Lungo Drom: a longa caminhada
Letícia Velante é produtora, mas já teve de fazer “um pouco de tudo”. Morgana Santos faz cenários, David do Ó faz os sons da peça, outros são técnicos de luz, já para não esquecer os atores: todos dão vida ao espetáculo de teatro sobre a história e a cultura do povo cigano na Escola Básica dos Assentos, em Portalegre. Estes alunos do primeiro ciclo são também os argumentistas: “foram eles que escreveram o texto em sala de aula”, explica a professora Fátima Rebalde.
“Com as peças de teatro que nós fazemos, as pessoas que assistem conseguem perceber que podem estar a fazer coisas erradas”, explica Letícia, a produtora, que aproveita para explicar o significado da bandeira cigana: “O azul quer dizer o céu, o verde a relva, e a roda vermelha é o sangue derramado no Holocausto”.
Este espetáculo está inserido no projeto Lungo Drom, que propõe a construção de um Museu Nómada a partir de um conjunto de objetos de mediação, feitos por diferentes artistas de diversas disciplinas, com diferentes comunidades. Segundo Cátia Terrinca, diretora artística, “o projeto trabalha com toda a comunidade interessada em refletir sobre a história e cultura das comunidades ciganas, o povo cigano e o povo não-cigano, para que possam, a partir destes objetos, pensar temáticas como a migração, o nomadismo, o luto, o preconceito”.