Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX
Antero de Quental (1842-1891) nasceu e suicidou-se em Ponta Delgada após uma vida intensa de ação cultural, de criação estética e de reflexão especulativa.
A sua formação cultural, a partir da puberdade, ocorreu em Coimbra, de 1856 a 1864, onde se preparou para a frequência da Universidade, pela qual viria a formar-se em Direito.
A partir de 1856 e 1857, principiam, respetivamente, as tentativas poética e em prosa do jovem estudante.
O seu primeiro livro data de 1861 e intitula-se Sonetos, ao qual se seguiria, em 1865, Odes Modernas, origem da chamada Questão Coimbrã, anúncio polémico da Geração de 70, cujo “coração” seria, em grande parte, a personalidade, a personagem e o mito anterianos.
De 1865 a 1873, lança-se na “arena” da ação sociopolítica e cultural e do mesmo passo na busca da sua fundamentação filosófica à qual se entregaria quase inteiramente a partir de 1875, data em que também dá a lume a edição definitiva de Odes Modernas.
Em 1881, publica o seu segundo livro de sonetos, ao qual se seguiria, cinco anos depois, Sonetos Completos afeiçoados na sua forma definitiva, em Vila do Conde, onde se fixara a partir de setembro desse ano. Ali decorreriam os seus últimos anos entregues (até janeiro de 1890 e ao Ultimatum inglês) ao afeiçoamento definitivo dos seus sonetos, à reflexão filosófica e ao projeto de elaboração sistemática das suas ideias.
Deste esforço, além das cartas desse tempo, só se conhece “Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX”, dado a lume na Revista de Portugal, dirigida por Eça de Queirós. Todavia, nem mesmo este escrito que é o seu testamento filosófico pôde ser aprontado como o autor projetara: só os dois primeiros capítulos foram passados a limpo, pois que, entretanto, Antero aceitara a Presidência da Liga Patriótica do Norte, a qual o ocupou e preocupou antes da sua partida definitiva para a terra natal.
A razão principal deste livro é revelar o manuscrito de “Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX” descoberto no rico acervo documental da Biblioteca Nacional.
É o mais importante escrito filosófico legado por Antero de Quental à cultura portuguesa.
(Da introdução de Joel Serrão)
Ficha técnica
- Outras Responsabilidades:
Estudo de Joel Serrão; leitura de Ana Maria Almeida Martins
- Idioma:
- Português
- Coordenação editorial:
- Fundação Calouste Gulbenkian
- Editado:
- Lisboa, 2017
- Dimensões:
- 230 mm x 180 mmm
- Capa:
- Encadernado
- Páginas:
- 142
- ISBN:
- 978-972-31-0552-0