Entre 2022 e 2023, populações de três concelhos do distrito de Setúbal puderam aceder a serviços de aconselhamento sobre consumo e fatura de eletricidade e gás, informações e apoio à eficiência energética, das habitações, avaliações energéticas gratuitas e apoio à candidatura a vários apoios existentes.

Esta one-stop shop, instalada num contentor marítimo reutilizado, foi um projeto-piloto promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e realizado em parceria com a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, o CENSE – Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da FCT–NOVA e a RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente (Rede Nacional), e as autarquias envolvidas.

Os principais resultados desta experiência podes ser lidos neste relatório de impacto, o qual traz ainda recomendações relevantes para projetos que trabalham no apoio a comunidades de difícil acesso ou que sejam mais vulneráveis, em matéria de consumo energético.

Em resumo

Uma one-stop shop itinerante, onde se oferece aconselhamento de proximidade à comunidade, pode contribuir para melhorar as condições de vida das famílias mais vulneráveis, aumentar a sua resiliência e acelerar uma transição energética justa, não deixando ninguém para trás na mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Enquanto projeto-piloto, o Ponto de Transição demonstrou que: 

• Os agregados familiares vulneráveis requerem um envolvimento e apoio personalizados; uma ‘one-stop shop’ pode responder eficazmente a esta necessidade através de uma prévia colaboração multidisciplinar e de uma parceria estreita com o poder local e a sociedade civil.
• O acesso a dados variados do púbico-alvo permite que os projetos ajustem, em tempo real, o apoio prestado, respondendo melhor às necessidades das populações locais.
• Um modelo de intervenção local bem estruturado tem um elevado potencial de impacto, mas sem um apoio financeiro sólido e significativo as famílias vulneráveis podem não ser capazes de implementar recomendações.
• As one-stop shops podem servir para fazer a ponte entre consumidores vulneráveis e programas de apoio financeiro (por vezes complexos).

O Ponto de Transição, referenciado na Estratégia Nacional de Longo Prazo de Combate à Pobreza Energética 2023-2050 como modelo de boas práticas, tem vindo a merecer a atenção de agentes do sector privado e público, no sentido de escalar ou replicar a iniciativa.