“Como pode a ação climática suscitar esperança?”
Na COP28, a Fundação organizou um evento com os vencedores e membros do júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, a convite do Ministério do Ambiente e da Ação Climática do Governo português, para explorar as razões pelas quais devemos permanecer esperançosos face às alterações climáticas.
O painel foi composto pelos membros do júri Johan Rockström e Runa Khan, e pelos Vencedores do Prémio de 2023 Cécile Bibiane Ndjebet, ativista e agrónoma natural dos Camarões, e Yani Saloh, representante da comunidade indígena Sungai Utik em Bornéu, Indonésia. O líder tradicional comunitário de Sungai Utik, Bandi Apai Janggut, foi nomeado co-vencedor do Prémio em 2023, juntamente com Cécile e Lélia Wanick Salgado. Os vencedores foram selecionados pela sua dedicação ao longo de décadas para restaurar ecossistemas vitais no Sul Global e proteger a sua terra com e para o benefício das suas comunidades locais.
Cécile e Yani partilharam histórias sobre o seu trabalho e sobre a forma como o montante do Prémio será utilizado nos Camarões e na Indonésia para restaurar mangais e florestas tropicais, melhorar as competências das mulheres e das famílias locais e apoiar um modo de vida sustentável na comunidade indígena de Bornéu.
Os membros do júri esclareceram as razões que levaram à seleção dos vencedores. Sublinharam a importância da ação climática local, que pode ser replicada noutros contextos, e a necessidade de políticas nacionais e globais que protejam a natureza, reduzam emissões e apoiem as comunidades.
"Precisamos de ligar a base ao topo nos dois sentidos. Por isso, precisamos de todo o empenho das iniciativas de base - inovações, a sociedade civil, a ascensão da comunidade - ao mesmo tempo que reconhecemos a necessidade de contar com a liderança do topo... para que as iniciativas no terreno possam prosperar."
— Johan Rockström, Diretor do Instituto de Investigação do Impacto Climático de Potsdam e membro do júri do Prémio
O Prémio Gulbenkian para a Humanidade atribui anualmente um milhão de euros a indivíduos, organizações e grupos que estejam a contribuir de forma notável para a ação climática e a desenvolver soluções que inspirem esperança. Desde a sua criação em 2020, o montante do Prémio permitiu realizar enormes progressos no combate às alterações climáticas, nomeadamente no apoio a comunidades que enfrentam os maiores impactos destas alterações. Ao reconhecer soluções escaláveis com um impacto local e global, o Prémio apoia iniciativas de ação climática relevantes em todo o mundo.
Os vencedores do Prémio Gulbenkian para a Humanidade demonstram o poder transformador da ação coletiva e o potencial para um futuro mais promissor e sustentável para todos.