10:15 Apresentação
Por Penelope Curtis e Rita Fabiana
10:30 Museum Detox: The Rise of the Resistance.
Empowering Black women in the heritage sector.
Museum Detox é uma rede dirigida por voluntários que se desenvolveu como resposta à falta de representatividade e de apoio aos profissionais «BAME» (negros, asiáticos e minorias étnicas) em museus e no setor mais alargado do património e da cultura. É uma rede coletiva de ativistas que têm por objetivo apoiarem-se uns aos outros de forma a desafiar as desigualdades de poder estruturais e de origem colonial, inerentes ao setor. Este artigo irá apresentar a formação de redes tais como a Museum Detox enquanto estratégia de resistência de mulheres negras no setor do património e como veículo através do qual se pode influenciar uma mudança significativa.
Por Laura Hampden
11:15 Pausa para café
11:35 Mesa para Práticas de Cabeça para Baixo ou de Pernas para o Ar
Esta apresentação assume a forma de uma performance conversacional, a partir de uma mesa redonda com os participantes. Partindo da ideia de posicionamento enquanto ato performativo ou, mais mundanamente, enquanto posição assumida em, com ou dentro de corpos negros, iremos enquadrar perguntas e especular em conjunto sobre posicionamentos específicos.
Ao abordar a performance a partir deste ponto de vista, pretendo criar uma abertura e partilhar performances, conhecimentos e mesmo conceitos alternativos que são frequentemente «menorizados» (E. Glissant, 1997) ou ignorados. Além disso, uma tal abordagem pode revelar-se produtiva nas trocas de performances generativas que se manifestam em práticas opacas e frequentemente indecifráveis ou de enunciações específicas que podem constituir um convite para outras possíveis futuridades coletivas.
Por Vânia Gala
12:40 Conversa com Laura Hampden e Vânia Gala
Moderadora Marta Lança
13:15 Almoço
14:45 «Nas Nossas Lentes: Agora somos nós a fazer as perguntas»
Com o intuito de dar resposta a ausência habitacional, ocorrida antes e depois do 25 de Abril, período no qual houve uma enorme pressão demográfica na Grande Lisboa, surgiu a Cova da Moura, como sumo da sinergia «Djunta Mô» entre os seus próprios habitantes. Ao longo dos anos, a Cova da Moura tem sido um dos espaços desfigurados no imaginário social deste país. Em forma de contrapor a narrativa dominante, «Nas Nossas Lentes: Agora somos nós a fazer as perguntas» é fruto de um trabalho de estimulação crítica, desenvolvido pelos jovens de 13 aos 17 anos, residentes da Cova da Moura, cujo paradigma interpretativo privilegia as narrativas locais destes jovens.
Por Associação Cultural Moinho da Juventude
Moderador Flávio Almada (coordenador da Associação Cultural Moinho da Juventude)
15:45 Pausa para Café
16:15 Livro e audiolivro «Ingenuidade Inocência Ignorância» de raquellima
Este livro reúne 24 poemas selecionados de uma década de escrita irregular. Juntos fecham um capítulo a que a artista chamou «Ingenuidade Inocência Ignorância», três palavras que se confundem, com significados ambíguos e contraditórios. São essas inevitáveis ambiguidades e contradições humanas que compõem este livro, assumido como um espaço de vulnerabilidade que reflete uma identidade em construção, e no qual as palavras tanto podem ser lidas pelo seu desgaste e esvaziamento de sentido, como pelo reconhecimento de serem a única via possível de luta e paz. E porque os nossos corpos transportam histórias, culturas e saberes, memórias que ganham dimensão pela performance, este é também um audiolivro.
Apresentação por Marta Lança e leitura de poemas por raquellima
17:10 Irineu Destourelles conversa com Ângela Ferreira
Tradução simultânea Inglês-Português e Português -Inglês
10:30 Boas vindas
10:50 Apresentação
Por Rita Fabiana
11:00 «O Desafio Racial e a Justiça»
Nesta intervenção, Denise Ferreira da Silva analisa de que forma a dominação colonial e a subjugação racial põem em questão aquilo que fundamenta a ideia/o ideal de justiça.
Visando principalmente levantar questões, esta intervenção procura acentuar o que há de comum entre as várias modalidades e situações de subjugação racial no presente global. Em vez de respostas, a análise identifica as linhas de reflexão que podem ajudar na formulação de um discurso e de um programa político que abarque a questão que a submissão racial impõe à justiça.
Por Denise Ferreira da Silva
11:45 Projeção do vídeo «Illusions III. Antigona», 2019
Grada Kilomba dedica a sua nova instalação às políticas da justiça e ao simbolismo do enterro digno. Antigona é a história de uma mulher que desafia o patriarcado ao enterrar um irmão a quem tinha sido negado o direito a uma sepultura. É também a história do seu assassinato por desobediência ao rei e pela prática de rituais em honra dos mortos. E se a nossa história estiver assombrada pela violência cíclica, precisamente porque nunca foi contada nem enterrada de forma digna? Aos olhos da artista, Antigona sente a necessidade de enterrar o seu irmão de forma digna, porque precisa de produzir memória. Apenas através do enterro e dos rituais associados pode a sua história ser recordada, não esquecida.
Instalação multicanal, som, 54’ 35”, em loop. Encomendada por Bildmuseet, Umeå, Suécia e Maxim Gorki Theatre, Berlim, Alemanha.
De Grada Kilomba
12:30 Conversa com Denise Ferreira da Silva
Moderadora Raquel Lima
13:00 Almoço
14:45 Mesa redonda: Arte, Cultura e Feminismo Negro
Associações Djass (Evalina Dias), Femafro (Lucia Furtado), Inmune (Angella Graça) e Padema (Luzia Moniz). Moderadora Denise Ferreira da Silva
16:00 Performance-conferência. «De submisso a político — o lugar do corpo negro na cultura visual»
Na publicidade, na televisão, no cinema, na pintura, na fotografia, nos livros que temos nas nossas prateleiras, quantos homens e mulheres negros e negras estão lá representados? Como são representados? Pesquiso no Google por «imagem e representação do corpo negro na cultura visual», a par de imagens do corpo negro escravizado, sexualizado, fetichizado, submisso e selvagem, encontro novas narrativas visuais e estéticas, novos discursos de quem se posiciona a partir «da barriga da besta» para desconstruir e criar outras representações sobre si mesmo, sobre o seu corpo negro. É este o lugar onde me encontro.
Por Melissa Rodrigues
17:00 Encerramento