mitologia portuguesa das últimas décadas. O seu romance mais recente, Estuário (2018), ganhou o Grande Prémio Literário TSD e foi considerado pelo jornal Le Monde como uma das melhores interpretações do estado do mundo na atualidade, tendo posteriormente sido finalista do prémio Médicis International.

Lídia Jorge acaba de publicar Em Todos os Sentidos, conjunto de crónicas que leu, ao longo de 2019, aos microfones da Antena 2 e que foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica Dispersos Literários da APE. No mês de novembro de 2020, Lídia Jorge recebeu ainda o Prémio das Línguas e Literaturas Românicas da Feira Internacional de Guadalajara.

Diretora Coordenadora do Turismo de Portugal com a responsabilidade pela promoção nacional e internacional do país. Tem a seu cargo os Departamentos de Comunicação e Marketing Digital e de Marketing Territorial e Negócios e as Equipas Multidisciplinares de M&I e de Operações Turísticas. Profissional de comunicação e marketing com uma vasta experiência de mais de 25 anos, é membro do Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque e da Comissão de Certificação dos Caminhos de Santiago em Portugal. Tem sido responsável pelas campanhas mais premiadas de promoção turística do país. Foi eleita Personalidade de Marketing do Ano em 2018 e Marketeer do Ano 2022 pela Meios & Publicidade.

Manuel Frias Martins é doutorado em Teoria da Literatura e professor aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É crítico literário com inúmeras colaborações em jornais, revistas e programas radiofónicos, sendo atualmente Presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários. É autor de vários livros de ensaios. O seu livro Matéria negra. Uma teoria da literatura e da crítica literária (Edições Cosmos, Lisboa, 1993, 2.ª ed. 1995) obteve em 1995 o Prémio Pen Clube de Ensaio, e o livro A espiritualidade clandestina de José Saramago (Fundação José Saramago, Lisboa, 2014; 2.ª edição aumentada em 2020) obteve em 2015 o Grande Prémio de Ensaio atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores. A tradução italiana deste livro foi publicada em 2020 por Edizione dell’Orso. Traduziu, entre outras obras, O cânone ocidental, de Harold Bloom (Círculo de Leitores / Temas e Debates, Lisboa, 1997). O seu livro mais recente, A Lágrima de Ulisses. Regimes da cultura literária, foi publicado em 2021 pela Editora Exclamação.

Nascido em Canas de Senhorim, em 1970, Nuno Cardoso é o diretor artístico do Teatro Nacional São João desde 2019. Como criador, tem vindo a desenvolver um universo estético próprio, que tanto se aplica a adaptações de textos contemporâneos como de clássicos, muitas vezes em colaboração com o cenógrafo F. Ribeiro e o desenhador de luz José Álvaro Correia. Para além de espetáculos de palco, desenvolve projetos mais experimentais com comunidades, cruzando profissionais e não profissionais.

Enquanto estudante universitário, iniciou a sua carreira em 1994, no CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. No mesmo ano, no Porto, é cofundador do coletivo Visões Úteis e estreia-se como encenador. Entre os espetáculos que encenou, no TNSJ, contam-se O Despertar da Primavera, de Wedekind (2004); Plasticina, de Vassili Sigarev (2006); e Woyzeck, de Büchner (2005), A Morte de Danton, de Büchner (2019), já enquanto diretor artístico, Castro, de António Ferreira, e O Balcão, de Genet, em 2020 e em 2021, Espectros, de Ibsen, e Lear, de Shakespeare.

Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto e, entre 2003 e 2007, do Teatro Carlos Alberto, integrado já na estrutura do TNSJ. Em 2007, assume a direção artística do Ao Cabo Teatro, cargo que manteve até 2018. Destaquem-se as suas incursões nos territórios dramáticos de Shakespeare e Tchékhov – Platónov (2008) foi eleito o melhor espetáculo do ano pelo jornal blico, obtendo também uma menção honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. Demónios, de Lars Norén, recebeu o Prémio Autores 2016 da SPA, na categoria de Melhor Espetáculo.

