2.ª

O Livro de Eclesiastes

Reprodução em Fac-símile da edição de Stevão Sabio (Veneza, 1538)

A tradução do livro de Eclesiastes, da autoria de Damião de Góis, que se reimprime em fac-símile e numa versão modernizada, é inteiramente desconhecida. Foi descoberta na biblioteca de All Souls College da Universidade de Oxford, onde tinha estado pelo menos desde os princípios do séc. XVIII, sem nunca ter chegado ao conhecimento dos bibliógrafos, em parte porque o nome do tradutor não aparece na folha de rosto. Contudo, é um livro importante cuja reimpressão, 500 anos depois do nascimento de Damião de Góis, modifica não só a nossa visão da obra de um dos maiores humanistas portugueses, mas também toda a história religiosa quinhentista.

Com efeito, o Livro de Eclesiastes é o único livro da Bíblia traduzido para português na época do humanismo e da reforma, o que é já em si uma prova do seu extraordinário valor. Mas Góis foi ainda mais além. Como se depreende do Argumento do Livro com que prefacia a tradução e das notas ao texto, tomou posição frente ao erasmismo, ao luteranismo e à tradição hebraica da exegese bíblica com uma independência que muito o honra. Mas é sobretudo a sua tolerância numa época intolerante que chama a atenção do leitor. Na Europa de então, tal característica era de facto muito pouco comum.

 

(Da introdução da Thomas F. Earle)


Ficha técnica

Outras Responsabilidades:

Edição crítica e introdução por Thomas F. Earle.

Idioma:
Português
Coordenação editorial:
Fundação Calouste Gulbenkian
Editado:
Lisboa, 2014
Dimensões:
240 mm x 170 mm
Capa:
Encadernado
Páginas:
190
ISBN:
978-972-31-0964-1
Atualização em 07 dezembro 2023

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