Das possibilidades da conservação de performance

Por Hélia Marçal

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Conferência seguida de conversa com os curadores de dança não dança e moderação de Maria de Assis

Transmissão, coreografia e história são os três eixos que sintetizam as ideias-chave do programa dança não dança e que se discutem ao longo deste dia, inaugurado pela conferência de Hélia Marçal.

Investigadora e especialista em conservação de performance, Hélia Marçal aborda a questão da conservação das obras de dança à luz da sua recente aquisição pelos museus de arte moderna e contemporânea, partilhando alguns dos desafios que o método que desenvolveu na Tate Modern acarreta para a história da dança em particular e para a história da arte em geral.

O performativo nas artes é tipicamente considerado irrepetível e de inscrição difícil (senão impossível) — se o movimento se esgota no corpo, já a história raramente se posiciona para além da representação. Esta apresentação procura contestar esta premissa, analisando as possibilidades epistémicas que surgem a partir da conservação de performance.

A conferência é seguida de uma conversa com os curadores de dança não dança – João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira e Ana Dinger – com moderação de Maria de Assis, em que se discute o programa sob o prisma da transmissão em dança, e se problematiza a presença da dança no espaço da galeria e do museu.

No mesmo dia, é apresentada a conferência-performance História, Envoltura e Síncope, de Isabel de Naverán, é exibido o filme Yugoslavia: How ideology moved our collective body, de Marta Popivoda e tem lugar a conferência Coreografia Social: Ensaiar a ordem para aparências de desordem, de Bojana Cvejić.

Imagem © Jürgen Fritz

Hélia Marçal (1988) é Docente de Arte, Materiais e Tecnologia na University College London e investigadora integrada no Instituto de História Contemporânea, onde já trabalhou como Gestora de Ciência. Trabalhou também como Fellow em Conservação de Arte Contemporânea e Investigação no projeto Reshaping the Collectible: When Artworks Live in the Museum, financiado pela Fundação Andrew W. Mellon na Tate (2018-2020).

João dos Santos Martins (1989, Santarém) é artista e o seu trabalho abrange várias formas que permeiam a dança, explorando formatos como a coreografia, a exposição e a edição. Preza, na sua prática, modos de fazer colaborativos e cooperativistas, tendo criado peças como Projecto Continuado (2015) — Prémio SPA Autores — e Companhia (2018), com Ana Rita Teodoro, Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira e Sabine Macher, ou Onde Está o Casaco? (2018), com Cyriaque Villemaux e Ana Jotta. Interpretou trabalhos de Eszter Salamon, Xavier le Roy, Moriah Evans, Boris Charmatz e Jérôme Bel, entre outros. Em 2019 fundou o jornal semestral Coreia, dedicado a escritos de artistas.

Ana Bigotte Vieira (1980, Lisboa) é Co-IR do projeto FCT Archiving Theatre e investigadora integrada do Instituto de História Contemporânea. Publicou Uma Curadoria da Falta. O serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian 1984-1989, a partir da sua investigação de doutoramento (Menção Honrosa Prémio Mário Soares 2016). Entre 2018 e 2023 fez parte da equipa de programação do Teatro do Bairro Alto. Juntamente com João dos Santos Martins iniciou o projeto Para Uma Timeline a Haver: genealogias da Dança como Prática Artística em Portugal de que dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal é a VII edição.   

Carlos Manuel Oliveira (1980, Santarém) trabalha como artista nos campos da coreografia e da performance. Depois de um período de investigação dedicado à crítica da relação entre a coreografia e a dança, bem como aos modos de existência do conhecimento que lhes está associado — foi investigador em universidades da Europa e E.U.A., lecionando em algumas e doutorando-se em 2016 pelo Programa UT Austin | Portugal com a tese “Objectos Coreográficos: Abstracções, Transducções, Expressões” —, dedica-se desde 2017 a produzir, criar e apresentar o seu trabalho artístico e curatorial, sem abandonar os mesmos problemas.

Ana Dinger (1979, Porto) é artista e investigadora, com formação em artes visuais e dança, licenciada em Escultura (FBAUL), pós-graduada em Arte Contemporânea (FCH UCP) e doutoranda em Estudos de Cultura (FCH UCP). Colabora com diversos projetos que implicam trabalho de programação, curadoria, edição e pesquisa, assim como criação e experimentação artísticas, dos quais destaca: AND Lab (desde 2015), Para Uma Timeline a Haver: genealogias da dança como prática artística em Portugal (desde 2019), Es.Col.Az (desde 2021) e Assembleia Ordinária (desde 2021).

Maria de Assis (1956, Lisboa) é presidente do Conselho Consultivo do Plano Nacional das Artes e diretora-adjunta do Programa Gulbenkian Cultura. Licenciada em História e pós-graduada em Gestão das Artes, tem um percurso diversificado, do jornalismo à consultoria de programação, incluindo a curadoria de projetos de cruzamento entre as artes e a educação.

dança não dança

Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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