Vencedor do Concurso Internacional de Direção de Orquestra de Cadaqués em 2017, Nuno Coelho é atualmente Maestro Convidado da Orquestra Gulbenkian. Nas últimas temporadas destacam-se atuações com a Sinfónica da Rádio da Baviera, a Filarmónica da BBC, a Sinfónica da Galiza, a Sinfónica de Castela e Leão, a Orquestra do Teatro Regio de Turim e a Orquestra Beethoven de Bona. Dirigiu a Filarmónica de Los Angeles em diversas ocasiões e foi maestro assistente da Nederlands Philharmonisch Orkest entre 2015 e 2017. No domínio da ópera, dirigiu La TraviataCavalleria RusticanaRusalka e Das Tagebuch der Anne Frank

Nuno Coelho nasceu no Porto em 1989. Estudou violino em Klagenfurt e Bruxelas e direção de orquestra em Zurique, com Johannes Schlaefli. Recebeu o 1.º Prémio no Concurso de Direção do Prémio Jovens Músicos da Antena 2, o Neeme Järvi Prize do Festival Menuhin de Gstaad e foi finalista no Concurso do Festival de Salzburgo para jovens maestros. Em 2014 foi bolseiro da Fundação Gulbenkian e em 2015 foi aceite no Dirigentenforum do Centro Alemão para a Música, que mais tarde o nomeou para a sua lista Conductors of Tomorrow.

Nuno Júdice é poeta, ensaísta e tradutor, nascido no Algarve em 1949. Professor universitário aposentado, é curador para a área cultural da Fundação José Saramago, criada em 2008, e dirige a revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2009.  Publicou o primeiro livro de poesia em 1972, tendo recebido importantes prémios literários nacionais e internacionais, entre os quais: Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), da Associação Portuguesa de Escritores (1995), Cesário Verde e Ana Hatherly (2003) e Prémio Literário Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração (2015). Em 2013, foi distinguido com o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (Espanha); em 2104, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval (México); em 2015, com o Prémio Argana de Poesia, da Maison de la Poésie de Marrocos; e, em 2016, com o El Ojo Crítico Iberoamericano da Rádio Nacional de Espanha.

Pilar del Rio é Presidente da Fundação José Saramago.

Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa (1980) e Doutorado em Musicologia pela Universidade do Texas em Austin (1990), é presentemente Professor Associado da Universidade Nova de Lisboa e Investigador do Instituto de Etnomusicologia-Centro de Estudos de Música e Dança e do Centro de Estudos de Teatro, bem como Consultor do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian. Como musicólogo e historiador cultural, é autor de largo número de livros e artigos sobre Música erudita portuguesa no período do Antigo Regime e sobre Música Popular urbana, editados tanto em Portugal como no estrangeiro. Exerce também uma atividade intensa como conferencista, no plano nacional como em vários países da Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Desempenhou, entre outras, as funções de Secretário de Estado da Cultura e de Presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).

Sara Grünhagen é licenciada em Letras pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Literatura Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutorou-se em 2021 na Université Sorbonne Nouvelle, em cotutela com a Universidade de Coimbra, com a tese A cor dos cabelos de Deus: intertextualidade, intermidialidade e metalepse em José Saramago (a ser publicada em português pela Âyiné e em francês pelas Éditions Honoré Champion). Atualmente leciona na Sorbonne Nouvelle.

Sérgio Machado Letria nasceu em Lisboa em 1975, onde se licenciou em Literatura na Universidade Nova e fez uma pós-graduação em Edição na Universidade Católica. Depois de quatro anos na Editorial Caminho e de ter trabalhado como mediador de leitura, integra a equipa da Fundação José Saramago desde a sua constituição, sendo seu diretor desde 2009.

Sílvia Amorim é professora associada no departamento de Estudos Lusófonos da Universidade Bordeaux Montaigne (França) e membro da equipa de investigação AMERIBER - Amérique Latine, Pays Ibériques. Defendeu, na Universidade Paris VIII, uma tese de doutoramento orientada pela Professora Maria Helena Araújo Carreira, na qual explora o conjunto da obra romanesca de José Saramago, tendo publicado o resultado dessa investigação no volume José Saramago. Art, théorie et éthique du roman, Paris, L’Harmattan, coleção “Classiques pour demain”, 2010. De forma mais geral, trabalha sobre literatura portuguesa contemporânea, narratologia e análise do discurso.

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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