O Vice-Presidente do Júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade e Presidente do comité científico independente do Prémio, Miguel Bastos Araújo, foi anunciado como vencedor do Prémio Marsh para a investigação sobre alterações climáticas 2024 da British Ecological Society. Este prémio celebra as suas contribuições para a investigação sobre o impacto das alterações climáticas na biodiversidade.

Miguel Bastos Araújo é Professor Investigador no Museu Nacional de Ciências Naturais, em Madrid e Catedrático de Biogeografia na Universidade de Évora. Enquanto biogeógrafo, estuda a distribuição espacial e temporal da vida e tem contribuído para a investigação sobre o modo como os fatores ambientais, tais como as alterações climáticas, afetam os ecossistemas biológicos da Terra. Com mais de 250 artigos publicados, Miguel Bastos Araújo tem sido fundamental na definição das práticas de ecologia e conservação e ajudou a estabelecer novos padrões para o mapeamento da biodiversidade. A sua investigação valeu-lhe numerosos prémios, incluindo o reconhecimento pela Thomson-Reuters como cientista amplamente citado.

A British Ecological Society é a sociedade ecológica mais antiga do mundo. Os seus prémios anuais reconhecem ecologistas ilustres cujo trabalho tenha beneficiado significativamente a comunidade científica e a sociedade. Entre os anteriores galardoados contam-se figuras proeminentes da ciência ecológica, sublinhando assim o carácter prestigioso deste reconhecimento.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi instituído em 2020 pela Fundação Calouste Gulbenkian com o propósito de distinguir contribuições notáveis para a ação climática e para soluções climáticas que inspiram esperança. O Júri, presidido por Angela Merkel, escolheu os vencedores do Prémio de 1 milhão de euros de entre nomeados do mundo inteiro, que estão agora a usar esse financiamento para fazer avanços significantes na mitigação dos impactos das alterações climáticas e apoiar as comunidades mais vulneráveis.

Miguel Bastos Araújo tem sido fundamental no sucesso do Prémio e no impacto do seu financiamento. Desde a sua criação, tem posto os seus profundos conhecimentos científicos ao serviço do Prémio de modo a orientar o processo de seleção, ajudando a garantir que o Prémio distingue pessoas, grupos e organizações cujo trabalho demonstra inovação, soluções eficazes e potencial de escala. O seu compromisso com padrões rigorosos contribuiu para reforçar o estatuto do Prémio, fazendo dele um prémio internacionalmente reconhecido na área do clima. 

“O Miguel Bastos Araújo é um destinatário extremamente merecedor do  Marsh Award for Climate Change Research e um prezado membro do Júri do nosso Prémio Gulbenkian para a Humanidade. A sua experiência ecológica e científica enriqueceu o robusto processo de seleção do Prémio e a sua capacidade de liderança enquanto Vice-Presidente ajudou-nos a identificar exemplos fantásticos de ações a favor do clima e da biodiversidade em todo o mundo. Congratulamo-nos com o facto de o seu trabalho ter sido reconhecido pela British Ecological Society.”
— Louisa Hooper, Diretora do Programa de Sustentabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian