Envoltura, história e síncope

Por Isabel de Naverán

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18 de julho de 1936, Baiona. Depois de receber a notícia da revolta das tropas militares de Franco, Antonia Mercé y Luque, a “bailaora”, espanhola apelidada de La Argentina, sofre uma síncope e morre. Quebra-se a história, quebra-se a artista. Isabel de Naverán persegue o eco desse golpe, convulsão individual que contém, de forma representativa e simbólica, a dor coletiva que se aproximava e que ressoou através de artistas como Kazuo Ohno, Takao Kawaguchi, Rocío Molina, Federico García Lorca, Vicente Escudero ou Gertrude Stein.

Inserida na programação do ciclo dança não dança, esta conferência/performance acontece num dia totalmente dedicado às temáticas de transmissão, coreografia e história. Estes três eixos sintetizam as ideias-chave do programa, dando a ver o que de político e ideológico há nas forças que movem os corpos entre si e através dos tempos.

Percorrendo o nervosismo do século XX espanhol, com inúmeros paralelos com o português, Envoltura, história e síncope é o nome da investigação a longo prazo que Isabel de Naverán desenvolve em torno da relação dos corpos com a grande História e as chamadas histórias menores. É também um livro, que aqui assume a forma de uma conferência performativa em que os conteúdos se desdobram, fazendo viva a ligação entre imagens, palavras e gestos.

No mesmo dia, Hélia Marçal apresenta a conferência Das possibilidades da conservação de performance, é exibido o filme Yugoslavia: How ideology moved our collective body, de Marta Popivoda e realiza-se ainda a conferência Coreografia Social: Ensaiar a ordem para aparências de desordem, de Bojana Cvejić.

Imagem: Isabel de Naverán em Azkuna Zentroa, Bilbau, 2021 © Karlos Martínez

Isabel de Naverán (1976, Getxo) é investigadora. Trabalha na intersecção entre artes visuais, coreografia e performance, em projetos de curadoria, edição e escrita. É curadora de artes performativas no Museo Reina Sofía, em Madrid, desde 2017. Escreveu Envoltura, historia y síncope (2021) e Ritual de duelo (2022) e editou Hacer Historia (2010) e Lecturas sobre danza y coreografía (2013).

dança não dança

Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais


Ficha técnica

Autoria

Isabel de Naverán

Apoio à produção

Azkuna Zentroa, Bilbao

Editora da publicação

Caniche

Assistência à investigação e apoio à redação

Andrea Rodrigo

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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